Capítulo 9

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Jessie tinha o terminado seu trabalho, tinha ido a um bar beber e estava em baixo, relembrava a sua tarde sem ter forças para olhar em frente, arrastava o seu corpo pela estrada como se algo terrível tivesse acontecido, de certo modo, tinha acontecido! A mala ia pendurada pelos dedos da mão direita, e estava despenteada, tinha um olhar triste e não via por onde caminhava, parecia que estava hipnotizada, tinha um olhar focado no nada.

Já tinha anoitecido, e os mochos já faziam barulho, sem se dar conta estava longe de casa e não tinha bateria no telemóvel, estava assustada e não sabia onde estava. Começava a ficar frio e ela estava com uma roupa fina e de manga curta. Ia por uma rua, atravessou sem pensar, sem olhar, quando estava a meio da estrada, veio um carro com grande velocidade, quando ela olhou não teve tempo de se desviar, até que, sentiu o seu corpo a ser empurrado com toda a força para a calçada. Não tinha noção do perigo que estava a correr, pensou que tinha sido Deus a enviar alguém àquele lugar para a empurrar e evitar que fosse atropelada. Quando voltou a estar em si, reparou no homem, estava vestido de preto e quando observou bem disse:

- Jim, és tu?- perguntou, passando a mão pelo seu rosto.

- Esta foi por pouco, apareço sempre quando precisas. – Disse com um ar preocupado.

Jessie ao ouvir aquelas palavras deu uma gargalhada, sem saber ao certo o motivo pelo qual estava a rir.

- Porque viste aqui? Como sabias onde eu estava? Porque foste ao meu consultório? – Perguntou embriagada, sem dar tempo a Jim para responder a todas aquelas questões.

Jim não respondeu, percebeu que ela estava embriagada e levou-a até a casa.

***

Acordou assustada, estava na sua cama, com pijama e tapada, simplesmente não se lembrava como tinha ido ali parar. Levantou-se, estava de cuecas e uma blusa branca, tinha os cabelos despenteados, e tinha um ar de ressaca. Dirigiu-se para a casa de banho, olhou fixamente para o espelho e disse para si mesma.

- Jessie, tu estás mesmo a ficar maluca.- Disse com um ar confuso.

Lavou a cara e prendeu os cabelos, vestiu-se e foi para a cozinha tomar o pequeno-almoço, o dia estava quente e o céu estava limpo, os raios de sol entravam pela janela da sala e clareavam a casa toda. Na cozinha em cima da mesa estava a chávena e o chocolate em pó, desde pequena adorava leite com chocolate, principalmente o que a sua mãe fazia. Preparou o seu leite quente e quando estava a beber, reparou num envelope que estava em cima do microondas, com o seu nome escrito, dirigiu-se calmamente para lá, esfregando os olhos de sono e pestanejando. Agarrou no bilhete e foi para a sala, sentou-se no sofá, com as pernas esticadas sobre a mesa de centro da sala, com a carta na mão esquerda e a chávena na mão direita, e começou a ler.

'' Jessie, fiquei surpreso quando encontrei-te ontem no consultório, quando reparei que eras tu, não consegui ter outra reacção, foi importante rever-te e foi por isso que vim até aqui, fiquei mais indignado quando descobri que eras tu e nem tive coragem de dizer olá! Ontem salvei-te daquele carro, foi uma sorte ter-te encontrado lá, estavas num estado lamentável, provavelmente, não te lembras de nada, estavas mesmo bêbada, mas conseguiste dizer onde moravas e trouxe-te até a casa, não te preocupes, eu não vi nada de mais, só vesti-te uma blusa limpa e tirei-te as calças, tapei-te e escrevi este bilhete. Espero que a ressaca não seja muita. Adeus, Jim.''

Era mais um dia de trabalho, e Jessie não se sentia pronta para ir trabalhar, pois estava com dores de cabeça e sentia-se tonta, decidiu ligar para o consultório e disse que não estava em condições de ir, e que ficava em casa naquele dia. Voltou a pegar no bilhete leu-o mais uma vez e acabou por adormecer a tarde toda. Acordou assustada com o toque da campainha, levantou-se, ainda um pouco tonta e foi abrir a porta, quando abriu ficou espantada a olhar para quem estava lá.

Estarei sempre contigoOnde histórias criam vida. Descubra agora