Ele é surpreendente

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Não sei pra onde vamos, mas passamos pela frente da casa de Pablo, me fazendo sentir uma angústia imensa. Acho que faço alguma careta, pois Apollo olha pra mim preocupado.

- Você tá bem marrentinha?

- Sim. Só estou tentando processar algumas coisas. Afinal, pra onde você vai me levar?

- Gosta de comida italiana?

- Amo comida italiana! - Falo tentando colocar entusiasmo na minha voz.

- Então você vai ficar muito feliz!

Rio um pouco.

Ele dirige por mais alguns minutos, e paramos em frente à um restaurante muito lindo.
Ele é aberto ao ar livre, mas mesmo assim com toques requintados.

Apollo desce e abre a porta do carro para mim.

- Obrigada.

- Tá vendo, consigo ser educado.

- Imagino que deva estar sofrendo. - Sorrio largamente.

- Ha ha ha, muito engraçada você.

Ele me dá o braço para eu segurar.
De primeira o olho desconfiada, mas aceito.

Vamos em direção à mesa que ele já tinha reservado.
Ela ficava ao lado de um jardim com várias rosas vermelhas.

- Gostou marrentinha?

- Me chama de Ariela por favor.

- Você me chama de babaca.

- Ok, vamos fazer assim: você me chama de Ariela e eu te chamo de Apollo.

- Te chamarei de Ari, é pegar ou largar.

- Tá certo. - Mas nesse momento, me vem as lembranças de Pablo me chamando de Ari.

- Ari?! - ele fala preocupado.

- Oi, desculpa viajei um pouco.

- Percebi. - Ele dá uma risada pra deixar o clima menos tenso. - Mas vai querer o que pra comer?!

- Confio no seu bom gosto. Escolha pra mim.

- Então vou pedir uma massa pra nós dois.

Enquanto ele faz o pedido, eu fico relembrando os momentos com Pablo. Ele me beijando, me chamando de linda. Mas principalmente, ele me chamando de vagabunda. Só de pensar meu rosto queima.

- Pronto Ari. Pedido feito, agora eu quero lhe conhecer melhor. Me fale sobre você.

- Bom, vamos lá. Sou chata, sem graça, tenho tino pra idiotas, gosto de gatos, e principalmente quero viajar o mais rápido possível pra Forsand na Noruega.- Pablo me mostrou algo bom pelo menos.

- Sem graça? Acho que não viu - ele me olha profundamente.

- Então... - Quando vou falar, vejo Pablo entrando no restaurante com uma garota.

- Ari? - Ele fala olhando pra onde estou olhando, pra entender minha cara de dor.

- Realmente, não devo valer nada pra ninguém.

- Olha que pra mim você vale.

Olho para ele, com uma mistura de espanto e por incrível que pareça com alegria .

- Realmente, você não é de todo ruim.- Ele dá um sorriso de lado lindo, que consegue mexer comigo.

- Você quer ir embora?

- Não, vinhemos aqui para nos divertir, e é isso que vamos fazer.

Ficamos jogando conversa fora, até que nossa massa chega.

Apollo faz eu me engasgar a cada minuto, com coisas que já aconteceram na vida dele.

Quando terminamos, ele percebe que não estou tão a vontade assim.

- Vamos Ari?!

- Vamos.

Enquanto ele vai pagar a conta, eu fico olhando de canto de olho para a mesa de Pablo.

Apollo me tira dos meus devaneios.

- Vamos?

- Sim.

Ele me dá o braço, e eu o seguro. Quando passamos em frente à mesa de Pablo, escuto :

- A força né, sei...

Quando tento continuar andando, Apollo se vira e o encara.

- Olha...Pablo né? Eu a beijei sem ela querer mesmo, mas não me arrependo, porquê assim, pude conhecer essa garota extraordinária.

Pablo faz uma cara que não consigo descrever.
Então Apollo me puxa para fora do restaurante em direção ao carro.

Paramos em frente ao carro e ele me olha.

- Obrigada por ter me defendido.

- Obrigado por ter entrado na minha vida. Você é especial Ariela.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, e ele a enxuga com o polegar.

Quando penso que vai me beijar, ele me abraça. Isso me surpreende, mas de uma forma boa.
Ele está tentando começar certo.

Meu destino é andar sem destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora