Capítulo 17

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UMA TERRA SEM MAGIA

O HOSPITAL, GRITOS. GRITOS FRENÉTICOS. AS PERGUNTAS apressadas do Dr.

Whale.

Mais médicos, todos tentando estabilizar Henry. Lágrimas.

Emma corria ao lado da maca, com os olhos cheios de lágrimas, enquanto o

levavam para a emergência. Parecia incapaz de raciocinar. Mal conseguia

responder às perguntas deles. Tentou contar ao dr. Whale sobre as mudanças e a

volta para Boston, tentou contar-lhe que Henry tinha sido envenenado, mas nada

disso fazia sentido, nenhuma das informações parecia cabível. Ela estava falando

como se fosse uma lunática raivosa, e o Dr. Whale insistia que Henry não tinha

sido envenenado. Ele não encontrara nenhuma prova

— Houve alguma coisa diferente? — perguntou Whale.

— Você tem de pensar, Emma. O que aconteceu nas últimas horas?

Frustrada, ela pegou a mochila de Henry na maca, abriu-a e começou a

vasculhar lá dentro, vendo se aquilo poderia lhe dar alguma idéia. Logo, porém, o

conteúdo da mochila estava espalhado no chão e os pertences de Henry, todos à

vista. Emma, com lágrimas nos olhos, começou a procurar. - Eu não sei, não sei!

Whale, também frustrado, foi ver Henry. E só então Emma viu o livro do menino.

"Magia" pensou. "Não é veneno, é magia!"

Ela se lembrou das palavras de Henry naquele primeiro dia. "Todas as histórias

que estão neste livro aconteceram de verdade".

Emma tocou o livro. E ao mesmo tempo em que fazia isso, ia se lembrando..

Mais e mais...

Ela se lembrou... Sua mãe, entregando-a ao pai.

O pai, lutando contra os homens da Rainha enquanto a abraçava.

O guarda-roupa, ela sendo posta com cuidado lá dentro.

A floresta, acordando... ao lado de August.

Emma piscava enquanto as imagens pipocavam sobre ela.

Durante toda a vida Emma tinha sido cética. Fora sempre a pessoa que

procurava falhas na lógica dos outros, a pessoa que enxergava através da ilusão

que aprisionava os outros. Isso é que a tinha tornado muito boa em seu trabalho, e

fora isso que a havia enfiado e tirado de tantos problemas por toda a vida. Desta

vez, porém, as coisas eram diferentes. Desta vez, ela é que acabara vivendo em

um mundo de sonhos. Emma, a realista, estivera totalmente errada.

Tudo é real. Tudo isto aqui é real. Tudo isto.

A maca e a equipe de médicos tinham alcançado um conjunto de portas duplas

e, quando empurraram Henry pelas portas e desceram o corredor, ouviram um

grito agudo fulminante. Todos pararam e olharam para cima. Regina, em pânico,

corria em direção a ele.

Once Upon a Time - DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora