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"Eu-u." Virei-me devagar para finalmente encará-lo."Eu já estava de saída." Ele apenas assentiu com um sorriso sarcástico no rosto.

"O que você queria?" Pude perceber que seus olhos estavam vermelhos, e o cheiro de álcool poderia ser sentido de longe.

"Nada, eu apenas achei ter visto algo estranho." Eu estava nervosa e provavelmente mais pálida do que nunca.

"Vamos lá Julieta, eu te conheço desde que você era um bebê." Ele falou dando alguns passos para frente e eu dei alguns para trás." Se você quisesse participar da minha comemoração você poderia me dizer." Ele tinha um sorriso sínico, frio e calculista nos lábios.

"O que você comemora?" A minha curiosidade falou mais alto que o meu nervosismo e quando eu percebi já havia lhe perguntado.

"Não é óbvio? Eu finalmente consegui colocar meu querido filhinho em um lugar que ele nunca deveria ter saído." Quando ele terminou de falar isso meu coração parou, Harry realmente tinha razão.

"Mas por que?" Minha voz saiu falha sendo presa pelas quase lágrimas que estavam a se formar.

"Ele sabia demais." No mesmo momento ele andou em passos rápidos até mim e tentou me segurar pela cintura, mas eu fui mais rápida e corri o mais veloz que eu conseguia até minha casa. Ao estar em uma distância considerável e perceber que ele já havia parado de me perseguir olhei para trás, e senhor Styles mandou-me um beijo no ar.

Mas por que? Por que ele faria uma coisa dessa com o próprio filho? Desde que a Lucy morreu eles nunca mais tiveram uma relação normal entre pai e filho, Lucy era a preferida do senhor Styles, e ele culpou Harry até o último segundo pelo o que ele havia feito. Para ele Harry era um criminoso sem esperança, tão tal que assim que o acontecimento se deu ele fugiu para outro lado do mundo, ao invés de ficar e dar apoio para sua esposa, e tentar entender o que havia se passado na cabeça do seu filho para cometer tal ato.

Hoje eu vou visitar o Harry, não sei o que sentir sobre isso. O amor da minha vida é um criminoso, que foi preso pelo meu pai. As vezes eu queria ter uma vida normal, com uma mãe presente, e que nada daquilo que aconteceu oito anos atrás tivésse realmente acontecido. Que eu, Harry e Lucy tivéssemos continuado melhores amigos, e que nada de mal nos tivesse acontecido. Essa nunca foi a vida que eu desejei para mim, meu futuro era incerto. Quando eu pensava no amanhã nunca cogitava a possibilidade de estar viva. Em uma simples decisão, um simples, não tão simples, ato nossas vidas mudaram completamente de rumo. Nunca se sabe o que o destino tem preparado para nós.

Eu estava indo para a delegacia, estava com meus fones de ouvido e caminhava calmamente pelas ruas de Holmes Chapel. Meu pai não fazia ideia do que eu estava indo fazer, ele nem sequer sabia da minha saída de casa. Minha relação com ele esfriou muito depois que isso tudo aconteceu.

Me identifiquei e fiz toda a burocracia até finalmente estar prestes a ser liberada para minha visita. Eu só estava finalizando os papéis.

"O que você pensa que está fazendo aqui Julieta?" Meu pai entrou com tudo dentro da sala que eu estava.

"O óbvio."

"Não acreditei quando disseram que a minha filha estava aqui, você deveria ter me avisado." Ele olhava sério para mim, como de me pedisse para não repetir aquilo.

"Você não iria deixar."

"Você não sabe, não me perguntou. Não acredito que minha filha foi submetida a ser revistada e apalpada por qualquer um. Falha de vocês também que deveriam ter me avisado." Ele disse batendo com raiva na mesa da secretaria que estava com um olhar apavorado.

"Pai calma, você está assustando o pessoal." Eu praticamente gritei.

"Você vai para casa agora." Ele disse serio.

"Você não pode me obrigar, eu vou ver o Harry quer você queira ou não."

"Então vai lá, futuro brilhante esse sei se relacionando com um assassino." Ele gritou e saiu batendo a porta.

Eu nem havia percebido mas já haviam lágrimas formadas, fui rápida ao limpá-las para não preocupar o Harry que já tinha muita coisa em sua mente.

"Aqui os papéis Julieta." A secretaria me entregou os papais, ela parecia muito adorável e não mereceu que meu pai gritasse com ela por minha culpa. Eu apenas assenti e peguei os papéis em sua mão.

Fazia uns cinco minutos que eu estava sentada naquela sala gelada, silenciosa e com pouca à espera que algum policial trouxesse o Harry.

De repente a porta se abriu e Harry entrou sendo brutalmente empurrado para dentro. Incrível como em apenas uma semana ele havia mudado muito fisicamente  e  talvez psicologicamente.

Little KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora