O caminho do amor próprio.

Não somos obrigadas!

Eu não fico por muito tempo na vida das pessoas, eu chego, passo uma temporada e logo me vou, sem despedidas, saio aos poucos, sem fazer barulho. Ignoro uma mensagem aqui, respondo outra ali, atendo uma ligação aqui, ignoro outra ali, quando ver, sumi... As pessoas juram que vão me ter pra sempre na vida delas e por esse fato tratam como se fosse mais uma. Mas eu nunca soube lhe dar com segundas opções, ou eu sou primeira, ou eu não sou nem uma. De fato, eu sou intensa, quando vi já vivi trezentos anos à frente da pessoa, amo muito, me apego rápido. Mas quando desapego, meu amor, não tem macumba, búzios, cartomante que me traga de volta, você pode se ajoelhar na minha frente e fazer polichinelos com uma placa pendurada em seu pescoço dizendo "volta pra mim" que eu vou te ignorar e se der uma brechinha, ainda dou uma zombadinha. Porque quem não deu valor quando tinha, não merece ter quando quer. A vida é isso, dá tantas voltas que as vezes até eu mesma fico tonta, garanto que algo de bom deixei na vida das pessoas e propriamente dizendo, elas vão voltar, nem que seja pra dizer que errou com você. Mas a fila anda, a catraca gira, o que era importante hoje não é mais, quem se ausenta muito uma hora deixa de fazer falta. É simples. Com o tempo a gente começa a entender que não vale a pena apertar numa tecla que não funciona mais ou concertar o carro pela décima vez, troca, tenha experiências novas, quebra a cara de novo, estamos aqui pra isso. Mas nunca, em hipótese alguma se deixe ser enganado, ame, ame mesmo, muito, mas se você perceber que a pessoa só quer te usar, aí meu bem, aí tu pula fora, pega pela esquerda, vai em frente e para na porta do amor próprio. Se engole, se ama. Bateu carência? Ignora ela, uma hora passa. Tudo passa.