Capítulo Extra VI - Runaways

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"So let's run away.
They will have to find another heart to break.
Why don't we just run away?
Never turn around, no matter what they say.
We'll find our way.
When the sun goes down
On this town,
There'll be no one left, but us.
Just like runaways,
They will have to find some other hearts to break, hearts to break.

Out in the distance,
Lost in the fold,
We trace our steps to a great unknown.
Bury our toes,
Where the ocean meets the sand.
We hide ourselves right where we stand."

~Runaways, All Time Low

-:-:-

Thalia e Casey Pt. II

-O que é que estás a ouvir? - perguntei, deixando-me cair no chão junto ao Casey.

Ao sentir a minha presença, ele olhou para mim e sorriu, antes de tirar os phones dos ouvidos.

-O que é que estás a ouvir? - repeti, uma vez que ele provavelmente não me ouvira pela primeira vez.

-Uma playlist qualquer que o meu pai me disse que era da "juventude" dele, - riu-se. - Não sei. Tem Nirvana, All Time Low, Green Day, Sam Smith, Kings of Leon, Fall Out Boy...

-É, o meu pai deu-me uma parecida, - comentei.

Lembrei-me então da conversa que tivera com o meu tio Michael umas semanas antes, no primeiro dia de aulas, sobre a inimizade do meu pai e do pai do Casey, mas escolhi ignorar. O meu pai já tinha mais que idade para ter juízo, pelo que não tinha direito nenhum a intrometer-se nas minhas relações.

-Ei, a Jillian? - perguntou o Casey, olhando em volta à procura da minha melhor amiga.

-Ficou em casa, - encolhi os ombros. - Deixa-me lá ver a playlist do teu pai.

Ele estendeu-me o telemóvel e comecei a passar os olhos pelas músicas. Conhecia a maior parte delas - o meu pai tinha-mas mostrado porque dizia que a música dos tempos dele não se comparava à porcaria que começara a dar na rádio -, mas havia algumas que tive que ouvir para ver se me agradavam.

-Acho que nunca tinha ouvido Matchbox Twenty, - ri-me quando a música terminou.

-Nem eu. Mas eu também não oiço artistas, oiço músicas.

-Como assim? - levantei as sobrancelhas e devolvi-lhe o telemóvel, que ele guardou no bolso do casaco.

-Não costumo olhar para o nome do cantor ou da banda, simplesmente oiço a música numa ignorância plena. Foi o meu pai que me sugeriu fazer isso. Só sei os nomes daqueles que têm várias músicas que eu oiça, tipo os Nirvana e os All Time Low.

Sorri. Agradava-me a ideia de ouvir música porque se realmente se gostava da música, e não do artista ou da sua aparência. Parecia-me muito mais genuíno que ouvir alguma coisa só porque se gostava do cantor ou da banda.

-E que mais é que o teu pai ensinou? - perguntei, empurrando os pensamentos da conversa que tivera com o meu tio Michael apenas semanas antes para o fundo da minha cabeça. Só porque o meu pai não gostava do pai do Casey, não queria dizer que eu tivesse que lhe seguir o exemplo. Podia muito bem ter as minhas amizades, quer ele aprovasse, quer não. - É produtor musical, afinal de contas, há de perceber disto melhor que eu e tu.

-A coisa mais comum que ele me diz é para eu evitar ao máximo ver videoclips. Diz que podem arruinar por completo a ideia que tens de uma música ao te forçarem a ver a ideia deles.

-O teu pai tem bastantes opiniões, nesse caso.

-Demasiadas.

Franzi o sobrolho, mas não insisti no assunto. Já me habituara a respostas vagas do Casey que me aguçavam a curiosidade; a minha mãe sempre me ensinara a não forçar as pessoas a falarem, porque podia levar apenas a que elas se fechassem e deixassem de falar por completo.

Endlessly • Luke Hemmings {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora