CAPÍTULO 2 - Blake

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CAPÍTULO 2

Blake

Eu a encontrei!

No momento em que ouvi aquelas palavras, eu corri, sabia que ela faria (ou já tinha feito uma besteira). Jessica nunca ficaria parada enquanto uma vítima corria algum tipo de risco. Eu disse que estava chegando, mas ela não esperaria, ela nunca esperava!

— Onde ela está? — perguntei para Noah assim que cheguei perto dele, em um corredor daquela casa que mais parecia um cenário de filme de terror trash.

— Lá dentro — ele e outros agentes faziam força para abrir uma passagem, eu os ajudei, mas assim que abriu um espaço suficiente, eu passei.

Escutei sons de luta e saquei minha arma, não tive muito tempo para mirar, mas minha sorte é que a escuridão é minha amiga. Precisei de menos de um segundo, isso já me era automático. Mirar. Preparar. Atirar.

Mais um bandido morto no chão.

Jessica estava viva.

Noah entrou logo depois de mim, ele correu para deter o outro suspeito, que tentava se levantar. Jessica estava sentada no chão, me olhando, eu não dei chance que ela falasse nada, apenas saí de lá.

— Ela está bem? — Ângela veio me perguntar.

— Sim — respondi sem parar de andar — ela continua inconsequente.

— Muito diferente de você, né Blake? — ela me perguntou irônica.

— Como? — me virei para ela.

— Qual é Blake, você não faria o mesmo? Aliás, você não acabou de fazer?

— Vá ver sua amiga, que será atendida pela ambulância e não me encha a cabeça agora! — eu respondi, sei que não foi educado, mas eu tinha muita coisa a resolver agora.

— Sim Capitão Rabugento, fuja do assunto quando sabe que está errado! — Ângela era a única que tinha coragem para me falar esse tipo de coisas, mas eu nunca ficava bravo, assim como ela nunca ficava brava comigo com minhas grosserias.

Ângela era muito bonita, apesar de trinta e dois anos, aparentava dez anos a menos. Somos amigos desde que ela chegou em Washington, sei quase toda a vida dela, ela sabe parte da minha e nunca me forçou a dizer as coisas que não consigo me esquecer, por mais que eu queira. Seria o lógico me sentir atraído por ela, certo?

Mas comigo, a lógica sempre falhava.

— Estamos prontos, senhor — o piloto me avisou.

— Certo, estou esperando minha equipe chegar — eu respondi.

Minutos depois o carro chegou, como sempre Noah e Jessica estavam abraçados, ele falava alguma coisa no ouvido dela e ela ria. Era clara a proximidade que tinham, me peguei, mais de uma vez, imaginando até que ponto essa intimidade deles ia. Mas, óbvio que era um interesse puramente profissional, já que sou chefe deles e é proibido romance entre agentes da mesma unidade. . .Certo, nem eu acreditei nessa! Essa garota iria me deixa louco!

A primeira vez que a vi, tinha sido a mais de dez anos, mas não creio que tenha me visto naquele dia. Eu estava num evento de caridade do governo, trabalhando. O pai dela, Ryan Cooper era um dos convidados. Na época ele era o Agente Superintendente Cooper, hoje ele é um dos diretores do FBI.

— Taylor — ele me cumprimentou.

—Agente...
— Não, hoje sou apenas Ryan, não estou a trabalho. Meu único trabalho hoje é ficar de olho nela — ele apontou para ela, uma garota de dezessete anos, que conversava com um rapaz, ela sorriu para o pai. Ela era bonita, para uma adolescente, mas era apenas uma menina. A única coisa que me fez reparar nela foram seus olhos, verdes amarelados, de um jeito que eu nunca tinha visto. Mas confesso que não a olhei mais que dois segundo e antes do final da festa, já tinha me esquecido.

Não é Real (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora