Capítulo 5

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Nós três entramos no elevador e o Gustavo apertou o botão que nos fazia descer até a garagem. Ficamos em silêncio um tempo até que o Diego falou.

— Será que Ian não gostaria ir com a gente? — a pergunta foi só pra quebrar aquele silêncio estranho, dava para notar.

— O Nai provavelmente tem alguma coisa pra fazer porque ele se mudou na sexta e a gente já marcou um jantar para mais tarde. — respondi sem olhar pra ele.

— Qual é a do apelido do Ian? — perguntou novamente.

— Eu vou estar presente nesse jantar. — disse o Gu no mesmo momento.

— Um de cada vez, por favor. — respondi, mas nem dei tempo para eles começarem a falar. O elevador chegou à garagem e eu saí, sem ver se me seguiam. — Gu, o jantar de hoje é entre mim e o Ian, então você não vai estar presente, querido. — respondi primeiro o meu melhor amigo. — O Ian tem um nome impossível de dar apelidos e quando o conheci estava naquela fase infame de falar nomes ao contrário, Nai acabou pegando entre o nosso círculo de amigos e até hoje usamos. Principalmente eu.

— Você me parece uma pessoa estranha Bianca, para a sua sorte acho isso um charme. — disse o Diego ao meu ouvido e não mais alto que um sussurro.

— Cara, você quer vir com a gente ou vai no seu carro mesmo? — disse o Gustavo que, sei lá de que forma, tinha nos passado e agora estava com a mão no meu 4x4. — Eu vou dirigir, Bia. Não confio em suas habilidades ao volante. — completou.

— Sigo vocês com meu carro. — respondeu Diego um pouco mais alto para que o Gustavo escutasse. — Não é bem o que eu havia planejado quando te convidei para almoçar ontem, mas por enquanto vai ser o bastante. Vejo você daqui a pouco. — disse e passou a mão na minha cintura de uma forma muito íntima. Aquilo me incomodou e olhei para ele de cara feia, mas Diego não deu o mínimo sinal de que se importava com a minha reprovação.

Fui marchando em direção ao Gustavo com o meu bom temperamento se esvaindo a cada passo que dava. Diego ainda ia acabar com meu, recém-conquistado e muito sutil bom humor. Gustavo já me esperava dentro do meu Jeep Renegade, eu adorava aquele carro. Eu gostava muito mais dele do que da minha preciosa BMW 750li, mas ambos os carros eram muitos bons. Abri a porta do Jeep, entrei e afivelei o cinto.

— Qual é a da tensão sexual entre vocês dois? — nem tive tempo de ligar o som antes de começar a inquisição promovida pelo Gu começar.

— Não existe tensão sexual alguma, Gustavo. O Diego é folgado, deselegante, pretensioso e me irrita até não poder mais. Eu queria mesmo era uma folga desse sujeitinho. — repliquei. Estava com um pressentimento muito ruim em relação a esse almoço.

— Não que você goste de caras assim, né Bia? Arrogantes e que nunca correram atrás de uma mulher... Até te conhecerem. — disse ele sorrindo pra mim sarcasticamente. Qualquer dia desses eu ainda enforcaria o meu irmão de criação. — Vamos lá, pelo menos admite pra mim que você tá atraída por ele.

— Ele é bonito, mas o Rio de Janeiro é cheio de homens lindos. Ele me irrita e não suporto ficar perto dele durante muito tempo e tem homens muito mais interessantes na cidade... Seu irmão, por exemplo. — agora eu sabia o que aconteceria a seguir: ele ia comentar alguma coisa que não devia para, em seguida, mudar de assunto ao perceber a bobagem que fez. Henrique era o único ponto de desacordo entre nós até hoje: uns anos atrás nós ficamos, ele terminou comigo uma vez porque era muito nova e ele estava afim de outra pessoa. Há alguns meses nós voltamos a ficar e ele me pediu em namoro, eu terminei com ele na hora e agora nós somos um grande ponto de interrogação.

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