Capítulo 12

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- Filha, a sua vó... Ela... - minha mãe tentava falar em meio aos soluços

- Mãe... Eu tô indo pra aí, pega um copo de água e se acalma, chego aí rapidinho

Dito isso desliguei o telefone. Henrique me olhava com pena. Odeio quando as pessoas sentem pena de mim. Mas foda-se, eu precisava da pena dele. Me joguei em seus braços e ele me abraçou, aquele cheiro.

- O que houve? - ele perguntou limpando minhas lágrimas

- Minha vó, ela faleceu - eu disse chorando mais ainda

- Pensa só, ela não ia querer te ver assim.

- Verdade...

- Por que você é tão linda?

- An?! - perguntei confusa

- Você é bonita até chorando

- Tá bom, acredito - disse ironicamente

- Bom, acredite no que quiser. Vamos princesa?

Comecei a chorar de novo

- O que foi? Por que você tá chorando de novo?

- Minha vó me chamava de princesa - disse com um sorriso fraco

- Mais um motivo pra eu te chamar assim: Minha princesa - ele disse dando ênfase ao ''minha''

- Sua? - perguntei erguendo as sombrancelhas

- Sim, só minha

- Sua, sua amiga

- Amizade colorida - ele disse com um sorriso de lado

- Ok, eu acho. Vamos?!

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Aquela cena me quebrou: Minha mãe aos prantos, jogada na cadeira do hospital, acabada.

Entrei correndo e a abracei,
ela encharcou minha blusa, mas não liguei

- Filha!

- Ai mãe...

- Ela vai fazer muita falta!

- Pensa só, ela não ia querer te ver assim - eu disse olhando para Henrique, ele concordou com a cabeça.

- Ele está com você? - Minha mãe perguntou se referindo ao Henrique

- Sim... - eu disse devagar

- Não vai me apresentar ele?! - Minha mãe perguntou séria

- Henrique Mendes - ele disse estendendo a mão

- Clarice, pra você dona Clarice - ela disse ignorando a mão de Henrique

- É um prazer conhecer a senhora

- Senhora tá no céu, você

- Henrique, eu vou ficar bem, depois eu te ligo

- Tudo bem

Fui abraça-lo e ele me deu um selinho. Lá vem bronca

- Então eu venho pro hospital pra cuidar da sua avó e você fica aí se pegando com esse menino

- Não estamos nos pegando, an... Quer dizer, assim...

- Não estou com cabeça pra isso - ela disse esfregando os olhos - tenho que ver o negócio do funeral

- Mãe, deixa isso pra amanhã, você precisa dormir, são mais de onze da noite já.

- Melhor mesmo, vamos. Vou falar com a recepcionista

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- Maria Luiza, eu não fui com a cara daquele Henrique, não

- Mas você nem o conhece - eu disse saindo do carro

- Eu vou dar uma chance a ele, se ele vacilar, morre.

- Você está dando uma chance a ele antes de mim.

- Bom, a vida é sua, vou fazer o que?!

- É...

- Eu vou deitar, se acordar antes de mim, não me acorda.

- Okay...

Fui me deitar com mil coisas na cabeça, e no topo da lista: Eu estou apaixonada? Essa era a pergunta que martelava minha cabeça. Henrique havia se tornado a pessoa mais presente na minha cabeça e minha vida e minha casa. Ai deos, estou vendo a bagunça que ele vai fazer na minha vida... A única bagunça que me faz bem. Minha mãe não gostou dele, mas quem vai namorar ele sou eu, não minha mãe. E eu falei que vou namorá-lo, realmente, ou eu estou maluca ou estou gostando do Henrique. Acho que eu estou com medo de me apaixonar de novo...

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