Capítulo Treze.

69 12 1
                                    

SAYMON BETTENCOURT

Valentine respira lentamente em meus braços, depois de nossa conversa de ontem na biblioteca tenho a sensação de que um peso foi arrancado de minhas costas, ela teve uma reunião com o conselho e logo entramos pela noite, ela veio para seu quarto sozinha, mas depois eu vim fazer companhia para ela, não conseguia me manter longe, eu necessitava de sentir o seu calor e ter a plena certeza de que ela estava segura.

As palavras do bilhete ainda estavam em minha mente como tinta fresca, o bilhete foi deixado no forte do castelo e como o remente são de relações diplomáticas não teve dificuldade alguma para chegar ate as mãos de Catherine.

Eu havia pedido uma varredura ao soldado Cavalcante juntamente com Heron e soldados da confiança de ambos para vistoriar a floresta nas áreas próximas, mas nada de diferente foi encontrado, a choupana estava sob vigilância constante caso alguém tentasse passar a noite em nossos territórios – Valentine se move em meus braços.

Ninguém me afastaria dela, isso não estava nem entrando como uma cogitação, Valentine é minha e eu estava disposto a tudo para eu isso fosse de conhecimento de todos, estávamos unidos de uma forma diferente e nada poderia ser capaz de contradizer isso, e não seria um neto de conde que faria isso, ele não chegaria a nossos pés.

Valentine abre seus olhos der repente e tem um sobressalto, eu aperto ela de uma maneira que ela rapidamente conhece o calor do meu corpo e a textura de minha pele, ela se vira para mim e posso ver seu rosto se suavizando.

Seus olhos são uma confusão que me atingem em cheio, eu passo minha mão em seus cabelos macios e ouço sua respiração alta.

– Bom dia, Majestade – eu falo suavemente.

– Bom dia – ela sussurra com um sorriso sereno.

– Como você veio para cá? – ela pergunta.

Fico estático por um instante, buscando pela melhor resposta, mas não encontro uma que seja a sua altura.

– Não consigo ficar longe de você – admito.

Seu sorriso se abre um pouco e isso me deixa claramente aliviado.

– Isso é um bom sinal devido às circunstancias – ela fala.

– Vamos esquecer isto por um momento? – arqueio minhas sobrancelhas.

Ela suspira e rola para fora do meu aperto e logo está de pé, usando apenas um fino tecido em seda branca que cobre seu corpo encantador.

– Preciso fazer uma caminhada matinal – ela diz.

Estremeço, me levanto da cama e vou ate ela, ainda uso as roupas de ontem, apenas meus sapatos estão jogados ao chão.

– Acompanhada de um soldado não vejo problema algum – digo e minhas palavras estão cadenciadas, tento ocultar a preocupação em minha voz.

– Não – ela diz rapidamente – Preciso de um momento para pensar, somente eu e mais ninguém, preciso tomar uma posição urgente, Michel pode pensar que estou consentindo com seu aviso, e isso não vai acontecer – a voz de minha rainha e cheia de determinação.

Eu aquiesço ao ouvir suas palavras, e logo em seguida coloco minhas mãos no bolso da minha calça alinhada, tirando um pequeno quadrado uma mistura de madeira e ferro, Valentine abre o objeto com atenção, eu puxo a primeira camada, a segunda e na terceira a pequena faca pontiaguda ganha forma – eu suspiro e giro o objeto em minhas mãos.

– Leve isto – eu falo colocando a pequena faca em sua mão.

– Pra que? – ela pergunta e posso sentir o medo em sua voz doce.

CORROMPIDA.Onde histórias criam vida. Descubra agora