P.S. Eu te amo

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Bonnie

Para organizar as minhas idéias e tentar dar um rumo real a minha vida, decidi sair do dormitório que dividia com Elena e Carol e tranquei definitivamente a faculdade de Direito. Obviamente, que eu estava fazendo tudo meio que as escondidas, porque não queria questionamentos de meus queridos amigos. Sei que eles não iriam gostar nada dessas mudanças. Mas, e daí! Eles nem conseguiam resolver seus próprios problemas, como poderiam me ajudar? Eles foram incapazes de conseguir me tirar daquele lugar.

Assim, sorrateiramente fui arrumando tudo. Aproveitei que todos estavam focados no drama de Caroline. Fiquei sabendo que a loira religou sua humanidade e depois sumiu, provavelmente, porque não conseguia lidar com o peso de seus últimos atos.

Confesso que quando soube que Caroline religou sua humanidade e que estava sofrendo demais, eu me senti triste por ela. Sei que a loirinha não era assim uma assassina fria, invejosa ou cheia de crueldade. Carol é uma pessoa bacana que sempre teve o domínio sobre seus instintos vampíricos e se saia bem em torno de humanos, não oferendo nenhuma ameaça. Desde o começo ela conseguiu manter certo controle sobre si. Mas, com a morte de Liz, tudo mudou. E eu até entendo. As pessoas no geral tem modos diferentes de lidar com a dor. Embora vampiros me pareçam um pouco covardes por sempre escolherem a mesma forma destrutiva de lidar com suas perdas.

"Olá. Parece que alguém está saindo sorrateiro, como um fugitivo!" Meus devaneios foram interrompidos por Elena que apareceu me observando da porta do quarto.

"Por quanto tempo você estava aí me espionando?" Ela se aproximou da cama e olhou na direção da minha bolsa que estava entreaberta, desesperada eu tratei de fecha-la rapidamente, torcendo pra que Elena não tivesse visto as passagens de avião.

"Eu não estava te espionando. Só cheguei aqui e por acaso te encontrei fazendo suas malas, pronta pra ir embora." Ela arqueou as sobrancelhas mostrando um olhar irônico. "Então, vai mesmo sair de Withmore? Vai desistir dos seus sonhos?!"

"Você nem sabe quais são os meus reais sonhos." Falei ríspida sem paciência para atura-la.

"Bem costumávamos ser amigas e dividir tudo, até os nossos sonhos. O que mudou?" Ela possuía um olhar ressentido.

"Eu morri, voltei e tudo mudou. As minhas decisões são outras." Pronunciei cada coisa em tom sarcástico e frio, ouvindo o seu grunhido frustrado ecoar perto de mim. "Meus sonhos parecem distantes de mim. E tudo o que importa é que eu quero seguir os meus próprios passos. Sem viver na sua sombra."

"Você me odeia agora também? Isso mudou." Ela soltou um suspiro parecendo cansada. Seu olhar era vidrado em mim e isso me deixou um pouco intimidada. Tive que desviar o olhar. "E você também não se importa mais com a Caroline e com ninguém? Isso é tão estranho e triste!" Ali começamos a nossa pequena discussão.

Elena começou a dizer que eu estava me isolando de novo como se ainda estivesse presa sozinha em 94. Praticamente ela achava que para mim superar os meus traumas eu tinha que continuar por perto, sendo a amiguinha leal de todos e, principalmente, de Elena. Claro que minha querida amiga também começou a me questionar sobre minha relação com Damon. Ela disse que não era cega, mas fingia não ver pra doer menos.

"Sei que não é apenas platônico." Seu nariz se enrugou de desgosto, enquanto falava entre dentes. "Aconteceu alguma coisa naquele maldito mundo retrô! E vocês tem mantindo isso em segredo." Dei as costas pra ela e comecei a pegar as minhas coisas pra sair dali. "Provavelmente, você até já sabia que a Sarah é uma Salvatore, não é." Eu pisquei um pouco chocada e frustrada. "A Bonnie Bennett que eu costumava conhecer era alguém leal e verdadeiro. Nunca mentiria pra mim. E nunca me magoaria." Ela decidiu parar na minha frente me impedindo de seguir meu caminho. Seu olhar ressentido estava mexendo comigo.

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