Capítulo onze

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Atravessamos a rua e entramos na Starbucks. Sentamos afastados da porta e das janelas. O garçom logo chegou e anotou nossos pedidos que chegaram rapidamente. Meu chocolate estava esfumaçando de tão quente, igual o café de Harry.
- Temos que conversar - ele falou
- Temos... - balancei a cabeça e tomei um gole do chocolate.
- Eu sou compativel com a Anne... vou doar pra ela.
- Serio? Oh, obrigada Harry! - sorri e meus olhos enxeram de lágrimas.
- Você anda muito chorona - ele virou o rosto, serio.
- Não sabe a sensação de sua filha estar morrendo - manti meu olhar na xícara de chocolate.
- Sei... ela é minha filha também.
- Ontem você deixou bem claro que a filha era minha. - arqueei uma sobrancelha
- Vou registrar ela no meu nome - ele falou
- Você não pode! Ela é minha filha! Eu criei ela sozinha!
- Até agora.
As lágrimas desciam do meu rosto. Ele só podia estar brincando.
- Se você negar, eu desisto de doar pra ela... e esqueço ela.
- Tudo bem Harry, por favor salva ela... - ficamos em silêncio por alguns minutos, e as minhas lágrimas secaram
- Nina, eu... sinto muito por ter deixado você grávida de um filho meu, eu não fiz por mal... Você sabe o que aconteceu.
- Eu sei... Foi Liam que mandou você dizer isto?
- Na verdade... foi. - rimoa fraco
- Até agora um pai não fez falta pra ela. Ela é só uma bebêzinha, não pergunta nada.
- É... ela falou 'papa' - ele sorriu babão
- Foi a primeira palavra dela - sorri de lado - você mal chegou e ela já gosta de você
- Isso é muito bom. Eu... Já sinto algo tão forte por ela, Nina é um sentimento tão estranho.
- Bem vindo ao mundo dos pais.
Meu celular tocou e era Ed.
- Oi? - atendi
- Nina, a Anne passou mal. Vem rapido pra cá. - ele falou num tom assustado
- Ok Ed, já estou indo. - desliguei e coloquei dinheiro em cima da mesa, me levantei e sai correndo, ignorando oa gritos de Harry.
Atravessei a rua e quase fui atropelada. Entrei no hospital e corri até o quarto de Anne, mas estava vazio.
Avistei Ed no fim do corredor, e corri ao seu encontro. O abracei e quando soltei Harry apareceu pelo mesmo caminho que eu cheguei.
- Cadê ela? - perguntei
- Na UTI, ela piorou... - os olhos de Ed lacrimejaram
- Ed... - comecei a chorar de novo. Realmente eu estava muito chorona, mas com uma filha na UTI eu tenho direito.
- Harry... Você precisa ir até o laboratório, vão precisar da medula pra operarem ainda hoje. - ele falou e Harry assentiu.
Me sentei na cadeira daquele corredor largo, e coloquei a mão na boca.
Harry caminhou até mim e agaixou na minha frente. Segurou minhas mãos com as suas.
- Nós vamos ter nosso bebê saudavel logo logo - ele disse roçando nossos lábios.
Meu coração deu um tranco, aquela adrenalina veio em minhas veias.
Ele me deu um selinho e se levantou, caminhou até sumir da minha vista.

Pergunta: vocês tem animal de estimação?

Eu tenho coelhos na casa dos meus pais! Mas aqui nada...

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