Outra Lição

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Notas iniciais:

Espero que gostem desse cap. Particularmente, admito que não estou muito contente com ele, mas tudo nele é absolutamente necessário. É um daqueles capítulos de transição, sabe? Então esperem por fortes emoções porque á partir de agora a coisa toda vai pegar fogo!

Boa leitura! ♥

***

Diga, parte 2

E tira o cabelo da cara e me diz se por um segundo quiseste me ver feliz.
Ou se és o meu destino tentando me dar outra lição.

Fresno

Os dias passaram tão rápido que Hermione mal os percebeu. Fazia frio, e ela caminhava sozinha próxima ao lago, seus pensamentos presos no futuro, a saudade de casa começava a apertar.

Como estariam todos? Harry destruiu o medalhão? Quantos mais morreram na guerra? Seus pais, perdidos e sem memoria, sozinhos a própria sorte em um país estranho...

— Domingo. No Cabeça de javali. Um encontro oficial! — Severus sussurrou roucamente em seu ouvido, abraçando-a por trás e repousando o queixo em seu ombro. Não tinha ouvido que ele tinha se aproximado, mas foi uma agradável surpresa. Virou-se para ficar de frente a ele, então o beijou. Um beijo doce e cálido, o tipo de beijo que prometia felicidade e dias tranquilos.

— Está me convidando para sair? — perguntou com um sorriso, quando o beijo se findou.

— Estou — sorriu Snape. Um daqueles sorrisos raros, tão atípicos dele. — A não ser que você prefira ir com aqueles cães fedorentos.

Hermione rolou os olhos e bufou para sufocar uma risada.

— Domingo — ela concedeu com graça.

Por mais estranho que possa parecer, ela e Snape estavam juntos agora. E ela não queria parar pra pensar no tamanho da loucura que aquilo era, não queria pensar que estava agindo de forma errada e, muito menos, que logo teria que voltar ao futuro e deixá-lo. Era fácil esquecer disso tudo quando ele estava por perto, pelo menos.

Ainda não sabia o que tinha acontecido entre Snape e Lily, mas estava muito satisfeita em ver que os dois já não se falavam. Havia algo que a preocupava, entretanto, uma sombra nos olhos de Severus. Uma sombra conhecida de dor e desespero. E a culpada disso era Lily Evans, ela tinha certeza.

Snape arrastou-a para debaixo de uma arvore e ficaram sentados lá, na sombra, ela com a cabeça deitada em seu colo e ambos fitando o lago.

— Algo preocupa você — não era uma pergunta e Hermione sabia disso.

— Saudades de casa — disse rapidamente, um suspiro cansado escapando dos lábios.

— Você nunca falou de casa...

— Londres — contou. — Meus pais são dentistas — pausou, considerando o que podia ou não contar á ele. — Sinto falta da minha mãe, do seu cantarolar despreocupado, da sua mania de limpeza, seu cheiro... Ela costumava colocar jasmim na cabeceira da minha cama, minha flor favorita, e, não sei como ela consegue, mas esse é o cheiro dela, da minha mãe, quero dizer. Não é algo que você possa engarrafar e vender, sabe? É natural.

— Ela deve ser uma mulher maravilhosa — comentou ele com um sorriso sem dentes.

Era a primeira vez que Hermione falava da família e era incrível imaginá-la como uma pessoa normal, com mãe e essas coisas mundanas. Sua mente às vezes brincava imaginando que ela não era humana, era algum tipo de anjo que tinha vindo salvá-lo, algo que poderia ser um sonho e de repente, acabar. Ir embora.

Diga (Snamione)Onde histórias criam vida. Descubra agora