Inevitável

Capítulo 8

Ian já estava mais de vinte minutos atrasado, então decidi que passaria na sala da Giovanna pra chama-la para almoçar com a gente, eu não tinha conversado com ela desde que tinha saído para um fim de semana prolongado na quinta passada.

Bati na porta da sala dela para anunciar a minha chegada e entrei. Fiquei surpresa ao ver que não tinha ninguém, então me lembrei de que não tínhamos marcado nada e por isso ela já devia ter saído. Fui direto pra sala do Ian, só havia alguns funcionários e alguns deles começaram a conversar comigo, então demorei um pouco para chegar à sala do Ian.

— Você não fez isso Manu! Ela vai ficar louca quando souber! — essa era a voz do Ian.

— Ela aprovou Ian! Falei pro Gustavo e ele disse a ela de quem era e a Bia autorizou a publicação e ainda disse abre aspas tudo bem se você achar que é bom pra editora, fecha aspas. Mandei tudo para o e-mail dela também. A Bianca me disse que leu, ela sabe! — e essa era a voz da Manu, nada calma. Eles estavam fazendo uma vídeo conferência ou o telefone estava no viva voz.

— Manu, ela não parece saber, ela não tocou no nome dele na hora que me contou a história toda do fim de semana. — disse o Ian.

— Manu, amiga, você tem certeza de que o Gustavo falou o nome pra ela e que essa foi a resposta? — disse a Gio, com a voz calma.

Porque eles estavam falando de mim, porque eles estavam falando da editora eu nem perdi tempo batendo na porta do Ian e entrei.

— Olha gente, é muito feio ficar fazendo complôs, menino e meninas. — disse eu, ainda de bom humor.

— Oi Bia! Da pra você falar pra esses dois que você autorizou a compra dos direitos para a publicação da biografia? Que eu te mandei tudo sobre o livro? — disse ela

— Eu autorizei gente, nós teremos muito trabalho pela frente com esse lançamento, ele vai ser bem importante pra gente, mas só vamos falar sobre isso quando a Manu chegar. Agora falemos sobre uma coisa absolutamente importante: almoço! Estou morta de fome e já perdi tempo demais com essa discussão que nem devia estar acontecendo. Beijos Manuzinha.

— Mas Bia, você tem certeza de que a Sublinhando publicar essa obra em particular não vai te afetar? Pensa bem. — a Giovanna questionou.

Não estava entendendo bem porque tanta preocupação com a publicação de uma simples biografia! Não é como se eu conhecesse se a coisa toda tivesse a ver com a minha vida pessoal.

— Vejam bem, já me decidi e nós não vamos discutir um projeto sem a Manu, que foi quem conseguiu os direitos dele, a regra é que quem conseguiu o livro irá chefiar todo o processo ao meu lado, então nem mais um pio sobre o assunto até ela chegar ao Brasil. Depois discutimos isso. Estou indo almoçar, quem quiser vir...

Eles vieram, e rimos muito durante os vinte e cinco minutos que estivemos juntos, Giovanna me contou que ela e o meu primo acabaram se encontrando e ficaram e que, talvez, ela aceitaria sair com ele aqui. Como boa amiga que sou alertei que ela poderia acabar se apaixonando pelo Otávio e que ele tinha uma fila de mulheres correndo atrás dele. Ian suspirou sobre a casa nova e estar, finalmente, dividindo um apartamento com o amor da vida dele, eu apontei de maneira bem afetada que ele já dividiu apartamento com o amor da vida dele antes, no caso eu, o que só nos fez rir ainda mais. Eu falei sobre o meu vizinho gato, totalmente inconveniente e que tem um beijo de fazer tremer as estruturas de qualquer uma.

Duas horas depois cada um já tinha voltado para a sua função. Ian tinha supervisionar a diagramação de, pelo menos, oito livros. A Gi estava trabalhando em uma capa que precisava ficar pronta e isso tudo devia estar sobre a minha mesa até quarta. Eu precisava terminar de verificar calendários, nova tiragem de edições já lançadas, conversar com autores nacionais e verificar se os lançamentos já estavam saindo da gráfica. Sem contar no trabalho da Manu — tradução e revisão — que tinha sobrado pra mim enquanto ela estava de férias. Se eu não fizesse a revisão ia acabar atrasando tudo.