Parte - 05

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23:00 de uma noite inesquecível

Otávio

O bar está lotado, barulho, falação. As pessoas pedem suas bebidas, seus petiscos. A banda faz a passagem de som e aproveita para tocar algo que anime a todos. Troquei de roupa e desci do quarto do Alex, depois de mais uma sessão de sexo.

Como esse loirinho é gostoso!

Transamos duas vezes e ele desceu atrasado para a apresentação da noite de véspera do dia dos namorados. Estou vestindo a roupa que ele me emprestou, no caso, a roupa do pai dele. A única coisa que continuo a usar, e que é minha, são os meus sapatos.

Encontro o senhor Alexandre no balcão do bar. Ele ajuda servindo as bebidas, comandando a cozinha e ainda fica no caixa. O coroa me olha estranho, medindo-me e um sorrisinho de cumplicidade brota no seu rosto durão. Fico recostado no balcão de costas para o bar e de frente para o minipalco. O pai do Alex dá a volta e se coloca ao meu lado. Ele está com um pano de prato no ombro, que o usa para enxugar as mãos.

Fico sem jeito ao lado do pai do meu loirinho. Não sei o porque, mas parece estranho. Parece que usei algo que era só dele, como se pegasse sem pedir. Estou usando as roupas dele, mas não é só isso. Ridículo pensar assim, mas é o que acho.

– Minhas roupas serviram bem em você – sorri.

– Senhor Alexandre, eu não queria...

– Não se preocupe rapaz – dá uma batidinha no meu ombro. – Sei reconhecer quando uma pessoa apaixonada, a quilômetros de distância.

– Eu gosto muito do seu filho. Parece coisa de outro mundo, pois nos conhecemos hoje, mas mesmo assim; eu gosto muito dele.

O senhor Alexandre não contem a emoção que é demonstrada em suas ações seguintes. Ele me abraça e diz ao meu ouvido.

– Espero que curtam bastante esse momento especial de vocês.

– Curtiremos, com certeza – afasto-me do abraço. – Posso fazer uma pergunta?

– Sim meu rapaz.

– Não é bem uma pergunta e sim um pedido.

O pai do Alex cruza os braços, mas não retrai o sorriso.

– Qual seria esse pedido?

– O senhor liberaria o loirinh... Digo, o Alex. Quero levá-lo a praia, então peço que o senhor o libere amanhã. Juro que vou trazê-lo de volta, inteiro e sem nenhum arranhão – beijo meus dedos fazendo juramento.

– Vou dar esse voto de confiança. Mas se alguma coisa acontecer com meu filho... – aponta o indicador em riste – Vai se ver comigo, rapaz.

Ela sai andando de volta para detrás do balcão. Junto as mãos em sinal de prece e olhando para o teto, digo em baixíssimo tom.

– Obrigado meu santo Expedito!

Senhor Alexandre se vira para me olhar e diz.

– O que foi que você disse? – franze o cenho.

– Nada não – levanto as mão em sinal de rendição. – Só vou pedir uma bebida.

Ele mesmo me serve uma cerveja. O Alex aparece, e está lindo. Veste um blazer escuro de couro, com uma camisa branca por baixo. Os primeiros botões da camisa estão abertos deixando seu colar de cruz amostra. Meu loirinho bagunçou os cabelos e essa composição de roupa estilosa, sorriso brilhante, perfume excitante e calça justa, me deixou de... pau duro.

Um dia de paixão - contoOnde histórias criam vida. Descubra agora