MEMÓRIAS DE JULIETA

VI

Subimos para o meu quarto e conversamos sobre os mais variados assuntos, desde os QUINZE até os VINTE, (foi quando a minha vida se transformou), mais adiante, a conversa tomou ares que estavam escondidos no meu passado (caro leitor, minha história não é tão clichê assim, mais temo em dizer que as mais diversas estripulias que cometi foram por algum empurrãozinho clichê), parei a conversa e fui tomar um gole d'agua, voltei para o quarto e as meninas cochichavam, perguntei o que elas tanto sussurravam, deram uma resposta qualquer e quiseram saber sobre as viagens, percebi a aflição das duas mais achei melhor não perguntar queria que meu dia continuasse perfeito como estava.

Fomos dormir e acordei com o barulho da Olívia no banheiro cantando num tom esganiçado, a música beem romântica do Luan Santana, que tem um trechinho mais ou menos assim:"Eu sei que é amor e sinto pra valer, pois por você eu dou a cara pra bater".

Levantei, desci as escadas e ouvi (sem querer) alguém brigando no telefone:
"-Você o que? Não acredito depois de tudo...(choro)... Ai minha nossa, vai se ferrar moleque." era a Lú! Céus o que aconteceu? Será que..? Obviamente não. Mas..?
"- Lú? Você ta bem?"
Ela chorou em meus ombros, eu apenas os ofereci, chorava sem parar, queria perguntar o que acontecera para ela ficar tão abalada!? Mais uma vez ouvi que você nada deve perguntar, ofereça sempre sua companhia, e foi isso que eu fiz.

Oh Deus o que aconteceu com minha prima?

Ao ouvir o choro abafado de minha prima, Olívia desceu de lá só de toalha e xampu no cabelo, rimos, rimos muito até ela se acalmar e nos contar.

"-Estava namorando a um ano com um garoto, fui babá dele, e nos apaixonamos, melhor eu me apaixonei, nós ficávamos escondidos, tinha medo do meu pai descobrir, por que ele diz que não é apropriado uma garota andar com um rapazinho como o Fernando é. - ela deu uma longa pausa, não conhecia esse tal Fernando, mas se encontrasse ele na rua, daria uns belos socos na cara desse idiota, por fazer minha prima chorar.- ..." ele insistira tanto que eu acabei me entregando para ele...- ainda existe isso hoje? Tabom Anastácia Stelle só beijou dois caras na vida então minha prima tava bem, mais me perguntei se ainda existia isso de se entregar! Já fui uma romântica hoje procuro pensar mais, porém não julgo ela, a criação aqui é para isso mesmo, mais um garoto? - "Foi bom sabe? Ele foi carinhoso. Mais depois de um tempo ele vinha me evitando, eu sempre ia atrás dele, e hoje ele veio me ligar dizendo que não dava mais pra ele, e que foi uma curtição legal!- ela chorou mais ainda.

Não sabia como conforta-la, não era boa com palavras de conforto, era boa com números e cálculos. Tanto é que a frase em THE MIND BEAUTIFUL :: " Minha professora disse que eu entrei duas vezes na fila do cérebro e nenhuma do coração! Serve especialmente para mim.

Deixei Olívia cuidar dessa parte, só fiquei ali, consolando enquanto ela colocava para fora aqueles chorinho insensatos e abafados. Minha prima era muito sentimental, Olívia era mais centrada,e eu a sensata da família.

Desci para pegar um copo d'agua para acalmar os nervos de Lúcia. Peguei um copo de vidro, no armário, e pus um pouco de açúcar na água.

Subi... E acho que ouvi até demais.
-"Cê acha que ela vai ficar zangada?- Era a voz de Lúcia ainda soluçando.
-"Acho melhor ele contar pra ela.-Olívia dizia dando ênfase no ele.
Interrompi as duas.
-"Contar o quê? " - As duas saltaram da cama, e Olívia me olhou assustada, Fechei a cara, fiquei seria olhando para as duas ali paradas, e que não soltavam uma sequer palavra.

Lúcia tentou me enrolar mais eu não cair na dela, queria saber quem era o tal ele (que cá entre nós, já sei que era o Matheus mas queria ouvir aquilo da boca delas) e que assunto seria esse que faria uma pessoa como eu ficar zangada.

Olívia me disse tudo... E eu fiquei sem palavras. Como uma pessoa pode ser tão fria? Por que ele não me disse? ( sim estamos falando do Matheus, voltando ao drama...) Porque que canalha.!

Calma jovem leitor, não sou de natural romântica, nem dramática, sempre resolvi meus problemas, na base da razão, então sempre procurei saber dos fatos antes do julgamento. Portanto próximo sábado escreverei um pouco mais de minhas adoráveis peripécias.