Capítulo 3

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5 de março.

        Dez dias se passaram desde então e ninguém apareceu para nos ajudar. E o pior é nenhum de nós os dois saber voltar à estrada.

Os mantimentos que havia estavam quase no fim e isso era uma dor de cabeça. Os nossos telemoveis estavam sem rede e sem bateria. Começava a ficar cansada disto tudo e a minha vontade de matar o Philipe só aumentava. Por ele ser o gostoso que é e o idiota de sempre.

     A nossa salvação é que a uns quarenta metros do casebre havia um lago onde podiamos "tomar banho".
     Olhei em volta para ver se havia alguem e começei por me despir. No fim, atirei-me de cabeça para o lago gelado; e permaneci lá por uns bons minutos.
      Depois do banho tomado lavei as minhas roupas todas menos a interior, tinha lavado ontem. Vesti o sutiã e as cuecas, e voltei para o casebre.

     Mal entrei em "casa" ouvi um resmungar do Philipe. Ele estava a acender uma fogueira para que eu pudesse cozinhar. Estendi a minha roupa molhada ao pe da lareira e fui diretamente para a cozinha. Eram duas horas e o meu estomago já roncava a pedir pelo almoço. Três pacotes de massa, cinco de arroz e  catorze latas de conserva, era o que havia. Pedia a Deus para que nos ajudassem depressa, se não passavamos fome.
                    ...
       -Batoteiro, meu!

       -Tu é que tens mau perder - defendeu-se.

       -Não sabes como se joga dominó! Batoteiro!

        Estavamos a jogar dominó, felizmente achamos algo nas gavetas que possamos nos divertir sem ser à maneira do Philipe.
       -Sabes do que tu tens falta? De sexo! - ele disse e eu não pude acreditar no que acabara de ouvir.

      -Ordinario! Vadio!  Idiota! - gritava eu aos socos no seu peito de deus grego.

      -Porra! Cala-te e beija-me! - ele disse e eu parei imediatamente com o ato que estava a fazer, e com uma vontade de saborear aqueles lábios, não consegui fazer nada a não ser beija-lo.

      Ele beijava tão bem e as nossas linguas exploravam a boca de cada um. O Philipe agaixou-se um pouco e pegou-me ao colo para que eu ficasse com as pernas presas na sua anca. Nisto tudo ainda nos beijávamos. Parecia que necessitávamos um do outro. Eu necessitava dele. Ele necessitava de sexo.
      O Philipe levou-me até ao colchão e deitou-me lá com toda a cautela do mundo. As suas mãos exploravam o meu corpo todo e os seus labios foram até ao meu pescoço, de seguida ao meu peito.
      -Para - eu praticamente implorei.

      -Eu sei que queres tanto quanto eu, não negues - ele sussurrou no meu ouvido. Com forças do outro mundo consegui empurra-lo e ele caiu fora do colchão. Ficamos a olhar nos por uns dez minutos até que eu disse:
      -Idiota do caralho, meu!

    Peguei na manta que ali havia, enrrolei-me nela e sai mato fora.

    Ele é tão mas tão idiota que até me atrai.

100 dias com um idiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora