Letters to Mel (Sequel to Harry)

6º capitulo.

A Kaytlin ficou mais um pouco no hospital, para acabarmos de falar.

Depois de ler o que ela tinha escrito no diário, conseguir perceber tudo o que tinha acontecido mais claramente. Mas fiquei a achar que o Mike também tinha tido algo a ver com este plano.

Vamos admitir, toda a gente sabe que o Mike teve uma queda pela Mel desde sempre. Antes de ela e eu falar-mos, ele já tinha tentado falar com ela, e foi ele que a convidou para a equipa de volleyball. E depois de eu começar a andar com ela, ele começou a deixar de falar comigo. E vamos admitir também que o Mike não é santo nenhum, então eu bem tenho a certeza que ele iria aproveitar a primeira oportunidade, ainda que ele seja o meu melhor amigo. Mas para isso, vou ter de descobrir se ele esteve metido, e onde no plano.

Ela acabou por ir embora, e eu fiquei sozinho no quarto. O Louis ainda voltou ao meu quarto, mas ele acabou por ser expulso uma terceira vez por andar a perseguir uma enfermeira pelo hospital.

Neste momento o plano era ir para Londres. Não só porque a Mike e a Mel estão lá, mas porque o Louis também. Ele tem um apartamento à venda no seu prédio, e eles avisaram-me que é pequeno, e está um pouco velho, mas neste momento vai ser tudo o que eu vou poder pagar. Amanhã iremos os três para Londres, e irei começar à procura de trabalho. A Kaytlin ficou na mesma faculdade que a Mel, e o Mike foi para uma diferente pelo que ela me disse. Mas ele andava a pensar em pedir-lhe para ir viver com ele, e bem, vamos por o destino à prova.

Combinamos ir os três de carro. A viagem vai demorar umas horas, e não tenho bem a certeza se o bebé do Louis ( isso é o que ele chama ao carro) vai sobreviver até lá, mas vamos rezar pelo melhor.

Estiveram toda a noite a fazer-me exames, e só tive umas horas para descansar antes de sair do Hospital.

Decidi ainda ir a casa para me despedir do meu padrasto e da minha mãe. Fiz as malas com a minha roupa, e algumas coisas dentro de uma caixa, incluindo uma foto da Gemma do Bob e do meu sobrinho, da minha mãe e do e do meu padrasto, e algumas fotos que tinha com a Mel. Uns livros, coisas para a casa, a minha guitarra, e o resto. O carro do Louis não é assim tão grande, e ainda está em pior estado do que da ultima vez que eu o vi. Por pouco íamos dando cabo do carro só de colocarmos as malas, quanto mais de passarmos 6 horas na estrada.

Despedi-me de todos, e estava pronto para ir. Como é óbvio, o Louis deve ter feito umas quinhentas piadas sobre dormir ou algo assim antes de entrarmos no carro, e estava quase a matá-lo. Kaytlin também não parecia muito confiante com o estado de saúde daquele carro velho.

Eu devo dizer que sentia-me como se fossemos embarcar numa aventura qualquer de um dos livros de Shakespare. Olhar para tudo o que estava a acontecer. Ver como a Kaytlin tinha os seus cabelos loiros a voar com o vento enquanto permanecia com a sua cabeça fora do carro, como Louis cantarolava bem alto todas as canções que passavam na rádio. Nenhum de nós os três sabe o que nos vai acontecer quando chegarmos, mas mesmo assim parecemos bastante optimistas.

Eu nem sei o que vou dizer à Mel quando a vir. Ou o que ela vai dizer quando me vir a mim. Tudo o que sei até agora é que ela avançou imenso enquanto eu não estive cá. Será que ela vai querer-me de novo na sua vida?

Não sei se lhe devia de fazer uma espécie surpresa, ou se devia de simplesmente aparecer-lhe e falar com ela. Bom, acho que ela iria ficar um bocado assustada de qualquer uma das maneiras, mas depois tenho de pensar nisso. Estou um bocado nervoso para dizer a verdade, nem acredito que já não a vejo á quatro meses. Não acredito que já não a beijo á quatro meses. Nem acredito que já não namoramos. Continuar a achar que isso foi culpa do Mike.

Ainda não falei com ninguém sobre os sonhos, ou melhor, pesadelos. Não vejo porque haveria de falar sinceramente, mas isso fez-me pensar bastante. O pior disto tudo é que parecia tudo tão real. E só de pensar que poderia mesmo ter acabado assim, dá-me arrepios.

Mas continuando, a nossa aventura.

Sinto que estou a embarcar em algo grande. A minha vida está mesmo a começar, assim como a história. Vou para Londres, começar do zero, atrás da rapariga da minha vida. Sou meio um Romeu moderno falido, que vai atrás da sua Julieta, que foi roubada pelo seu melhor amigo, e que tem de a recuperar de novo. Sim, parece-me uma boa história. Isso e colocar o Louis com uma daquelas roupas de bispo e aqueles chapéus altos, enquanto fuma um cigarro e anda no seu carro a cair aos bocados. Seria uma história incrível, mas ele seria um bispo terrível.

Não sei quanto tempo vai levar até conseguir falar com a Mel, mas neste momento tudo o que eu tenho é tempo. Não me quero preocupar com tempo, desde que a possibilidade de a ter um dia nos meus braços exista. Enquanto isso existir, pode ser daqui a uma semana, ou vinte anos, eu vou lutar por ela.

Como Shakespare diria " O tempo é vai muito devagar para aqueles que esperam. Muito rápido para aqueles que estão assustados.  Muito longo para aqueles que se lamentam. E muito curto para aqueles que celebram.

Mas para aqueles que amam.

O tempo é eterno. "