79 ULTIMO CAPITULO

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Quando sou tirada do carro meus olhos se abrem. Demaiei com a dor insuportável dos ossos da minha bacia se afastando. Okay bebê, vamos com calma.

Enfermeiros me colocam numa cadeira de rodas e me levam rapidamente para a sala de pré- parto. Harry não pode entrar na mesma sala de pré- parto que eu.

O encontro novamente na sala de parto, quando me colocam sobre uma cama desagradável. Lembro da sensação que tive quando Anne nasceu e de como Ed cantando me ajudou a trazer Anne para fora. Harry me da sua mão e beija meu rosto. 

- Bruna, sua bolsa estourou mas você não tem dilatação o bastante para que o bebê saia... vamos ter que fazer uma cesariana de ultima hora. Tudo bem? -  o médico pergunta e eu confirmo. Eles me aplicam algum tipo de morfina e não sinto mais as dores das contrações. Uma anestesia é aplicada antes de abrirem meu utero e, felizmente, meu bebe sair com vida dali.

- Harry, quer cortar o cordão umbilical? - Harry balança a cabeça freneticamente e chora. Nunca o vi chorar tanto na vida.

Consigo ver o rostinho do bebê outro lado da sala, onde as enfermeiras a limpam, pesam e medem.

- Aqui está a sua menininha. - Ela é entregue aos meus braços e eu choro ao acariciar seu rosto. Harry beija meus labios e segura na pequena mão do nosso bebê. - já sabem o nome?

- Alice. - Harry diz e eu concordo com a cabeça. Nossa pequena Alice.

Sinto um desconforto terrível e mal consigo respirar. Uma máscara de oxigênio é colocada no meu rosto e Harry é retirado da sala de parto.

Perco meus sentidos novamente, mas diferentemente de um desmaio, eu consigo ouvir e sentir onque está acontecendo.



- Eu sei que já faz muito tempo, mas mesmo assim não é justo. - ouço uma voz desconhecida dizer.

- É um imenso sofrimento para a família. Eles precisam do luto.

- Mas ela ainda está viva, não podemos simplesmente deixa-la morrer. - ele argumenta.

De quem estão falando?

- Você não faz parte da família rapaz, e está decidido. Amanhã mesmo a familia virá se despedir e desligarão os aparelhos. Sinto muito.

E então uma porta se fecha e grandes mãos cobrem a minha. Estão falando de mim.

- Você precisa mostrar pra todos que ainda está ai - diz em um sussurro.






Abro meus olhos e vejo minha mãe ao meu lado.

- OH MEU DEUS, VOCÊ ACORDOU?

Gritos e suspiros desacreditados me cercam e mal consigo entender. O que está acontecendo?

- Cade meu bebê? Onde está a Alice, a Anne e o Mike? - pergunto e recebo olhares de desentendimento como resposta.

- Quem são esses filha? - mamãe pergunta.

- Meu filhos. Onde estão meus filhos?

- Que filhos?

- Como assim que filhos? Eu acabei de ter um bebê olhem a cicatriz da cesaria... - tiro o lençol de mim mas não há nenhuma cicatriz em mim.

- Todos para fora do quarto. - o médico diz e todos se retiram.

Foram feitos varios exames em mim e eu já estava nervosa e agoniada.

- Doutor, o que está acontecendo?

- Bruna, há cinco anos você sofreu um acidente de carro e entrou em um coma profundo. Nenhuma melhora durante esse tempo e, quando a sua família decidiu...

- Desligar meus aparelhos eu acordei? Isso é ridiculo. Cadê o Harry?

- Como sabe quem é Harry? - pergunta.

- Eu me casei com ele. Tive duas filhas com ele.

- Bruna, Harry é o enfermeiro que cuida de você. Você nunca chegou a conhece-lo antes do acidente. Você acabou de fazer 20 anos.

- Eu... como assim?

- Seu caso é o que chamamos de realidade alternativa. Você criou um novo mundo em sua mente enquanto estava em coma e este mundo era muito semelhante ao real. Você só estava lutando contra o seu subconsciente para poder voltar a vida e finalmente, ganhou essa batalha. Mas precisa descansar.

- Então nada existiu? Emma, Julia, Harry, Gemma, Ed, Louis, Liam, Niall, Luke, Zayn, Anne, Mike e Alice? - comecei a chorar.

- Está tudo bem. Você vai se acostumar. Vou te passar um remédio para ajudar, tudo bem?

Quando o médico deixa o quarto, e seco as lágrimas e mal tenho tenho de enxugar o nariz quando a porta é aberta novamente.

Ele é real. Seus olhos são realmente verdes e brilhantes e tão lindos que mal consigo parar de olhar. Seus labios e suas bochechas se assemelham no tom de rosa. Seu cabelo estava curto, como nas ultimas vezes que o vi na minha "realidade alternativa". Ele vestia uma roupa azul e segurava uma bandeja.

- Olá. Eu tinha certeza de que teria a honra de ver esses olhos algum dia - ele diz sorrindo. - como você está?

Ele se aproxima de mim e deixa a bandeja proxima aos meus pés. Ele mede a minha temperatura e minha pressão antes de me dar alguns comprimidos.

- Quando vou poder comer? - pergunto e ele ri.

- Isso é a primeira coisa que quer perguntar?

- Se eu te perguntar tudo o que quero você vai achar que estou louca, como todos acham.

- Posso te contar um segredo? - ele pergunta e eu confirmo com a cabeça - eu esperei você todos esses anos apenas para te ver viver de verdade. Nada do que Você perguntar é mais louco do que isso, não?

- Então você não acha que nós dois casados e com três filhos é uma loucura total? - pergunto no mesmo tom baixo em que ele falava.

- Claro que não. Não seria nada mal. - ele sorri e eu reviro os olhos. - por anos  você não se alimenta de verdade, então vamos com calma. Que tal uma sopa?

- Argh. Tudo bem. - só então percebo que parte dos meus seios estão de fora graças ao avental do hospital. Os cubro rapidamente com o lençol.

- Aliás, eu era o responsavel pelos seus banhos. - ele pisca ao sair do quarto.

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