Não exatamente

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Sei que há um milhão de pessoas com quem você gostaria de estar.

Não exatamente.

(Damon e Bonnie - 6x5)

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Damon


Eu estava no meu quarto segurando desajeitadamente Miss Afagos entre meus braços, o ursinho de Bonnie que ainda possuía o cheiro dela. Eu tinha uma decisão difícil pra tomar. Uma decisão que eu sabia que iria me arrepender, mas eu não tinha outra escolha. Eu tinha que salvar Elena e essa era a única forma.

Olhando para o ursinho me fez lembrar a primeira vez que a vi com ele, toda entusiasmada por ter encontrado algo que a fazia se lembrar da sua infância. Foi tudo muito inusitado, porque no momento em que ela entrou pela porta trazendo consigo Miss Afagos e o Grimório de Emily, eu estava muito distraído dançando uma música qualquer na rádio enquanto fazia panquecas. Ela me olhou com uma cara confuso e um leve sorriso debochado, ambos ignoramos a situação pra nos concentrar em discutirmos mais uma vez. Entre nossas ofensas ela me deu as costas e mais uma vez foi embora.
De repente minha mente é invadida por várias memorias de Bonnie Bennett em 1994.

Várias memórias vividos naquele mundo paralelo...

Já fazia mais de dois meses que estávamos presos nesse lugar. Ou melhor, nesse inferno chamado 1994. Onde eu escondia meus fantasmas. Fantasmas do passado que eu havia decidido deletar da minha mente, mas que agora decidiram sair e me perturbar.

Meus dias sempre eram cheios de Bourbon, panquecas, músicas variadas da época, ou ainda de vários livros que eu devorava na biblioteca da pensão. Tudo isto pra passar o tempo, e quando não era suficiente eu passaria limpando a casa, que sempre ficaria impecável em questão de segundos, só que não aplacaria minhas frustrações e meu tédio até que um dia encontrei no meio das coisas de Stefan uma câmera antiga. A câmera era recheada de vídeos de Stefan, Zach e de sua esposa grávida em momentos em família. E lá estava os fantasmas de novo a me perturba.

De um lado, o passado que me atormenta e do outro, o passado frustrado de ver que Stefan parecia mais feliz sem mim por perto. Como se ali ele estivesse vivendo numa família completa.

Então, ainda havia Bonnie com quem eu discutia frequentemente.

A bruxa passava seus dias estudando seu grimório, fazendo palavras cruzadas, ou cuidando do jardim da avó, ou ainda me irritando com seu papo otimista e com seus discursos moralistas que não me serviam pra nada, a não ser me tirar do sério.

"Olha só pra você. Vai ficar aí só se lamentando. Um pouco de apoio não faria mal." Ela reclamou pela milésima vez ao me encontrar bebendo Bourbon e assistindo TV.

"O que você quer que eu faça. Além de querer ficar aqui sem ouvir a sua voz insuportável? Estamos destinados a viver pra sempre nessa realidade paralela, já que você sem sua magia é uma inútil." E mais uma vez se iniciou outra discussão.

"De todas as pessoas que eu poderia esta, porque tinha que ser você. Você é tão ingrato que não enxerga que se não fosse por mim, Elena e Stefan não estariam vivos e seguros. E talvez, Damon Salvatore teria sido sugado pro nada junto com o Outro lado."

"O quê?! Agora eu tenho que lhe agradecer. Pois eu preferia o vazio do que viver preso neste lugar com você." Eu disse com todo o meu desdém me aproximando ameaçadoramente da pequena bruxa. Bonnie não se rendeu, embora seu coração batesse acelerado e seus olhos havia um vislumbre de medo. "Eu poderia lhe sugar todo o sangue das suas veias, gota por gota. E não existiria ninguém pra lhe salvar." Minha voz ganhou tons sinistros, eu poderia sentir o desejo incontrolável de seu sangue fresco me dominar.

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