Capítulo Seis.

164 26 4
                                    

A CHOUPANA

Quando Saymon e eu chegamos a superfície eu sinto uma dor cortar meu corpo por inteiro, Heron está lançado ao chão com sua mão em seu ombro e posso sentir o cheiro de sangue fresco, ele rola de um lado para outro em dor, em um movimento eu estou atrás de Saymon, eu me viro e vislumbro um soldado ao chão, ele pressiona sua mão em seu peito e ele começa a urrar quando me ver, um arrepio percorre minha alma e me sinto nauseada naquele momento.

– Não se mexa – ele murmura para mim.

O sangue queima em minhas veias e faz meu coração acelerar, batendo com força contra meu peito.

Saymon faz um assobio e ele repete o barulho duas vezes, ouço cavalos vindo em nossa direção – os urros do soldado ferido deixam tudo ainda mais tenebroso e minha mente vaga para Heron que agora está em completo silêncio – Minutos se passaram e cavalos brancos entram em nosso campo de visão, outros soldados estão nos olhando atônitos nesse momento.

– Traição a coroa – urrou o soldado que estava ao chão.

– Jared, leve Heron para a choupana do soldado Cavalcante – ele diz para um homem alto e moreno que estava a nossa dianteira.

O homem desceu do cavalo em silêncio e ajudou Heron a se levantar, ele gemeu de dor e se colocou de pé, em seguida ele o colocou em cima do cavalo e montou no mesmo, o animal guinchou e sumiu serpenteando entre as árvores.

– Coloquem o soldado ferido em outro cavalo e deixe que o mesmo vague pelo bosque, ele seguiu o soldado Heron e agora é uma ameaça, os cavalos são treinados e este vai voltar para o reino, é apenas um aviso – Saymon fala olhando para o corpo já desfalecido para o homem, suas palavras me assustam.

– Não faça isso – eu peço.

Ele se virou e me encarou, lançando ondas de eletricidade através de seus olhos, me deixando completamente sem rumo.

– Valentine, isso não é uma brincadeira – ela diz firme – Estamos lidando com uma guerra.

– Você não precisa me lembrar sobre o que nós estamos lidando – eu fito seu olhar – Só digo que você não precisa amarrar o corpo dele nas pernas do cavalo – minha voz se torna profunda – Você pode apenas coloca-lo no lombo do animal e deixar que ele volte para o reino – eu termino minha fala.

Ele continua me olhando e sinto os olhares do outros soldados em minha nuca.

– Saymon, poderia ser Heron – eu balbucio.

Sinto a energia de seu corpo mudar completamente, ele fecha seus olhos e quando os abre estão tempestuosos novamente.

– Kilien, coloque o corpo sobre o lombo do cavalo, vamos nos encontrar na choupana – ele diz.

O homem que ele dirige as palavras esta entre as sombras, Saymon me guia e passamos por trás da pedra, andamos em silêncio por uma pequena trilha, quando um lindo cavalo negro está inquieto, amarrado a um tronco de uma enorme árvore.

Saymon desamarra o cavalo e sobe com destreza, ele estende sua mão para mim e me apoio nele e subo no cavalo, eu coloco meus braços ao redor de sua cintura e fecho meus olhos.

Apenas sinto o vento e a floresta passar como um borrão ao nosso redor.

QUANDO SAYMON PUXA A REDIA DO CAVALO meu corpo está gelado e o vento frio sopra com certa intensidade, ele desce do cavalo e puxa o mesmo para próximo de um troco ele novamente me estende sua mão e eu a apanho, Saymon me puxa de modo que meu corpo se choca de encontro com o seu e meus olhos se predem nos teus e tento entender seus sentimentos, novamente encontro escuridão pairando em seus olhos ávidos, ele coloca seu braço ao meu redor e andamos por uma pequena trilha, existem flores de cores escuras variando de um lilás escuro para roxo intenso, as pequenas flores balançam com o vento que sopra, entre árvores grossas, praticamente invisível avisto uma choupana média, os cavalos agora estão se alimentando da grama um pouco alta, quando chegamos mais perto ouço os gritos de dor de Heron cortar o silêncio – meu corpo fica tenso.

CORROMPIDA.Onde histórias criam vida. Descubra agora