Capítulo 3: A Certeza

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- Filha? Acorde! Venha depressa temos muitas coisas para poder preparar ainda. Pois daqui a pouco os convidados vão chegar.
- Já estou indo mãe! Me dê dez minutos apenas, vou levantar e me arrumar.
Era o terceiro dia desde a visita ao quarto de Natan, depois desde dia não conseguiu mais voltar lá, sua mãe ocupou o máximo de seu tempo, pois, iriam fazer uma festa de aniversário o seu e toda a família iria está presente, só de pensar em seus familiares ali, pessoas falando por toda parte já lhe embrulhava o estômago, será que ela não que ela não podia ter um momento de paz? Será que ninguém podia respeitar o seu sofrimento? Mas ela aceitou ajudar sua mãe, afinal era para a felicidade de seu pai.
Levantou da cama, tomou uma chuveirada rápida, e vestiu a primeira roupa que pegou, uma calça jeans surrada rasgada nos joelhos, uma camiseta preta básica, desceu as escadas correndo com o par de All Star na mão, pegou uma maçã e foi para o carro calçando os tênis enquanto sua mãe fazia o trajeto até o super mercado. Sua mãe como sempre falando pelos cotovelos, nem se quer percebeu que sua filha estava com os fones de ouvido, saindo do supermercado foram ao shopping, que na correria esqueceram de comprar o presente antes, no vai e vêm, no entra e sai de lojas, sua mãe conseguiu encontrar o presente, uma camisa social, Dorothy já sabia que ia ser uma camisa social, pois o pai só anda assim, e todos os anos a mãe sempre acaba dando uma camisa do tipo. Enquanto a mãe pagava e esperava a moça fazer o embrulho, Dorothy esperava no lado de fora da loja encostada na vitrine, olhando o tempo, que agora já estava escurecendo, devia ser mais ou menos umas seis horas da tarde, então lembrou que daqui algumas horinhas ela ia rever toda a família, e os primos e primas que nem conversava com ela, pareciam ter medo de como ela era e de como se comportava, mas nada disso importava pois ela sempre teve Natan ao seu lado para lhe fazer companhia, mas dessa vez não tinha nem pensado como iria ser o aniversário de seu pai, com quem iria conversar e rir, com quem iria fugir depois dos parabéns para se esconder de todos os abraços que iria ganhar ao ver todos indo embora, esses pensamentos lhe fez ficar triste mais do que já estava, foi quando tentou afastar os pensamentos, olhando as pessoas saindo e entrando do shopping, vendo o modo como elas se comportavam e riam sobre assuntos que ela não queria nem saber, percebeu alguém em pé do lado de fora encostado no poste, fixou o olhar para enxergar melhor, aquele homem era familiar, tão familiar que o coração da pequena garota disparou, sabia quem estava ali, vestido todo de preto como de costume, mãos dentro do bolso da calça, cabeça baixa, pele branquinha, e dava para ver os cabelos loiros por debaixo do boné, não tinha dúvidas era ele, era o Natan. Saiu correndo sem pensar em nada, não conseguia ver ninguém no caminho, não conseguia escutar nem mesmo sua mãe lhe chamando, só queria está lá com ele, tinha tantas perguntas pra fazer, tinha tanto que lhe dizer é abraçar, mas chegando lá fora viu que ele não estava mais ali parado, entrou em desespero, olhando para todos os lados, correu até a tua ao lado e nada, nenhum sinal de que ele esteve ali, foi quando ela se deixou cair no chão, com as mãos no rosto já não podia suportar a dor de lhe perder mais uma vez, então chorou, mas chorou como uma criança que necessita de uma mãe, estava se sentido sozinha, completamente arrasada. Sua mãe lhe encontrou, a levantou e no caminho para casa quebrou o silêncio: - Filha meu amor, o que aconteceu??
- Eu o vi mãe, sei que era ele ali, mas por que ele sumiu? Por que me deixou ali sozinha e não me esperou?
- Você está falando de quem? Está falando do Natan filha?
- De quem mais eu poderia está falando?
- Podia ser alguém parecido com ele, você se confundiu, não tinha como ele está ali. Minha querida, você tem que aceitar e se conformar com o que aconteceu, ele não vai voltar.
- CHEGA! Dona Elizabeth não vamos falar mais nisso, você e o papai nunca acreditaram em mim, e vão pensar que estou louca, eu sei o que vi, não vamos mais falar sobre isso, ok?
Dorothy sabia que não podia contar com a ajuda de seus pais, eles a uma hora dessa deviam estar pensando o quanto ela estava louca, agora estava sozinha de vez, não tinha com quem contar para ajudar a descobrir o que aconteceu com Natan e onde ele está.
Fizeram todo o caminho até em casa em silêncio, Dorothy subiu para o quarto, tomou um banho, e deitou, pensando onde ele está agora, e o por que apareceu e depois sumiu. Poucas horas depois escutou a companhia, era os familiares chegando para o aniversário de seu pai, percebeu que não tinha de arrumado ainda, levantou colocou os jeans e a blusa que ganhou de Natan, então desceu e todos estavam ali, elegante quando chegou teve que escutar as tias falando o quanto ela estava magra e abatida, e que poderia está doente, pegou sendo olhada da cabeça aos pés por primas que desde a infância não via, e tinha um garoto com elas, tentou lembrar quem era, mas não quis saber. Todos cantaram os parabéns, Dorothy deu falta da senhora Scott e de seu marido, mas já era de se esperar que eles não iriam comparecer, abraçou o pai mais uma vez e foi para o quarto, sem ao menos despedir das pessoas presentes ali. Estava com dor de cabeça, talvez seja porque não comeu nada, mas não estava com fome, não conseguia comer, nada lhe parecia fazer bem, então deitou exausta e em meio às lágrimas mais uma vez foi pega pelo sono.

Obs: Dorothy na Foto (imagem retirada no Google)

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