Capítulo Um.

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Dedicatória

Dedico este livro para você que está lendo esse trecho neste exato momento, que você possa viajar comigo neste mundo maravilhoso e se encantar assim como eu, dedico a você que acredita que o amor vence todas as barreiras, dedico a um amigo em especial que é mestre na arte dos doces, um abraço a Beto Cavalcante por animar o nosso grupo no WhatsApp, a todas as minhas divas espalhadas pelo mundo, eu amo cada uma de vocês, Obrigado por estarem comigo sempre.

OLHOS VIVOS

O por do sol inundava meus olhos com sua beleza imensurável, eu absorvia toda aquela beleza quando minha mente se afogou em lembranças do meu passado, eu via o sorriso do meu pai refletir em minha mente e seus olhos vivos e brilhantes me encarando com olhar doce e compassivo, eu podia sentir até a brisa do vento tocar minha face, depois às lembranças ficaram escuras e sóbrias o dia em que meu pai o rei de Constantine  indo para a batalha em busca da honra para seu território, as lágrimas quentes tomam minha face quando essa lembrança enche minha mente, ouço sua voz embargada em suas ultimas palavras para mim “Papai voltará no fim do dia, para ler uma história antes de você adormecer” eu fiquei aguardando a noite no alto da torre, e por outras seguintes, ele não voltou e tudo foi perdido, eu era nova demais para tomar posse do meu reino e ajudar meu povo, minha mãe estava doente e quando soube da morte de meu pai entrou em uma depressão profunda, seus olhos perderam a vida e seu corpo se atrofiou até o dia em que ela se despediu poucos meses depois de meu pai, o poço que me sugava estava em seu ápice e eu não tinha força alguma para relutar, a única coia que aconteceu foi a posse da minha tia Charlotte, ela tomou a coroa para si até que eu completasse meus dezoito anos, mas o problema e que quando esse dia chegou eu ainda era uma menina assustada e cheia de medos que me perseguiam durante a noite, que me tornaram um pouco conturbada diante de tanto sofrimento e perdas, eu havia permitido que ela continuasse – suspiro – eu permiti que hoje a miséria fosse instaurada sobre nós enquanto a rainha Charlotte abusada de seus diamantes e ouro puro adornados em seu corpo, enquanto o povo morria a míngua e a mesa estava vazia – meus punhos se fecham por um momento, quando sinto minha unha adentrar a minha carne – solto repentinamente e vejo que o sol já se guardou – viro-me e começo a andar em direção a escadaria em espiral, os degraus de madeira estão rangendo e o som agourento enche o ambiente, quando saio para a fora uma lufada de ar enche meus pulmões e rapidamente sou seguida por um guarda, fico em silêncio e ele parece fazer o mesmo, quando entro pelas grandes e maciças portas do castelo sinto-me por um momento em casa e logo vou subindo para meu quarto, quando chego no mesmo com meus pulmões ardendo em protesto pela subida rápida sob escolta do soldado me deito na cama de dossel e começo a repensar mais uma vez em tudo o que eu já vivi até aqui, e como era diferente quando meu pai estava reinando, sempre ouvindo os conselhos de minha mãe que foi uma mulher sábia, mas estávamos prestes a entrar em ruínas se eu não parasse minha tia, eu precisava fazer algo pelo meu povo, algo dentro de mim crescia como uma chama que era alimentada por combustível, eu estava ganhando vida e eu estava sentindo isso se apoderar de mim a cada segundo que se passava.

Ouço leves toques em minha porta e sussurro um “entre” quase inaudível, quando o rosto adorável de minha criada Angelie entra em meu campo de visão, ela faz sua reverencia e eu abro um enorme sorriso para ela.

– Vim preparar minha alteza para o jantar – ela diz.

Reviro meus olhos e sinto meu estômago embrulhar em saber que terei de aguentar o falatório arrogante de Charlotte durante o jantar.

– Eu realmente tenho que me submeter a esse sacrifício? – eu pergunto para Angelie que faz uma cara de susto e depois sorri para mim.

– Temos um visitante nesta noite – ela praticamente chia as palavras.

CORROMPIDA.Onde histórias criam vida. Descubra agora