She's really back

215 20 3
                                    

Seus cabelos estavam compridos e descuidados, suas olheiras se destacavam no seu rosto pálido, ele aparentava estar mais magro. Minha primeira reação foi correr para abraçá-lo. Mas fui impedida pelo guarda.

"Sem contato físico." Apenas assenti e voltei a sentar onde estava antes. Harry foi colocado na minha frente e logo em seguida o policial foi para o canto da sala.

"eu senti sua falta." Harry disse baixando, levantando sua cabeça e olhando nos meus olhos.

"E eu a sua." Encostei Meus pés nos seus por de baixo da mesa sem que o policial percebesse."Nós vamos dar um jeito de te tirar daqui."

"Eu não teria tanta certeza." Harry voltou a olhar para baixo.

"Ei, olha para mim. Nós vamos sim, eu e Liz vamos dar um jeito."

"Julieta, você conhece meu pai. E sabe que ele sempre consegue o que quer."

"Nem tudo..." Eu sussurrei para mim.

"O que você quer dizer com isso? Ele te fez alguma coisa? Ele te ameaçou? Me conta Julieta!"

"Eu fui na sua casa ontem, estava tendo uma festa lá. E eu encontrei o seu pai..." Antes que eu terminasse de falar Harry me interrompeu.

"Você é maluca? Você não tem noção de que aquele homem é doente e pode dar um fim em você com um piscar de olhos?" Harry estava ficando vermelho e sua veia estava saltando.

"Harry eu só queria te ajudar."

"Essa sua tentativa de ajuda só faz atrapalhar Julieta, quando você vai entender isso?"

"Mas então, como tem sido esses dias?" Eu perguntei tentando desviar da discursão.

"Os piores dias da minha vida, os detentos são bem agressivos quando acham que você matou uma criança é uma mulher." Só quando ele disse isso pude perceber os rasgos nas suas mãos.

"Harry eu não acredito que fizeram isso com você, e o que você fez?"

"Apanhei, eu mereci tudo o que eles fizeram. Na verdade eu merecia coisa pior."

"Para de falar assim, nós vamos te tirar daqui e você vai viver sua vida normalmente."

"Minha vida nunca vai ser normal Julieta, e enquanto você estiver perto de mim a sua também não será. Quando você vai entender isso?" Eu não aguentei, já bastava para mim. Levantei minhas mão sinalizando para o policial que já havia encerrado.

"Outro dia eu venho ver você." Me levantei e Harry apenas assentiu.

Sai da sala com lágrimas tomando conta de todo o meu rosto, eu soluçava e estava com o rosto inchado provavelmente.

Mas eu não iria dar esse gostinho para o meu pai, antes de sair fui até o banheiro para tentar dar um jeito na minha aparência.

Lavei meu rosto e sequei todas as lágrimas. Agora meu  rosto inchado pelo choro já poderia ter confundido com um resfriado.

Estava indo em direção a saída quando me esbarro em alguém.

"Julieta, quanto tempo querida." A figura na minha frente tinha um sorriso no rosto, mas ela não enganava, não a mim.

"O que você ta fazendo aqui?"

"Eu cheguei semana passada, seu pai não conseguiu dar conta do caso Georgina, foi o jeito me chamarem." Ela deu um sorriso de superioridade sempre querendo esnobar meu pai. Mas claro que s prisão de Harry tinha que ter dedo dela nisso. "Sua irmã me contou que você estava namorando Harry, sinto muito por você." Ela disse cínica tentando por um cabelo que estava no meu rosto atrás da orelha, mas eu a impedi.

"Não preciso da sua pena. Eles sabiam que você estava aqui? Já chega, preciso de ar. Vê se não me procura." Gritei e são praticamente correndo dali em direção a saída do prédio.

Como ela estava na cidade? Como ela tinha tomado de conta do caso da Georgina? E o pior de tudo, como meu pai e minha irmã sabiam que ela estava na cidade e não me disseram nada?

Muitas perguntas e dúvidas que pareciam finalmente estar perto da resposta rondavam na minha cabeça.

Se minha mãe estava na cidade a algumas semanas então a Angel também deve estar. Angel é a "companheira" da minha mãe que a fez nos abandonar.

Tudo começou como uma amizade inseparável, mesmo quando minha mãe casou Angel continuava frequentando nossa casa, e as duas só andavam juntas. Até que chegou um certo dia que minha mãe se abriu para o meu pai e contou tudo o que acontecia bem de baixo do seu nariz sem que ele percebesse, e no mesmo dia ela deixou eu e minha irmã sem ao menos se despedir, para viver seu amor dramático e julgado por todos.

Abro a porta de casa rapidamente e assim que eu entro vejo Madison e meu pai conversando na cozinha. Sem pensar duas vezes vou até eles e jogo o que eu tinha a dizer.

"Por que vocês não me falaram que ela está morando aqui?"

Little KillerOnde histórias criam vida. Descubra agora