Não é Real (Degustação)

CAPÍTULO 9 - JESSICA

CAPÍTULO 9

JESSICA

Aquilo era surreal, mas era bom.

Primeiro que nunca pensei que eu teria qualquer coisa a mais com Blake, além da relação profissional, depois eu achei que seria apenas sexo. Obvio que uma garota apaixonada como eu (e eu não tenho problema nenhum de confessar isso) sempre sonha com um relacionamento e todas essas coisas, mas eu sei que não podemos ter um relacionamento normal, namorar, sair, andar de mãos dadas. . . Continuar tendo um relacionamento puramente sexual não era problema, até porque, nesse quesito, Blake é muito bom. Bom em níveis indescritíveis!

Mas aqui estava eu, num restaurante ao ar livre, sentada com Amy, a tia de Blake, a única família que eu saiba que ele tem, conversando normalmente, sobre coisas cotidianas. Blake foi estacionar o carro e nós estamos aqui, o esperando, Amy é engraçada e muito divertida, como que ela criou um cara rabugento como Blake?

E eu preciso me lembrar de agradecer Angie pela ideia de deixar uma pequena mala com roupas minhas na casa do Blake. Foi isso que me salvou de vir nesse almoço com um vestido curto e um salto alto.

— Então fui chamada na escola pela décima vez no mesmo ano, o diretor disse que se continuasse, Blake seria expulso. O professor que ele tinha brigado queria expulsão imediata! — Amy me contava mais uma história de Blake na adolescência e eu estava adorando aquilo!

— E o que aconteceu?

— Eu já estava a ponto de implorar quando o Blake começou a rir, disse que ele tinha as melhores notas da escola, estava concorrendo à bolsas de estudos em faculdades e era um dos principais jogadores do time de futebol americano. Expulsa-lo poderia prejudicar mais a escola do que ele, principalmente porque ele brigou com o professor para defender outro aluno, que estava sendo ofendido pelo professor.

— Isso é muito a cara do Blake — eu disse rindo.

— Aí fiquei lá, sentada, vendo o professor e o diretor tentando rebater o que Blake dizia, mas Blake tinha muitos argumentos, era consistente no que dizia. Tanto que o diretor desistiu e ficou lá de espectador comigo. O tal professor já estava perdendo a estribeiras, Blake estava sentado lá, calmamente, falando tudo aquilo como se estivesse numa conversa normal.

— Eu já vi ele fazendo isso, uma vez um juiz ameaçou ele até de morte!

— Tá vendo? Ele ainda vai levar um tiro por causa dessa marra toda! Enfim, o professor vendo que não ia conseguir nada com Blake, se vira pra mim, começa a me xingar, dizendo que o comportamento dele era minha culpa! Ele gritava comigo.

— Blake deve ter ficado puto! — eu disse — Ele bateu no professor?

— Quase, jogou ele contra a parede, mas eu não deixei ele fazer mais nada. No fim dessa história toda, o professor foi suspenso e Blake não.

— Meu Deus, isso é tão Blake! — eu disse rindo, era quase impossível imaginar Blake adolescente, mas aquilo era, com certeza, algo que ele faria.

— O que é tão eu? — Blake se aproximou, se sentando do lado da tia dele.

— Você de leggin justa em cima do palco — Amy respondeu, séria — Ele tinha três figurinos, o primeiro, da festa, a calça era branca, o segundo a calça era roxa e o ultima, preta.

— Você de calça leggin roxa? — minha barriga doía de tanto rir.

— Você não viu quando ele entrou de leggin branca! A Julieta até errou a fala! — Amy falou e Blake revirou os olhos, me fazendo rir ainda mais.

— Queria muito, muito mesmo, ter visto tudo isso! — eu disse.

— Mas eu tenho as fotos, várias! Já falei, é só ir em casa, até faço cópias para você!