A Maldição de Claire

Capítulo Dez

-Claire-

        O Kaique estava usando uma jaqueta jeans, calça e um sapato Oxford. O cabelo impecável, como de costume. 

-Você precisa arrumar sua mala e sair comigo agora. -Ele falou.

-Como assim? -Perguntei.

-Se você não ir comigo, o Josh vai te levar.

-Vocês se conhecem? 

-Não.

          Kaique tirou meu cobertor e começou a me apressar pra eu levantar.

-Vamos logo, Claire.

       O Kaique é um dos meus melhores amigos, mas tudo está tão estranho, não posso simplesmente sair com ele.

-Não vou fazer nada até você me explicar tudo! -Falei.

-OK. Você é filha do Roberto, líder do clã Xyla e ele tinha algumas dúvidas sobre seus poderes, ainda não tinha certeza se iriam se manisfestar, então Josh veio pra observar você por todo esse tempo. Agora eles tem certeza, você tem uma sensibilidade muito grande e tem o poder de controlar a natureza, e o Josh recebeu ordens do seu pai pra te levar. 

-Você também é um bruxo?

-Sim, sou do clã Dionísio, existem 4 tipos de clãs na Itália. O meu clã tenta manter a paz e harmônia em ordem, não usamos nossos poderes para o mal ou para ganhar vantagem em algo. O clã do seu pai era muito honesto e bom, mas depois da morte do antigo líder, o pai de seu pai, Robert assumiu. Muitos bruxos ruins fazem parte desse clã, eles usam os poderes para benefícios próprios, como: fama, dinheiro, poder;  usam o poder para o mal também, já mataram.

-Ele não é meu pai! -Exclamei.

-Tudo bem.

-Como posso ter certeza que você é do bem e o Josh do mal?

-Eu não disse que ele é do mal, ele está recebendo ordens, vai obedecer seu líder. Claire, as pessoas que mataram seus pais foram por ordem do clã Xyla, sinto muito.

            Eu senti um aperto no coração quando ele disse isso. Não sabia o que dizer. Kaique se aproximou e me abraçou.

-Eu fui para a Casa Abigail para te ajudar, você estava passando por um momento difícil e eu não podia deixar bruxos ruins se aproveitarem dessa situação. 

-Mas, o que eu tenho de tão especial?

-Você é a única filha de sangue do Roberto, é a herdeira. Eles querem você lá. O problema é que eles mataram seus pais, então não temos certeza do que realmente querem de você, então preciso te deixar segura e protegida.

-E meus avós?

-Está tudo bem, eu posso fazer um feitiço e eles vão esquecer de você, não para sempre, assim que eles te verem novamente o feitiço é quebrado, eles ficarão bem. Claire, você pode escolher ficar, não vou te obrigar, mas os riscos são grandes, para você e também para seus avós.

              Sinceramente eu não sabia o que fazer mas decidi ir com o Kaique. Ele me ajudou a arrumar minha mala, e fomos até o quarto dos meus avós. Ele se aproximou da cama, fechou os olhos, levantou os braços e um raio de luz azul saiu da palma de suas mãos, o raio ficou sem cima dos corpos dos meus avós por alguns segundo, ele abriu o olho e saiu do quarto. 

              Entramos no carro dele, e ele me explicou mais algumas coisas, tudo parecia fazer sentido mas ao mesmo tempo, nada parecia fazer também. Ele me disse que o Robert se apaixonou pela minha mãe, e quando ele contou para ela que era um bruxo, ela fugiu e se casou com meu pai, depois disso ele nunca mais teve outro filho. O Kaique disse que estamos indo para Veneza, nos juntar ao clã dele.

               Ele dirigiu até uma área que não tinha casas por perto. Então estacionou o carro e pediu para que eu saísse, ele me deu a mão, e com a outra eu seguei minha mala, e como mágica nos teletransportamos para outro lugar. Era de dia e estávamos na rua, em frente a uma mansão.

-Você tem dois poderes diferentes, enfeitiçou meus avós e e nos teletransportou. -Eu disse.

-Meu único poder é teletransporte, o outros são feitiços, todos os bruxos podem aprendem. Por isso eu vim para esta missão, eu poderia estar em todos os lugares que você.

-Então era você, no dia do festival!!! -Eu exclamei, ele olhou pra mim e deu uma piscadinha com o olho esquerdo.

                 Haviam várias árvores na entrada, tudo era muito verde. Tinham algumas crianças correndo no gramado. 

-Vocês chegaram! -Um rapaz jovem veio em nossa direção.

-Baby! -Kaique exclamou e deu um beijo nele.

-Claire, meu nome é Anthony prazer em conhecê-la. -Disse ele sorrindo. Ele é moreno, e tem cabelos encaracolados.

-O prazer é meu. -Eu disse.

-Bom, entrem por favor. -Ele disse nos levando em direção a porta. -Vou avisar a Maria que vocês estão aqui.

-Quem é Maria? -Eu perguntei.

-É a líder do nosso clã.

              Nós estramos. Vários quadros nas paredes, instrumentos de música e muitas escadas também.

-Não sabia que tinha um namorado? -Perguntei rindo.

-Não conta pra ele sobre o Enfermeiro gatão, só olhar não tem problema, né?

          Eu dei risada. Estava começando a me sentir calma já.

           Nos sentamos em um sofá, e uma mulher muito bonita se aproximou.

-Boa tarde, sou a Maria. Estava ansiosa pra te conhecer. -Ela é negra, e tem cabelos lisos compridos. Está calçando um salto alto e vestindo um vestido.

-Olá. 

-Bom, o Kaique deve ter explicado muitas coisas, mas tenho uma nova informação. O seu pai quer te casar com o filho do clã Zeledonia. Eles querem se unir para dominar a Itália, começando pelo governo, os dois clãs juntos serão fortes.

-Mas o Zeledonia não é inimigo do Xyla? -Kaique perguntou.

-Eram até então, mas os dois querem algo em comum, poder. 

-Como você sabe de tudo isso? -Perguntei.

-Temos bruxos amigos, que nos ajudam. Claire, você precisa entender a gravidade da situação, isso seria o começo de uma guerra. O clã Zeledonia, não gosta de humanos, muitos bruxos deste clã morreram assassinados nos século XIII e IX por humanos. 

-Eu entendo.

-Ótimo, você está segura aqui. Amanhã se quiser você pode começar aulas com outros bruxos da sua idade, seria interessante aprender alguns feitiços. -Maria falou.

-Voce assiste essas aulas Kaique?

-Não, eu estou com 19 anos, já me formei. Os bruxos estudam por dois semestres, a partir do primeiro Halloween com dezoito anos. Nessa idade aprendemos os feitiços na prática, antes disso apenas na teoria.

 -Kaique, mostre onde é quarto dela, por favor. -Maria falou e se despediu de nós.