Capitulo 6 - Corredor das Portas

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"Algumas luzes revelaram o quanto eu estava fudido, aquilo parecia uma velha mansão com piso de madeira, um papel de parede vermelho com marcas de realeza e estantes com bustos de mármore de pessoas que nunca ouvi falar, portas que não acabavam e mais corredores que faziam aquilo parecer um labirinto... haviam cameras em todo lugar mas elas não pareciam estar sendo usadas, eu estava sozinho pra... seja lá o que for que eu estivesse fazendo ali, decidi dar uma volta por ali pra ver quantas portas e caminhos eu teria que passar:
No corredor principal haviam quatro portas de madeira, duas de cada lado, uma delas estava trancada pelo outro lado;
havia uma bifurcação com mais dois corredores que davam semi-circulo, mais oito portas estavam por alí, sendo que no total cinco estavam trancadas, o jeito era ir em uma de cada vez e ver aonde iria parar...
a primeira porta levava a um daqueles quartos escuros pra revelar fotos antigas, eu sabia como funcionava, mas não havia jada que eu pudesse revelar... peguei uma tesoura que estava empalada na mesinha de madeira antes de sair... poderia ser útil...
A porta do lado oposto levava a um antigo quarto de hóspedes, havia uma cama de casal bem luxuosa por sinal, uma escrivaninha de gavetas com um antigo rádio em cima, mas o que me chamou atenção foi a moldura que apoiava uma espingarda, era uma remington calibre 12. que estava presa pelos suportes da moldura que estavam trancados por um mecanismo, ao abrir as gavetas encontrei uma foto com a imagem toda preta, ainda não havia sido revelada, e na outra havia uma chave de bronze com um desenho de um diamante, provavelmente era alguma identificação, mas nenhuma das portas trancadas tinham desenhos de identificação...
resolvi deixar pra revelar aquela foto mais tarde e passei para a ultima porta do corredor principal... era um banheiro que não combinaba nada com os outros cômodos que havia visitado, estava sujo e precário... o que chamava atenção era o armário do espelho de onde tirei mais uma foto não revelada e uma banheira que estava transbordada, a água estava suja e eu não pude ver o fundo, e não iria meter a mão naquilo pra ver se havia algo, não valia a pena...
tentei usar a chave de diamante na porta trancada, sem sucesso...
Peguei o corredor da esquerda e abri a primeira porta à direita, aquilo servia pra comprovar que aquele lugar não fazia sentido algum...
era como um vestiário colegial, alguns armários onde quase todos estavam vazios, encontrei uma mochila que foi útil já que não conseguia mais levar aquelas coisas na mão, mais uma daquelas imagens, uma calça jeans e uma camiseta branca que serviam em mim, não podia ser coincidencia...
Restavam apenas três portas destrancadas, resolvi me apressar...
quando abri a proxima entrei num quarto pequeno, havia um balcão de madeira, um telefone sem linha e pequenos ganchos com chaves penduradas, haviam cinco, então eu tinha seis chaves para cinco portas, o que poderia significar?... como de costume peguei mais uma foto à revelar antes de sair
Mais uma porta, a penultima acessível... era apenas uma pequena sala escura com algumas coisas no chão: a foto, um isqueiro de metal, uma faca e uma garrafa d'àgua... foi bem conveniente já que eu não havia notado o quanto estava com sede... também me senti com um pouco de fome... bebi metade da garrafa de um litro e decidi guardar tudo na mochila, antes de sair tentei ligar o isqueiro para testar, a chama iluminou o local revelando uma pequena folha de papel com três sequências distintas:

-110199- MF
-210700- AC
-151200- LF

coloquei o papel no meu bolso e fui em direção à ultima porta destrancada, fiquei com medo de entrar naquele lugar...
era como a cozinha de um restaurante de hotel, mas estava imundo, e haviam insetos grandes no chão e nas paredes, não queria perder tempo naquele lugar então me apressei pra pegar a foto, mas quando estava saindo a porta se fechou com um baque e os insetos começaram a se agitar, que inferno!
quando tentei abrir a porta ela havia se trancado sozinha, e os insetos continuavam aparecendo cada vez mais tomando conta do chão, alguns tentavam subir em mim, foi quando eu sem pensar peguei um pequeno butijão de gas e abri a válvula para liberar um fino jato, logo após acendi o isqueiro improvisando um lança chamas ambulante e lutei contra a horda de insetos que passou a voar em minha direção apenas para serem queimados um por um...
o gás acabou, sobrou apenas um inseto vivo pra que eu pisasse em um ultimo momento de desespero, o cheiro estava horrivel e eu queimei meus dedos, mas ouvi um tilindar em um balcão de metal aonde acabara de cair uma chave pequena que me libertou daquela cozinha infernal, tentei esquecer aquilo e segui direto pra sala escura e finalmente revelar as fotos...
se passaram uns 20 minutos naquela sala até que eu terminasse de preparar as fotos para revelação, mas ainda iria demorar, enquanto isso decidi ir dar uma olhada naquela espingarda pendurada e presa...
mas o quê?!
as portas trancadas agora tinham desenhos revelados nas fechaduras, assim eu pude identificar as chaves com cada porta, foi do nada... mas resolvi ir logo até a espingarda, pra minha surpresa, o rádio agora tinha uma fechadura com o desenho de um diamante, para a primeira chave que eu havia encontrado...
girei a fechadura e as travas se soltaram fazendo a espingarda despencar em meus braços, o rádio se abriu revelando uma pequena caixa com sete cartuchos para carregar meu novo brinquedo... agora era a hora de ver quais desgraças aquele inferno ainda me reservava..."

Begotten... Forgotten... Post-Mortem...Onde histórias criam vida. Descubra agora