Amor?

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- Sabe? As vezes você consegue ser romântico - Falo rindo.

- Eu sou um romântico diferente. Mostro o melhor de mim, a quem merece. - Fala sorrindo de lado.

- Nossa como está poeta esse Apollo. - Falo, enquanto ele joga um pouco de areia em mim.

- Ariela, você não consegue parar de ser debochada? - Ele fala rindo, enquanto lhe faço uma careta.

Tiro a blusa e fico de biquíni e short.

- Vou ali comprar uma água de coco - Falo levantando.

- Você não quer que eu vá pra você?

- Não precisa né Apollo. A barraca fica a 20 metros daqui.- Falo rindo.

Caminho até a barraca.

- Boa tarde. Me dê uma água de coco. - Falo para o vendedor.

Enquanto ele abre o coco, sinto uma proximidade. Quando olho pro lado, tem um homem moreno,alto, me encarando. Engulo em seco.

- Olá gata.- fala me encarando.

Faço menção com a cabeça.

O vendedor caminha até mim, me entregando a água de coco. O pago e quando vou me retirar, sinto um puxão no braço.

- Não vai falar comigo? - Fala soando ameaçador.

- Não...nem lhe conheço. - Falo gaguejando.

Dessa vez ele me puxa mais forte, tentando me beijar. Me debato em seus braços.

Sinto um impacto, e de repente o brutamontes me solta.
Quando consigo me equilibrar, percebo que APOLLO está engalfinhado com o homem.

Vários banhistas vão separar a briga, quando conseguem separá-los, alguém ameaça chamar a polícia, e o desconhecido sai correndo.

Corro em direção à Apollo, e vejo seu supercilio cortado, e o canto esquerdo de sua boca também cortado.

- Meu Deus, você está bem? - Falo nervosa.

- Tô, mas... E você? Ele fez o que com você? - Ele soa preocupado.

- Não deu tempo dele fazer nada. Vamos pra casa, não tenho mais clima de ficar aqui na praia.

Voltamos para a casa de praia.

- Apollo, vou tomar banho. Você faça o mesmo no banheiro daqui de baixo. Quando eu terminar vou lhe fazer uns curativos.

- Como tá cuidadosa. Esses pequenos gestos, me fazem gostar mais de você. - Lhe dou um beijo e subo pra o banheiro.

[...]

- Ai Ariela, essa remédio arde - fala, enquanto eu rio.

- Deixa de ser mole, esse remédio nem arde - Falo debochando.

- Arde sim - fala contendo uma lágrima.

- Apollo, nem quando eu passei esse remédio no joelho da minha prima de cinco anos, ela reclamou tanto - Falo rindo.

- Também te amo Ariela. - Olho fixamente pra ele.

Congelo por alguns instantes. A última pessoa que disse que me amava, me chamou de vagabunda.

- Ari? - fala assustado.

- Oi...desculpa. - Falo ainda distante.

- O que foi?

- Esse, eu te amo. Ainda me dói. - Falo baixando o tom de voz.

- Por que?

- Porque a última pessoa que disse que me amava, me decepcionou muito. - Falo respirando fundo.

- Bom... Eu sei que te amo. - Ele fala com um olhar doce.

- Como você tem tanta certeza?

- Porque eu nunca senti isso por ninguém. É avassalador. Quando eu olho pra você, me vem uma paz, mas ao mesmo tempo várias borboletas dançam no meu estômago. Na faculdade, eu ficava esperando cada manhã, pra te ver novamente.
Se isso não é amor, eu não sei o que é então.

Não consigo falar nada, então o beijo.
Um beijo de agradecimento, de esperança de amar de novo.

- Eu não sei dizer o que sinto por você ainda. Mas sei que é algo bom.

- Nossa- Ele ri um pouco - nós estávamos falando de remédio que ardia, fomos para em declaração de amor.

- Porque nós somos dois loucos, em um mundo que não merece nossa loucura.

- Agora foi você que virou poetiza. - Fala gargalhando.

- Babaca!

- Que horas são? Tô morrendo de fome - fala passando a mão na barriga.

Olho pela janela, e percebo que já está escuro. Olho pra tela do meu celular, e já são 19:00hrs.

- Nossa, já são 19:00hr.

- Vamos pedir uma pizza?- fala com súplica nos olhos.

- Só se for agora. Com a fome que eu estou, como uma inteira.

- Pois eu vou pedir quatro, vamos ver quem come mais? - fala entre risadas- Quem perder paga a conta.

- Se prepare pra perder, baby. - Falo piscando um olho.


Meu destino é andar sem destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora