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Capítulo 4 - Rosie

Boa noite galera ♡ Mais um capítulo da história, conto com o apoio de vocês :3
Dedico este capítulo a eduardacristina589, que sempre está a disposição pra me ajudar ♡
Boa leitura!

– Philip... Eu não posso ficar. Tenho que voltar. Sebastian quer que eu leve o Porsche dele para o mecânico.
– Eu insisto, Rosie. Fique. Desfrute do almoço comigo, e eu deixarei você ir.

Suspiro, escutando as palavras de Philip. Não tinha muita opção. Era isso ou isso. Faço que sim com a cabeça, e ele abre a porta da pequena casa azul-bebê.
Era tudo muito lindo e bem-arrumado. A casa tinha um toque bem vintage, que me lembrava a década de 90, a década que eu vivi. Haviam discos de vinil e um VHS. As cores eram delicadas, próximas sempre do marrom, branco ou nude.
Coloco minha bolsa num sofá branco que estava ali, me sentando no mesmo. Philip me fita por alguns segundos. Nervosa, abaixo a cabeça e penso em tudo o que aconteceu nas últimas horas. Ponho a mão em meus cabelos, questionando-me em meus pensamentos.
"Por que Christina fez aquilo? Ela sabia que eu gostava do Peter. Sebastian tinha razão, eu nunca me toquei que isso poderia acontecer... "
Ele não diz nada, apenas anda até a cozinha. De forma um tanto quanto 'mal educada', me deito no sofá, que era confortável e espaçoso o suficiente para esticar minhas pernas. Depois que deixei Philip no hospital, voltei para casa e tomei um banho rápido, pondo uma calça jeans rasgada e uma blusa branca, acompanhado de um par de tênis. Fecho meus olhos, deixando-me levar pelo sono, cansaço e estresse das últimas horas.

                                                                                                 ☆

Acordo sendo sacudida de leve. Com um salto, me levanto e vejo Philip. Me recordo do motivo pelo qual estava lá. Completamente vermelha e sem graça, olho para o chão.

– Desculpe. Acabei dormindo – suspiro.
– Não, eu entendo que você estava cansada. Fiz uma sopa, tem algum problema? – ele ri.
– Não, o que vier é lucro. Estou morrendo de fome.

Me levanto, andando até a sala de jantar. Era uma mesa pequena, com capacidade para 4, 5 pessoas. Me sento, prendendo meu cabelo em um coque frouxo e apoiando meu cotovelo na mesa, olhando para a janela.
Pouco tempo depois, ele chega com dois pratos e as colheres, deixando tudo a disposição para servir. Ao se sentar, começo a comer devagar.

– A sopa está ótima –comento com ele, olhando ainda para a comida.
–Obrigado. As vezes, como faz bastante frio em Petrópolis, é necessário esquentar-se um pouco–Philip ri baixo, de forma rouca.
– Imagino. Mas eu prefiro morar na capital, gosto das praias da zona Sul e o calor – sorrio.

Ao terminar, me levanto, pronta para pegar os pratos e lavar, mas Philip esbarrou em mim, indo pegar o meu prato. Ficamos perto um do outro, nos fitando, olho no olho. Fico tensa e um pouco corada, sentindo meu rosto esquentar, observando seus olhos, que mais pareciam órbitas negras, prontos a me julgar.
Olho para baixo e pego seu prato da mão, andando até a cozinha. Ele permanece parado. Lavo os pratos rapidamente, pronta para pegar a bolsa e voltar para casa. No entanto, ele puxa meu braço, o que me assusta.
– Preciso te mostrar algo – ele sorri – Sei que faz vídeos para o YouTube, certo? Não negue.
–É... sim. Vídeo-resenhas. Por que?
–Eu também. Mas eu falo de filmes. De séries– Philip abre uma porta, me mostrando seu quarto.

Ele era extremamente bagunçado. A cama estava desarrumada, e haviam algumas roupas no chão. No canto, uma câmera e um tripé, e o cenário cheio de pôsteres. The Walking Dead, A Noite dos Mortos-Vivos, eram apenas exemplos. Sorrio para ele.

– Quer tequila? – ele me oferece uma garrafa, bebendo alguns goles. "Bem, tudo está uma merda mesmo, que seja", dou de ombros enquanto pensava.
– Pode ser –pego a garrafa de sua mão, sentindo o líquido descer rapidamente por minha garganta, o que me dá uma certa tontura.
– Você não é acostumada a bebidas fortes, não é?– ele dá gargalhadas.
–Ugh... não muito – faço careta com o gosto.
– Bem, eu estou... te convidando, ou intimando, entenda como quiser... a gravar um vídeo comigo – sua voz começa a ficar arrastada, e percebo que Philip está ficando bêbado.
– Tá, mas você não vai me agarrar, vai?
–Eu sou um gentleman, Rosie – ele ri.

Com a minha ajuda, Philip e eu arrumamos o quarto e aceitamos o cenário do jeito que deve ser. Colocamos as cadeiras de roda e montamos o tripé, pondo a câmera em cima. Resolvemos gravar um desafio, contando nossos filmes e séries preferidos, e as cenas mais marcantes.

– Você sempre bebe pra fazer seus vídeos? – digo rindo.
– É claro. Como você acha que vou ter a postura de advogado num canal de séries e filmes? – Philip bebe mais alguns goles, e coloca a câmera pra gravar daqui a alguns segundos.
– Não sei... – faço careta, e a gravação começa.
–Viciados na cultura pop, chegou mais um vídeo do Rebel Movies–ele ri sozinho, completamente bêbado – Hoje, eu trouxe a Rosie, que vocês devem conhecer do..?– ele me deixa completar.
– Canal Always Books. E aí, meus baddies, sou eu, Rosie – sorrio, e Philip ri mais ainda.
–Baddies? Que bosta é essa?
–Meu sobrenome é Badley, seu idiota. Por isso baddies –faço careta, rindo junto com ele.
– Entendi. Então, hoje eu trouxe um desafio, um pouco diferente da temática do meu canal, mas vamos comentar sobre nossos filmes e séries preferidos, e cada um tentará adivinhar o que mais marcou–ele sorri.
–Então, vamos começar? – pergunto.
– ESPERA! - Philip ri alto – Me empresta seu batom?
– Eu tenho batom se você quiser, mas pra que? – dou risada, pegando um batom na minha bolsa.
–Não, melhor. Eu quero passar esse batom aqui – ele aponta para minha boca, e fico vermelha em instantes. Rio de nervoso.
–Philip, eu não vou te beijar, seu trouxa. Posso te emprestar meu batom – faço careta.
– Que pena - ele ri - Mas a gente se contenta com o que tem, né? – Philip pega meu batom e passa em sua boca inteira, borrando e parecendo um palhaço – Tem esses outros bagulhos de mulher aí?
– Tenho –começo a rir, pegando um rímel e passando em seus cílios.
–Por que eu tenho que ficar de olho aberto e arregalado?– ele sorri.
–Porque senão eu não consigo passar isso no seu cílio – começo a perder o fôlego de tanto rir.

Depois de passar, guardo tudo e pego um caderno e duas canetas, suficientes para escrevermos as séries e filmes que combinamos. O número máximo era 5.
Do nada, depois que escrevemos tudo, ele começa a beijar minha cara inteira. Começo a rir de novo, e fico vermelha, tentando afastá-lo.

– Philip, para! – digo rindo.
– Qual é, Rosie – ele ri, ainda me beijando. O afasto com um empurrão. Sinto a bebida começar a fazer efeito em meu corpo, me deixando mais 'leve'.
–  Você está completamente borrado, parece o Coringa, do Batman – aponto para sua boca.
– E você está cheia de marcas de beijo – Philip se ajeita na cadeira, ainda rindo – Bem, vamos começar. Você primeiro.
– É... qual é a minha cena preferida da quarta temporada de The Walking Dead? – pergunto, olhando para ele.
– Hm... É aquele episódio que o Governador transa com aquela menina, não é? – ele dá gargalhadas.
– NÃO! Não, é aquela cena que o Hershel é morto pelo Governador.
– Você é tão depressiva e gótica, a cena que eu mais fiquei chocado e emotivo você fala que foi a melhor – ele revira os olhos ironicamente.
– É claro, sou darksexual, tenho um relacionamento sério entre as trevas e a escuridão – digo rindo, olhando para ele.

Demoramos cerca de duas horas para gravar o vídeo inteiro, quando Philip já estava mais sóbrio. Era final de tarde, e eu estava cheia de dor de cabeça, por conta da tequila.
Vou até o banheiro e lavo meu rosto, sonolenta. Dou um abraço em Philip, agradecendo a tarde extremamente engraçada, e pego minhas coisas, entrando no carro e dando a partida, pensando em apenas uma coisa: que os momentos felizes sempre superam os tristes, não importa o que seja.