Caro leitor ontem comecei a escrever, mais nada disse sobre a Julieta atual, hoje eu tenho 23 anos, mais senti uma carência dentro de mim de relembrar momentos da minha vida, estou nesse instante tomando um belo chá em uma dessas casas/restaurante sob a água ... (Sim meu amigo estou em Amsterdã, Holanda) e escrevendo tudo bem detalhado para os meus filhos e os filhos dos meus filhos verem como eu reagi a cada obstáculo que me foi posto.
Hoje afirmo com uma grandiosidade ilustre que me sinto feliz, não sei se sou, mais sinto como se fosse, não meu amigo não me casei não tenho meus filhos e muito menos minha casa em Dubai ... Mais tenho um emprego top ... Carro do ano... Apartamento na área "nobre" ( é praticamente impossível você achar um lugar na Holanda que não seja, digamos , nobre) da cidade ... Próximos a restaurantes, teatro, lojas de cd's e livraria ... Tem algo melhor para uma amante da música e da literatura?
Creio eu que não ...O que faço em Amsterdã?
Há uns anos me formei em Engenharia Robótica (quanto ao meu sonho de ser astrônoma? Bom resolvi complementa-lo, já me formei em Robótica, e pretendo também fazer aeroespacial, para já ter uma base sabe?) e ao lançar meu primeiro protótipo, (Um mini robô,de um carro eólico )isso foi uma grande revolução para uma aluna de 15 anos, e um imenso prazer para seu professor de eletrônica, (adorável leitor, não fui diagnosticada como sendo uma garota superdotada mais ter um pai que entende do assunto e um professor dedicado e obsecado por Robótica, foi, digamos facul eu me interessar). Enfim foi em uma feira de ciências e tecnologia em São Paulo que eu fui apresentar meu pequeno trabalho de escola, e lá haviam vários olheiros, para o meu pai, uma grande chance de eu estar entre os "gênios", para mim, uma chance de novamente me sentir como uma total estranha, montei a barraca e orei várias vezes para sair dali pelo menos com um elogio, várias pessoas, grandes empresários, cientistas inteligentíssimos, passaram pela Minha humilde barraquinha, e a cada um deles eu explicava detalhadamente como funcionavel meu pequeno protótipo, eles saíam fascinados com minha ideia e de cada um recebi cartão informando seu número e e-mail, meus olhos brilharam quando ninguém menos que Rodolph Carlo (Um cientista/ empresário) que após a feira acabar pediu humildemente para eu e meu pai irmos tomar um café com ele pois achara meu protótipo uma ótima ideia, durante o café nos informou que era dono de uma rede de empresas(Obviamente que eu sei quem você é meu professor Aleck não parava de falar o quanto você modificou a história da robótica) e que se eu aceitasse e meu pai permitisse poderia me oferecer um estágio onde eu ganharia nada menos que R$2.000,( Ahhh MDS isso na époc a era muito para uma adolescente de quinze, QUINZE anos), após a conversa ele deu um cartão de contato ao meu pai (aquele provavelmente seria o cartão número 12 do meu bolo de cartões ) e disse que se eu aceitasse e claro se meu pai permitisse, eu iria estudar em uma escola preparada para adolescentes do meu nível (não amigo, não sou super-dotada e jamais serei ), aquilo me deu um enorme susto, eu era modesta parte inteligente mais estudar numa escola onde os alunos são verdadeiros gênios, me fez gelar na hora, mas advertiu que eu deveria ter certeza porque é raro adolescentes imaturos como eu (afinal eu tinha quinze anos e não fazia parte dos meus planos passar toda a minha juventude numa escola para jovens prodígios) abdicarem da sua adolescência para me "enfiar" no mundo dos gigantes. Apertou firmemente a mão de meu pai e a mim deu um breve porém sincero sorriso de canto, saí de lá ainda não acreditando no que meus olhos viram E meus ouvidos ouviram. Entramos no táxi e seguimos adiante até o hotel onde estávamos hospedados, dormi a tarde inteira, e a noite seguimos viagem até Minas.
O voo foi tranquilo, cheguei em casa e dormir mais um pouco.
