Capitulo 3 - A descoberta

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08 de Março, 2014

POV AMELIA

- Então... em que ano você está? - pergunto, tentando puxar assunto.

- Estou no oitavo ano, tenho 14 anos.

- Eu tenho 13, sou um ano adiantada e, já que só tem uma sala de oitavo ano, significa que nós estamos na mesma sala! - disse sorrindo - Por que seus pais não te deixaram na escola?

- Ah, eles disseram que eu deveria "guardar" o caminho até a escola, mas estou parecendo uma idiota com certeza... - Ela deu uma pequena risada.

- Uma idiota que salvou uma vida!!! - Dei uma risada e um grande sorriso, para tentar alegrá-la.
Enquanto íamos a pé até a escola, ficamos conversando sobre séries, jogos, músicas e coisas do tipo.

[...]

Chegando na escola, senti duas mãos puxando meu moletom favorito (um moletom de zíper com o escrito "I'm Sher Locked"), provavelmente era a Laurie Mustard, uma garota ridícula que eu chamava de prostituta, pelo fato de ela usar mais maquiagem que o Palhaço Bozo e utilizar um "short" (para mim uma roupa de baixo, pois na minha opinião os shorts devem estar ao menos na coxa e não na virilha) e uma "regata", que também parecia um sutiã e, ainda tinha um cheiro de perfumes baratos utilizados misturados e em excesso. Então ela disse com sua voz estridente e desafinada:

- Hey, quem é a novata hein?

- Agora você se importa com a vida dos outros?

- Não me importo, mas isso não significa que eu não possa saber de tudo que acontece nessa escola, ainda mais quando se trata de você, a garota menas popular da escola.

- O certo é: "A garota "menos" popular da escola." - Disse, em um tom mais sarcástico, enquanto Leah estava com uma expressão de ódio. - E não, você não tem o direito de saber tudo, pois para saber algo você deveria pelo menos, parar de se prostituir, ir atrás de informações e estudar português para aprender a no mínimo falar.

- Você vai ver a minha doce vingança... - Ela disse tentando soar assustadora.

- Com sua voz de taquara rachada, nada é doce, nem mesmo um brigadeiro.

- Brigadeiro?

- Pronto, agora a palavra "brigadeiro" é uma palavra azeda, que não traz boas lembranças.

- Laurie, vamos embora, largue essa recalcada aí - Disse a amiga de Laurie, com roupas e maquiagens idênticas as dela.

Então Laurie me empurrou pensando que eu cairía, mas eu nem se quer me mexi, tudo bem, deixa ela se iludir. Fui para a aula sozinha, pois Leah tinha muitas coisas para resolver com o diretor.

[...]

Em um certo momento na aula, Laurie jogou uma bola de papel em mim e fez uma careta, como se eu me ofendesse. Então ela pegou seu espelho e começou a se maquiar, no meio da aula, eu fiquei com tanto ódio, pois eu não podia nem desenhar por um segundo que o professor me dava uma advertência, já ela podia se maquiar durante a aula inteira e o professor não fazia absolutamente nada. Naquele momento meu rosto estava ardendo de raiva e então, do nada, o espelho que ela segurava explodiu em seu rosto, fazendo pequenos cacos perfurarem suas bochechas, que estavam extremamente perto do espelho. Ela gritou de dor. As aulas do dia foram suspensas. Na saída encontrei Leah, que estava mancando. Esse foi o momento em que eu fiquei no meu ápice de raiva. Eu fiquei com tanta raiva que nesse momento ouvi um grande estrondo na escola, peguei a mão de Leah e saí correndo, por mais que ela estivesse mancando. Quando chegamos no metrô, sentamos em uma pequena lanchonete que tinha lá perto e começamos a conversar.

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