CLOUDS - LT

15

Louis deixa-me a uma distância razoável da minha casa. Dispeço-me com um beijo na bochecha e agradeço pelo final de tarde e pelo jantar.

- "Boa sorte." - ele deseja-me e eu suspiro dando um sorriso.

Entro dentro de casa e encontro Greg, Denise e a minha mãe na sala a falar animadamente. Cumprimento-os a todos com um beijo na bochecha e sento-me ao lado de Greg.

- "Soube que querias ficar com o meu quarto." - ele sorri.

- "Sim... Assim evito discussões com o Niall." - digo.

- "Estás à vontade maninha."

- "Jade!" - oiço uma voz vinda das escadas. - "Vem ao quarto!"

Suspiro. Que todos os anjos me ajudem. Dou um sorriso forçado.
Subo as escadas e entro no quarto do meu irmão.

- "Fecha a porta." - ele ordena. - "Com quem estiveste?"

- "O que é que isso te interessa?" -digo sentando-me na cadeira da sua secretária.

- "Jade! Tu não brinques comigo! Eu sei que estiveste com ele!" - ele eleva um pouco a voz.

- "Com ele quem?" - engulo a seco.

- "Com o Tomlinson! Porque é que estiveste com ele?!"

- "Eu não estive com ele." - minto.

- "Pára de mentir! Eu sei que estiveste!" - ele grita.

- "Foi o Zayn?" - perguntei.

- "O Zayn? O que é que o Zayn tem haver com isso?" - ele pergunta confuso.

- "Nada."

- "O Zayn sabe?!" - ele arregala o olhos.

- "Não, ele não me viu, mas eu vi-o passar." - minto.

- "Foi a Eleanor. Ela viu-te com ele no London Eye. Eu não te quero com ele!"

- "Eu não quero saber o que queres ou deixas de querer, Niall!"

- "Não me irrites! Se eu te estou a dizer que não te quero com ele, tu não me vais desobedecer!" - ele grita.

- "Vou! E se eu quiser até namoro com ele! Tu não mandas em mim!" - grito de volta.

- "Namorar com ele?!" - Niall levanta-se da cama, vai na minha direção pegando com força no meu braço, fazendo-me levantar da cadeira onde estou sentada. - "Jade, ouve bem o que te digo, tu vais-te afastar dele, a bem ou a mal, ouviste?"

- "Niall, estás-me a magoar." - digo gemendo de dor.

- "Não quero saber!" - ele larga-me com força, o que me faz cair e bater com a cabeça na cadeira. - "Jade! Desculpa! Eu não..."

Niall é interrompido pelo meu irmão Greg que pergunta o que se passa. Niall olha para mim com o intuito de 'não lhe contes nada, por favor.'. Respiro fundo e tento levantar-me sem gemer de dor. A queda foi forte, devo estar vermelha na cabeça e com algumas nódoas negras no tronco. Eu não quero prejudicar o meu irmão, sei que se contásse a verdade, provavelmente, Niall iria ficar de castigo e eu teria de aturar o seu mau humor, mais do que já aturo diariamente.

- "Fui eu que caí da cadeira." - minto e Horácio bate-me mentalmente por o ter feito. - "Está tudo bem mano."

Olho para Niall e ele dá um sorriso torto sob forma de agradecimento. Greg fecha a porta com cuidado.

- "A queda foi forte." - ele diz. - "Importam-se de me contar a verdade?" - ele pede.

- "A verdade é que..." - começo, mas Niall interrompe-me.

- "Fui eu."

- "Tu?" - Greg pergunta incrédulo.

- "Sim. Eu irritei-me e sem querer empurrei-a." - ele admite e eu começo a encarar o chão.

- "Niall, tu és doido? Olha o que fizeste à tua irmã! Achas isso bem?"

- "Claro que não, mas..." - ele encara o chão também - "Não contes nada à mãe por favor."

- "Que não se repita." - Greg diz e abandona o quarto.

Respiro fundo e faço o mesmo que o meu irmão mais velho, mas sinto a mão de Niall a puxar-me o braço.

- "Jade..."

- "Não Niall." - digo e solto o meu braço.

Entro no meu quarto e atiro-me para cima da cama. Lágrimas escorregam pela minha cara, e eu deixo que todas elas saiam. Foi a primeira vez que Niall foi violento comigo. Nós sempre tivemos aquelas discussões de irmãos, mas nunca desta forma. Ainda não estou a acreditar. Não vou ser capaz de olhar para a cara dele durante uns dias. Pego no meu telemóvel que se encontra na minha mala e desbloquei-o, vendo que tenho uma mensagem de Louis. Louis.

*Como está a correr aí em casa? O Zayn contou alguma coisa? Se precisares de alguma coisa diz. Louis :) xx*

Decido não responder. Provavelmente, Louis será como o meu irmão, não vou conseguir olhar para a cara dele.

Agradeço mentalmente por ser quase horas de dormir. Com tanto rio que desabou na minha cara, consegui adormecer logo de seguida, ao bloquear o telemóvel.