III

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Mais uma semana se passara, e ainda me encontro em Amsterdã, estava a pouco tempo arrumando minha mala e meu pai está fazendo uma ligação para uma "amiga" sua, querendo saber se ela fez as devidas arrumações na fazenda de meu avô, essa "amiga" de meu pai, logo após ele viajar para Washington, ficara responsável pela estrutura da fazenda, com uma parte de sua aposentadoria e eu também sempre reservava uma quantia para mandar, ele depositava na conta dela para a mesma fazer as devidas arrumações na velha fazenda de meu avô, (sabe a mania de sossegar no lugar onde seus pais foram felizes ? Pois é meu pai tinha essa ideia ainda, até porque crescera naquela fazenda e não abriria mão dela) a Judith era arquiteta e cuidou dessa parte para ele, e já que vamos precisar da fazenda para aproveitar esse resto de férias que me resta nada mais top que passar no lugar onde eu, fui feliz,brinquei, pertubei , me apaixonei, e fiz amizades, então eu estava rumo a revisitar o meu próprio passado.

Me pus a olhar pela janela a imensa cidade da Holanda, sentirei saudade de ti Amsterdã.
Meu pai termina a ligação e vem de encontro a mim, me dar um beijo no rosto e se vira para também observar a acolhedora cidade.
"Sentirei saudade" ele murmura
"Voltaremos mais vezes" aviso , até porque não pretendo parar de viajar, dou um abraço forte em meu pai e vou em direção ao meu quarto, entro e pego uma mochila retrô de dentro do meu armario e ponho lá dentro :: meu iPhone, meus Fones de ouvido, meu CD do Franz Ferdinand, um pacote de absorvente, minha carteira, as chaves do carro, a chave da fazenda,minha necessaire com as maquiagens que eu mais gosto:: rímel, delineador, lápis, um batom vermelho e outro vinho, e uma palheta pequena com seis cores neutras.

Pus a mochila nas costas e peguei a mala, meu pai me esperava lá embaixo, entrei no táxi e fomos para o aeroporto, fiz o check-in e entramos. O voo dessa vez teve turbulência mais nada muito grave, o avião fez ponte no Rio e em São Paulo , demorou mais do que o previsto para a revisão dos motores e todas aquelas peculiaridades chatas ...

Chegamos no aeroporto internacional de Minas Gerais, fomos para o estacionamento e o Ian fez tudo como o combinado deixou meu EcoSport no aeroporto, tirei as chaves da mochila e fui dirigindo até a fazenda (o que fez meu pai ficar bicudo o trajeto todo, mais já que eu dormi a viagem inteirinha estava mais disposta a abdicar da noite ) chegamos, eu acordei meu pobre pai que dormira como um anjo toda aquela trajetória ( a fazenda tava uma beleza, a Judith fez um ótimo trabalho) coloquei o carro na garagem, retirei as malas e arrumei meu quarto, meu pai abriu um vinho safra de 77 e ficou no sofá rente a lareira, peguei as roupas da mala e as organizei no armário do meu antigo quarto, que ao invés de roxo e branco como eu deixei estava salmão e branco.

Fui de encontro ao meu pai na sala e ficamos relembrando como a vida era boa naquela fazenda e como ele e eu fomos felizes, mesmo que por pouco tempo, naquele lugar, falamos sobre os amigos, sobre o amor de meu avô pelos cavalos, e de minha avó pelos jardins da casa, meu pai me contara que ela levantava bem cedinho para regar as suas rosas brancas e sempre estava na companhia de meu avô, me contou que seu lugar preferido(que aliás é um dos meus ) é a antiga biblioteca que meu avô fez para minha avó.

Olhei para o relógio e para o vinho que estava vazio e conclui que já estava muito tarde e meu pai muito melancólico, ajudei-o a ir para seu quarto e logo em seguida fui para o meu.

MEMÓRIAS DE JULIETAOnde histórias criam vida. Descubra agora