Capitulo 4

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12 de Março.
Dezassete dias.

Parece estúpido, futeis, os motivos das nossas discussões. Desde aquele beijo que, tanto eu, como ele andamos estranhos. Pelo menos eu sinto isso.

Nestes dias, tenho pensado seriamente no que o Philipe tem me sugerido desde o primeiro dia; que perca a minha virgindade com ele, porquê que penso nisto? Não sei, é bastante estranho. Eu acho-o estúpido, idiota, tarado, otário, ordinário.

No entando, ele é lindo, quando quer sabe ser compreensivo e... gostoso?
O mais estranho é que eu não o amo e quero que ele seja o meu primeiro homem.
A isto chamamos atração fisica, Beatrice! - Gritava o meu subconsciente.

Apesar se tudo não irei perder a minha virgindade por uma mera atração com um idiota.

Pergunto-me se ele já realmente amou alguém. O Philipe aparenta ser daqueles gajos que só querem festa e mais nada. O certo é que só o conheço à dezassete dias e não posso tirar conclusões precipitadas.

-Philipe? - estava a cozinhar de costas para ele, então mesmo sem saber se ele olhara com atenção, continuei. - Quer queiramos, quer não, vamos ter que nos dar minimamente bem, concordas?

-Sim -ele respondeu curto e seco.

-Então, tu paravas de tocar no assunto sexo, e eu não falava de um outro assunto qualquer de que tu não tenhas vontade de falar, o que achas? - Sujeri.

- Ainda não percebeste que de ti só quero sexo?

Parei imediatamente o que estava a fazer e olhei para o Philipe. Ele continuava parado a olhar para mim sério. O sorriso maroto que antes mantinha enquanto falava esses tipos de coisas havia desaparecido. Afinal era verdade, ele só me queria para sexo.

-Óptimo, sendo assim faz-te à vida! Não me peças para te secar a roupa, para fazer-te o jantar e muito menos para te ajudar a limpar a merda da tua mota! Afinal só sirvo para sexo, não é mesmo?

-Também não é assim. Eu não quis dizer isso. Apenas disse que não sentia amor por ti e sim uma atração forte.

-Não me faças de burra, pelo amor de Deus!

-Fodasse, meu! Já não se pode dizer nada que amuas logo!

- Primeiro, fala bem comigo!
E segundo, por seres o interesseiro e tarado que és é que nunca tiveste um relacionamento sólido.

-Não fales do que não sabes!!
Mais vale não sentir nada, assim ninguém me ilude, e, ninguém me magoa. É simples e bem melhor.

-Se não gostas que te façam isso não te comportes como uma pessoa com essas caracteristicas.

Ele estava a fazer um esforço para não deixar nenhuma lágrima fugir e isso era nitído. Quem não o conhece assim como eu pensa que ele é apenas um tarado à procura de sexo. Contudo, hoje pude ver, que ele já sofrera muito no passado e que apenas faz isso para se auto-proteger. Mas, as coisas não funcionam assim e ele não pode simplesmente sair por ai e tratar todas as pessoas igualmente.

Afinal há pessoas e pessoas.

-Desculpa - ele disse num fio de voz. Não disse nada apenas assenti e voltei a fazer o jantar.

...

-O que é isto?! - perguntou Philipe, indignado.

-Não há quase comida nenhuma, temos que poupar. Mais vale comer aos poucos e passar um pouco de fome agora, do que não ter absulotamente nada para comer.

- Isto não é vida...

-Eu sei, também não me agrada nada "viver" assim, porem temos que nos habituar-nos.

-Concordo. O certo a fazer é tentarmos irmos para a estrada uma hora por dia, pode ser que passe alguém com um bom coração e nos salve - rimos.

-Não é má ideia, mas hoje em dia há muita malandragem e as pessoas têm medo que alguém lhes assalte; e mesmo assim ninguém passa por aqui sem ser loucos a alta velocidade.

-Não custa tentar -insistiu.

-Sim, tens razão.

Acabamos de comer e fomos lavar os pratos ao lago, nesta casa continha apenas seis pratos, seis talheres e seis copos.


Terminamos o que tinhamos a fazer e fui deitar-me e pensar.

Philipe
Ela era estranha. A Beatrice conseguia proporcionar-me momentos e pensamente que antes era me indiferente.

Sei que reagi mal hoje. O que disse magoou-a e muito, viasse pelo seu olhar que desde o momento que eu disse aquilo...

Flashback

-Ainda não percebeste que de ti só quero sexo?

Arrependi-me no segundo a seguir de ter dito aquilo. Ela virou-se para mim como se não acreditasse que aquelas palavras tinham acabado de sair da minha boca.

Ela era tão ingenua, tão delicada e quando terminei a minha pergunta sarcastica foi como se ele desambasse.

Eu não tinha o direito de a magoar.

Espera, desde quando é que eu me importo?!

Flashback/Off

A verdade é que, eu não me importava.

O melhor é eu não me deixar levar pelas emoções.

Porque, por mais que não queira, aquela miúda tem posse sobre mim.

E eu odeio isso.

100 dias com um idiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora