14 de fevereiro, 21:15.
Já era de noite e a chuva ainda não tinha parado. Por sorte o Philipe tinha conseguido achar alguma lenha, e com ela fizemos uma fogueira.
-Despe-te - ordenou ele.
-O que? Eu não ouvi bem.
-Não te finjas de surda. Mas se quiseres ficar doente, eu não me vou responsabilizar - suspirei cansada.
Nesse momento o Philipe tirou a blusa dele.Oh meu deus, que abdominais eram aqueles?
Ele deu uma risada e olhou para mim com um olhar maroto.
-Queres ficar só a olhar ou também queres sentir?-Quero que te fodas - disse repentinamente, quase atropelando a pergunta idiota dele. Não que eu não queira sentir mas era preciso muito descaramento da parte dele.
-Ontem não era isso que dizias - ele sorriu.
-Ontem eu não estava consiente.
Ele deu de ombros e tirou o resto da roupa ficando só em boxeres. Suspirei vendo que não havia outra opção e despi-me ficando apenas com as minhas roupas intimas. Em seguida pendurei as minhas roupas em frente à lareira. O Philipe ao me ver a fazer tal ato decidiu fazer o mesmo. Estavamos os dois em silencio até que decidi perguntar:
-O que fizemos ontem?- És optima na cama - ele disse e piscou me o olho.
Oh não! Não me digam que eu pedi a minha virgindade!
- Não podes estar a falar a sério - disse rindo ironicamente e com algum desespero.
- Relaxa, princesa. Estava a gozar contigo. Não fizemos nada por ai além. Só beijos e isso. Deu para ver que eras virgem e como estavas bebeda, não quis tentar nada. Não sou tão idiota assim - suspirei aliviada.
-Ao menos admites ser idiota - é incrivel a minha capacidade para ver o lado bom das coisas.
-De nada, querida Beatrice - ele disse com sarcasmo e eu sorri irónica.
- Achas que há alguma coisa para comer?
- Não sei mas não custa ir ver - disse ele levantando-se e foi em direção à cozinha. Apenas fiz o mesmo.
Por sorte havia bastanta comida que passavam fora do prazo daqui a uns meses. Como o idiota (mais conhecido por Philipe.) não sabia cozinhar restou-me a mim fazer essa tarefa. Massa com atum, foi o nosso jantar.Com o anoitecer, o frio instalava-se pelas paredes e começavam a ficar húmidas. Estava cheia de frio e acredito que o Philipe também esteja.
-Toma - disse ele e entregou-me uma manta, que por acaso era grandinha. Sorri como agradecimento e pude-me aquecer com ela. Passado uns cinco minutos olhei para ele e vi que batia o queixo.
-Porquê que não vais buscar uma manta para ti? -perguntei.
-Se houvesse mais mantas já estava a usa-la, não achas?
-Vê se paras de ser tão arrogante comigo! Não te fiz mal nenhum, muito pelo contrário.
- Eu já sei que a culpa foi minha. Mas que merda, meu! Não precisas de atirar isso à cara!
-Acalma lá ai as hormonas -gritei impaciente - vem aqui. À espaço suficiente para os dois - disse. Podia não estar a gostar nada dele mas não sou tão cruel ao ponto de o deixar ao frio.
-Deixa estar - suspirei impaciente e fui ao pé dele que estava na outra ponto do sofá e atirei-lhe a manta.
Fui até ao andar de cima, mais especificamente aos quartos. Estava um frio do caraças e obviamente nenhum de nós os dois aguentava dormir lá. Tirei o calchão de uma das camas e fui até as escadas. Como não queria a ajuda do Philipe, ao chegar ás escadas, deitei o calchão e empurrei-o a modo que ele fosse escada a baixo. Felizmente o meu plano deu certo! Só não contava que partisse uma jarra, mas isso não vem ao acaso.
Philipe olhou para mim assustado e eu sorri. Levei o calchão até ao pe da lareira que ficava no meio da sala e disse:
-Já temos uma cama - disse e ele sorriu de lado e foi se deitar lá. Fiz o mesmo e tanto a manta como o calchão chegou para nós os dois, como imaginei.
-Beatrice?-Diz - respondi com os olhos fechados.
-Tens sono?
-Um pouco - respondi ainda com os olhos fechados.
-Queres que eu o tire? - ele perguntou e eu abri os olhos olhando para ele confusa. Mas o sorriso malandro dele respondeu a todas as minhas duvidas. O que tem de bonito tem de idiota e tarado.
-Para de pensar em sexo, meu.
-Nunca quiseste experimentar?
-Não te devo satisfações da minha vida, meu caro -disse ironicamente e ele suspirou.
-É tão bom, e viciante, quando experimentares...
-Eu não te perguntei nada -interrompi-o.
-Porra! Não se pode falar contigo!
- Não sou como as outras tuas amiguinhas que só querem saber de sexo, Philipe. Eu não sou assim.
- Do que queres falar então?
-Nunca tive a oportunidade de saber algo sobre ti.
- Tenho dezassete anos. Os meus pais são a Sarah e o Mikael, tenho três irmãos; o Richie, a Lauren e o Paul. O Richie é pequeno, tem três anos. A Lauren tem quinze anos e o Paul vinte e dois. Não tenho carta de carro muito menos de mota, mas como viste sei conduzir. Apenas estou á espera de um bom momento para tirar a carta - finalizou ele.
- Ahh. Eu tenho quinze anos, vou fazer dezasseis em Dezembro. Tenho um irmão, chama-se Thomas; mas tem vinte e cinco anos. Ele é so filho do meu pai. Amo motas, acho que é um desejo que o meu pai me passou - ri-me - gostava de tirar a carta. Mas ainda não tenho idade suficiente.
-Pensava que tinhas mais idade.
- Mas tenho apenas quinze anos.
- És social, não?
- Porque que várias pessoas me perguntam isso? Eu não sou social nem quero ser - afirmei.
- Perguntam porque és bonita. Não queiras ser mesmo. Fazes amizades só por interesse e miúdas, no teu caso, miúdos, aproveitam-se de ti pela fama.
- Já te aconteceu? - ele apenas assentiu e eu suspirei.
-Deve ser mau. Tenho sono. Vou dormir.- Adeus, dorme bem - ele disse e eu sorri como agradecimento. Virei-me para o outro lado e cai num sono pesado por conta do cansaço.
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100 dias com um idiota
RomanceBeatrice e Philipe conheceram-se numa festa. O rapaz, interessado pela jovem sugere que, no dia seguinte, fossem dar uma volta de mota, mas acabam por se perder no meio do mato com uma tempestade. Ao encontrarem um casebre, decidem refugiar-se lá, e...