As Lágrimas de Dorothy

Capítulo 6: O Significado

Passaram a noite procurando um significado para o medalhão deixado em cima da cama de Natan, era diferente parecia algo muito antigo, Dorothy já estava bem cansada quando encostou no travesseiro na cama de Vinicius, ela acabou adormecendo, e Vinicius ficou a procura de um significado, não achou nada nas pesquisas feitas na internet, foi quando lembrou que na cidade havia uma biblioteca antiga, lá tinha muitos manuscritos e histórias de famílias nobres e simbologia.
O Sol entrava pela janela, Dorothy abriu os olhos e viu que adormeceu no quarto de Vinicius, mas onde ele estava? Onde ele dormiu? Levantou e viu o notebook de Natan e a caixinha de couro preta em cima da escrivaninha, e junto tinha um bilhete:

" Dorothy, levantei cedo deixei o café da manhã arrumado pra você na mesa da cozinha, fui até a biblioteca municípal ver se encontro algo sobre o medalhão, e depois vou para a faculdade, vou chegar para o jantar, pois, tenho algumas coisas para resolver depois das aulas. Vá a aula e não se preocupe vamos descobrir o que isso significa.
Um abraço Vinicius.
Obs: Eu dormi na sala, antes que você pense que dormi ao seu lado."

Dorothy levantou viu que os pais não estavam mais ali, foi na cozinha tomou o café, que por sinal estava uma delícia, se sentiu aliviada, pois, a tempos que não se alimentava direito pela manhã, foi para o quarto tomou um banho e foi para escola, se sentindo mais esperançosa do que nunca.
O dia passou rápido, já estava na mesa esperando a mãe colocar o jantar quando Vinicius entrou em casa, deu boa noite a todos e lançou um olhar para ela "novidades", Dorothy se conteve para não sair correndo até o quarto dele para descobrir o que era, todos jantaram e riam de acontecimentos do dia, Elizabeth e Giovanni olhavam felizes paras os dois na mesa, era a primeira vez que eles conversavam e participavam das conversas com entusiasmo. Dorothy foi fechar a casa e dessa vez não encontrou nada, ficou triste, queria ter mais coisas para pesquisar e ir encaixando a história.
- Licença, posso entrar?
- Já entrou, não precisa pedir licença se a porta estiver destrancada. Ela percebeu algo no tom de voz de Vinicius, irritação? Nervosismo? Preocupação? Entrou e sentou nos pés da cama sem olhar nos olhos dele.
- A noite passada eu acabei dormindo, podia ter me acordado, onde você dormiu?
- Você tava dormindo igual um anjo, não queria atrapalhar o seu sono, eu deitei no sofá da sala, como disse no bilhete, lá é um lugar muito confortável também.
- Disse que ia na biblioteca, descobriu alguma coisa?
- Sim, e queria lhe fazer uma pergunta antes de lhe mostrar.
- Pode fazer.
- Em que seu amigo acreditava?
- Como assim?
- Me refiro a coisas sobrenaturais.
- Ele era fanático em histórias de terror, zumbis, vampiros, lobisomens, fantasmas, ET's, coisas desse tipo, mas nunca me disse que acreditava na existência de um deles, seria uma loucura isso. Vendo a expressão de espanto e certeza no rosto do primo Dorothy arregalou os olhos. - Existem? Não é loucura?
- Olha se é loucura ou não, se existem ou não, eu realmente não sei, mas quem deixou isso na casa do Natan acredita sim que existe, isso é um medalhão pertencente à uma família antiga, toma leia as cópias que fiz na biblioteca. Um símbolo que poucos conhecem, agora temos que descobrir que ligação esse seu amigo tem com a história.
- Isso é impossível, o Natan envolvido com coisas do tipo? Realmente é algo inacreditável, quem garante que seres assim existe?
- Olha não estou confirmando que existem, mas se o medalhão leva a uma história mal explicada sobre, um história antiga, algo tem por trás disso tudo, se não tiver sentido, pode ser alguém tentando lhe fazer medo.
- Me fazer medo? Pra que? Pra eu ficar longe de desvendar a tal morte do Natan? Mas quem iria querer isso?
- Dorothy escuta, são só suposições, tá ok. Temos que descobrir a senha da pasta no notebook, ali deve conter mais informações que ele escondeu de você, pensa algo que ele amava, algo que ele sabia que ninguém iria pensar e adivinhar que era a senha.
- Eu tentei tudo que ele amava, a data de nascimento dos pais os nomes deles é sobrenomes, fiz todos os tipos de combinação possível, até o nome do primeiro cachorro que ele teve e ele amava eu tentei.
- Você não tentou o óbvio, né? O seu nome ou sua data de nascimento, ele a amava e lhe considerava muito, vai tenta um dos dois.
- Ele não iria colocar isso. Quer ver que não é? Ela tentou o nome e depois a data de nascimento e nada. -Viu?
- Coloca o nome e a data juntos, tenta pensar em uma combinação dos dois juntos.
Dorothy então o fez, e a pasta desbloqueou, ela ficou parada olhando a tela, não teve coragem de abrir, talvez não estivesse preparada pra isso, toda aquela história não fazia sentido, estava se sentido confusa e com medo.
- O que foi? Não vai abrir a pasta? Não era o que você queria?
- Eu não sei, tô com medo.
- Vamos fazer o seguinte, vamos abrir ela quando tu estiver segura disso, ok? Assim vamos procurando mais coisas relacionadas com o medalhão.
Dorothy concordou, pegou o notebook e o medalhão deu boa noite a Vinicius e foi para o seu quarto. Passou a noite em claro, pensando e lendo os xerox que Vinicius pegou na biblioteca, lembrou que a família de Natan tinha um álbum, desde a época dos bisavós dele, ela só tinha que achar onde a mãe dele o guardava.
Ela se perguntou o que estava fazendo, invadindo senhas em computadores e agora pensando na possibilidade de seres sobrenaturais existirem, virou para o canto de sua cama afastando todos os pensamentos, e se entregou a um profundo sono.