22º Capítulo

121 13 13
                                    

Não sejam leitoras fantasma:

* Votem

* Comentem

------------------------------------------------

No dia seguinte...

Acordei com uma dor de cabeça enorme. Levantei-me da cama e fui à cozinha na esperança de encontrar um comprimido para acabar com aquele sofrimento. A minha avó estava junto da janela com uma chávena na mão, perdida nos seus pensamentos. Digo isto pois a chamei duas vezes mas não obtive qualquer resposta. Após tomar o comprimido, cheguei-me perto dela, cumprimentei-a e pus-me a observar a paisagem que me era proporcionada. O céu estava coberto de nuvens cinzentas, as estradas húmidas, viam-se pessoas com os seus chapéus de chuva preparadas para uma tempestade de verão que se estaria a aproximar.

- A que horas é que vai começar?- Questionei eu sem tirar o olhar da janela. (Bella refere-se ao funeral do avô. Organizado pelos seus pais e pelo senhor com bigode da agência funerária, na noite anterior.)

- Ás 11h da manhã.- Murmurou a minha avó dando um gole no seu café.

Assenti e fui preparar o meu pequeno almoço. A fome era pouca, no meu estômago ainda estava a decorrer uma segunda guerra mundial devido a todo o nervosismo. Fiz uma torrada com manteiga e servi um pouco de café numa chávena de porcelana que encontrara num dos armários da cozinha. Após terminar, fui tomar um duche rápido. Vesti uma camisa azul escura com meia manga, umas jeans pretas, uns sapatos pretos com um pouco de salto e no fim de estar pronta acrescentei a pulseira do meu avô que recebera no dia anterior.

Na hora seguinte alguém bateu à porta do meu quarto, era a minha mãe. Ontem quando cheguei a casa, nem sequer lhe falei...Ela queria conversar comigo, para ver se eu precisava de alguma coisa, mas eu resolvi dizer que estava tudo bem, que já não estava nervosa e que agora já estava mais calma, mas na verdade as coisas não era bem assim...Depois de uns longos minutos a tentar convencê-la o meu pai apareceu à porta a dizer que estava na hora de irmos.

***

Quando chegámos ao cemitério, onde seria feita a cerimónia, senti a minha pele a arrepiar-se. Só não sabia bem se era por causa da brisa fresca que passava por mim ou se era pelo facto de estar num lugar tão silencioso e triste como aquele. 

Amigos da família e alguns vizinhos que já conheciam o meu avô à anos, foram chegando à medida que a hora se aproximava.

Ás 11 horas fomos para perto da campa destinada ao meu avô e o padre começou a dar uma espécie de missa...Tornava-se cada vez mais difícil de conter as lágrimas nos meus olhos. Todos em redor de mim estavam a chorar, a minha avó estava desolada, cada palavra que o padre dizia era um aperto maior que o outro no meu coração...

- Ámen.- Disse o padre por último.

Foi ai que começaram a atirar flores para dentro da campa do meu avô. Primeiro os amigos da família, depois os vizinhos, em seguida a minha avó, os meus pais, o meu irmão e por último chegou a minha vez. 

Dei um pequeno passo para a frente e olhei para baixo...Não aguentei mais e tive que levar a mão à cara para poder libertar todas as lágrimas que permaneciam nos meus olhos à vários minutos atrás. Atirei a pequena coroa de rosas multicor para a campa e voltei para junto da minha avó.

***

No final da cerimónia fomos almoçar qualquer coisa a um pequeno restaurante...No caminho de volta para casa ninguém pronunciou uma única palavra. Quando chegámos cada um foi para o seu quarto descansar. Finalmente decidi ligar o meu telemóvel, nele havia mensagens do Nash, do Cameron, chamadas não atendidas...Encolhi os ombros e deitei-me na cama, acabando por fechar os olhos e adormecer. 

This Is What I WantOnde histórias criam vida. Descubra agora