Prólogo

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Jade

Existem imensas pessoas que detestam a sua vida. Pessoas que se queixam constantemente de pormenores insignificantes que não gostam da vida. Verdadeiros Hamlet da atualidade, sempre questionando o próximo paço a dar.
Eu, ao contrário dessas pessoas, gosto da minha vida tal como ela está. Gosto de acordar todas as manhãs às 5 da manhã para planear o resto do meu dia. Gosto de fazer exercício físico antes de tomar um pequeno-almoço nutricional a ler um livro educacional. Adoro estudar na escola privada onde estudava, e gosto imenso de adiantar matéria das próximas aulas nas horas de almoço. Sinto-me bem no clube de debate e na redação do jornal escolar. No entanto, após a minha graduação, fui obrigada a abdicar da minha vida satisfatória, e preparar-me para mudar-me para o local onde sou considerada adulta: a universidade.
Desde que tenho quatro anos que planeio a minha ida para a universidade. Nessa altura, já sabia que iria para Yale, e tenho-me preparado para acompanhar os métodos de estudo universitários desde que comecei a ler aos cinco anos. Toda a minha vida se baseou na preparação para este momento crítico da minha vida, todavia, agora que chegou à altura de me preparar mentalmente para esta grande mudança, sinto uma leve sensação de medo. Como anteriormente havia referido, eu estou satisfeita com a minha vida como ela está e eu tenho medo que Yale arruíne tudo. Na minha última visita á instituição universitária, tive a ligeira impressão de que nem tudo é organizado como pensei. Por exemplo: rapazes andavam pelo campus, entrando e saindo do quarto das raparigas, e vi panfletos presos nos quadros de cortiça anunciando festas. Festas! Como se fosse possivelmente aceitável abdicar de tempo a estudar para nos juntarmos a uma festa. Além de que detestei encontrar-me com aquela criatura desprezível que entrou no meu quarto quando estava a prepará-lo para a minha grande mudança. Disse-me que era amigo da minha colega de quarto, como se isso lhe desse o direito de entrar e sair no meu quarto quando lhe apetece! Detestei a forma como ele entrou pelo meu quarto e se deitou na cama da minha colega de quarto, mesmo que esta nem estivesse presente, ficando lá a observar-me atentamente enquanto eu organizava os meus livros por ordem alfabética. Disse-me que se chamava Louis, como se eu me interessasse o suficiente para querer saber o seu nome, e antes que ele continuasse a criticar-me por estar a limpar o pó da minha prateleira, saí do quarto, completamente desagradada com o seu comportamento. A minha mãe levou-me de volta para casa, onde consegui arrumar todas as minhas coisas e adiantar matéria do próximo ano. Pela primeira vez, naquela tarde, pensei seriamente se Yale seria o futuro que eu procuro, todavia, quando disse á minha mãe o que pensava, ela pareceu bastante desaprazida com os meus pensamentos e disse-me que eu iria para Yale, ponto final.
Só esperava que aquela criatura desprezível chamada Louis não se cruzasse novamente no meu caminho.

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