Ao amanhecer meu pai e eu conversamos muito e chegamos a conclusão que eu iria terminar aqui meu ensino medio e se Rodolph aceitasse, faria o meu estágio após o terceiro ano, ele, graças a Deus aceitou e minha vida"normal" continuava.
Após os três anos que passei no ensino médio acabaram , Adolph entrou em contato comigo(ele realmente estava interessado em mim, quer dizer, estava interessado no meu protótipo , afinal não podia dar inicio a nada sem a minha permissão) e conversamos sobre como tudo iria acontecer. Ele me explicou que primeiro eu passaria pelos testes de seus cientistas e se eu fosse aprovada, o que ele sabia que concerteza seria, eu iria estagiar durante quatro meses em sua empresa nos Estados Unidos e ficaria recebendo a cada mês o equivalente a R$3.000.
Aceitei na hora, nos dias seguintes foi a maior festa com minhas amigas do internato* meus professores e meu pai. Fomos à pizzaria e ao cinema comemorar, e quando chegara a hora de se despedir foi o maior chororô, abracei forte o meu pai, chorei no seu ombro, e molhei sua camisa nova, a minhas amigas apenas abracei cada uma e todas me deram algo delas para eu lembrar de cada momento, cada situação, e dos mais diversos king kongs que passamos juntas , (obviamente eu não iria esquecer nenhuma), até o Matheus foi lá se despedir o que rolou muita fofoquinha e um olhar repreendedor do meu pai.
Ele também me dera um presente, uma pulseira com as iniciais J&M. Abracei-o fortemente e ele derramou lágrimas na minha jaqueta jeans, ao chamarem o meu voo ele ainda me deu um beijo no rosto e se distanciou minhas amigas deram risinhos e gritinho escandalosos (o que me fez rir e ficar brava com elas ao mesmo tempo) após a segunda chamada, meu pai e minha avó seguiram comigo até a entrada no avião, me desejaram boa sorte e ele me avisou que estaria em Washington em duas semanas, quando eu ia entrando lancei um olhar de relance para meu pai e minha avózinha que choravam como uma criança e senti meus olhos arderem. Entrei no avião me sentei, olhei pela janela, e lá ia eu para a capital da maior potência mundial que existia.
Lá ia a Julieta, a procura da felicidade dela ou melhor da minha felicidade.
Depois de passar dois anos nos Estados Unidos, (ao que pude conhecer bem suas cidades, dando destaque agora para Califórnia, Miami, New York, Baltimore, and Orlando) o meu chefe sr Bernard Miles conversou com Rodolph e conseguira uma vaga para mim em uma filial da empresa na Itália, novamente o mesmo chororô,( meu pai foi para Washington, e uma semana depois comprei a passagem para minha avó e eles estão a morar comigo) me instalei em Veneza e mandei novamente as passagens para meu pai e minha avó (só pra deixar claro eu sustento os dois, mais meu pai sempre me ajuda até por que ele trabalhava com isso, e minha avó era professora de matematica e física sempre me ajudou pra caramba, nada mais justo não é?)
Depois de tanto viajar pelo mundo todo, parei em Amsterdã, para passar minhas ferias (como abdiquei três vezes delas estou um mês e meio aqui, mais logo visitarei o Brasil, bateu uma saudade das pessoas que lá deixei.Quanto ao meu pai? Ele ainda mora comigo e minha adorável avó? Bom ela veio a falecer logo a realizar seu maior sonho, ver sua única neta realizar a paixão de infância , viajar , creio que minha vozinha foi feliz na sua existência, pelo menos curti ao máximo aquela que substituiu minha mãe, logo após visitar dezenove países diferente, com minha avó e meu pai, eu realmente acho que me sinto feliz.
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MEMÓRIAS DE JULIETA
Romance"'Do que depende ser feliz?' Há dias fico pensando insistentemente nessa pergunta . "Eu me sinto feliz, não sei se sou, só sei que me sinto como se fosse." Nunca fui dessas pessoas, que deixam qualquer probleminha atrapalhar o dia. Sabe, acredito q...