Ai minha cabeça

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Quase duas semanas depois de voltar a vida acadêmica, comecei a me acostumar com as aulas, mesmo sem conseguir enchergar. Apollo, sempre me ajuda com os trabalhos,e por incrível que pareça, está tudo transcorrendo muito bem.

Pablo tenta a todo custo falar comigo, mas já mudei de número,o que de certa forma ajuda a não ter tanto contato comigo.

Apollo não está indo tanto lá em casa, pois meus pais ainda não o aceitaram muito bem.

Eu neste momento estou em casa, esperando Apollo, pois meus pais não estão em casa, e assim, o clima fica menos tenso.

Já consigo me arrumar só, que é um grande avanço, já que mesmo sendo minha mãe ou Bela me ajudando, é estranho, sempre fui independente.

- Ari!- Escuto o som vindo da janela. - É Apollo.

- A chave tá embaixo do jarro, perto da porta. - Falo em um tom alto.

- Beleza.

Após uns cinco minutos, escuto a porta do quarto abrir.

- Estava morrendo de saudades - fala enquanto me abraça.

- Nossa, nós nos vimos ontem na faculdade - Falo rindo.

- Sim, mas já se passaram, hm deixa eu ver? - Fala olhando pro relógio que está no seu pulso esquerdo - vinte e duas horas, isso é muita coisa.

Começo a rir.

Ficamos conversando, abraçados na minha cama , durante umas duas horas.

- Ari, estranho é que, falei para todos que sou seu namorado, mas nunca pedi de verdade. - Fala, enquanto dedilha meu braço.

- Eu já te considero, não precisa se preocupar.

- Mas eu quero fazer do jeito tradicional, sei que sou babaca, mas sou um babaca a moda antiga. - Fala enquanto eu rio descontroladamente - Ari, seu romantismo é quase Shakespeareano.

- Desculpa - Falo prendendo o riso.

Então Apollo,pega minha mão e a segura.

- Ariela Prado Nogueira, você aceita namorar comigo?

Não teve como não recordar de Pablo, ele foi o meu primeiro namorado. Não consigo esquecer o seu pedido de namoro.
Mas a vida é feita de renovação, e melhor ainda, quando se renova para algo melhor.

- Assim, sabe...

- Ari, Ari...

- Tô zoando, claro que aceito - Então ele, me puxa para seu peito e me beija.

Escuto um barulho vindo da sala.
- Apollo, eu escutei alguma coisa.

- Eu também, será que são seus pais?

Escuto a voz do meu pai e da minha mãe.

- Droga, vai pra debaixo da cama!

- Sério?

- Vai logo, caramba.

Então sinto Apollo levantar e ir pra debaixo da cama, e bater embaixo da cama.

- Ai minha cabeça - prendo o riso.
- shiu.

Finjo estar dormindo . Até que ouço a porta ser aberta.

- Filha?

Não respondo e continuo "dormindo ".

- Nogueira ela tá dormindo.

- Deixa ela dormir.

Então escuto a porta ser fechada.

Espero uns dois minutos.

- Pronto, acho que já pode sair.

- Ai - fala enquanto bate em baixo da cama.

- Nossa, você é meio descordenado- Falo rindo. - Já me disseram que lavar os pratos, faz bem pra coordenação motora.

- haha, engraçadinha.

- Sei que sou - Falo rindo.

- E agora, como vou sair ?

- Bom, a janela do meu quarto é na lateral da casa, então eles não vão conseguir ver você.

- Quer que eu saia pela janela?

- Foi uma sugestão, mas se quiser pode sair pela porta da sala, e passar pelos meus pais, ou pela porta de trás que está trancada e a chave fica na sala. A escolha é sua.

- Adoro pular janelas - fala rindo.

- Boa escolha - Falo rindo.

Então Apollo me beija.

- Deus ajuda aqui, que não vai ser fácil descer essa janela. Tchau, Ari.

- Tchau, cuidado quando for descer.

Um minuto depois, ele fala de lá debaixo:

- Consegui.

Vou em direção da janela, me apoiando na cama.

- Cala a boca - Falo rindo.

-Tchau, namorada.

- Tchau, namorado - Falo rindo.

Me deito na cama, e fico pensando na vida.
Mas do nada, sinto minha cabeça doer.

- Ai que dor - Falo com a cabeça baixa e com as mãos nela.

Pisco várias vezes, e me surpreendo com o quê está acontecendo.





Meu destino é andar sem destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora