O que eu fiz quando você se foi...

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Cathy havia colocado o celular do lado da cama (dias de sorte dificilmente acontecem duas vezes na semana, principalmente esses mesclados entre o azar de se atrasar para o emprego e a sorte do patrão não descobrir).

Manhã de terça-feira o despertador toca, Cathy apressadamente abre os olhos, olha o relógio e confere:

-Hora certa!

Ela escova os dentes e em seguida prepara o chá, e com a xícara na mão vai até Freddy.

-Freddy novo dia, hora de se levantar!

O gatinho espreguiça-se, e a responde com um miado rouco.

Então ela troca a água e coloca comida para Freddy, em seguida se arruma e vai para o trabalho.

Cathy era de altura mediana, tinha longos cabelos cacheados, uma voz angelical e divertida, além de um belo sorriso.

Seria realmente uma pessoa comum, se não tivesse o seu interior diferente. Por fora ela era o que todos podiam ser, mas dentro de si, existia uma pessoa única, difícil de se encontrar, nada se comparava ao sorriso e ao olhar de Cathy, mas isso era o reflexo do que ela era por dentro, quando se é singular por dentro, torna-se imperdível por fora.

De manhã, o trânsito não era tão conturbado, se bem que comparado as demais cidades brasileiras o trânsito daquela cidade nunca era conturbado.

-Bom dia Pierre!

-Uuuh... Cathy! Mas estás maravilhosa!

-Obrigada Pierre...

Catharina vai andando rápido, ela quer chegar logo a sua mesa, quer muito ver se o seu irônico bilhetinho obteve resposta.

-Bom dia Nina!

-Bom dia Cathy! Na hora certa hein!

Cathy sorri e entra no elevador.

Apressada vai até a sua mesa e eis que um envelopinho de camurça vermelha está debaixo de seu micro vaso.

Cathy ansiosa, senta-se e abre:

Querida Cathy, - Iniciava o bilhete

Seria pretensão demais para mim, imaginar que por qualquer motivo eu a faria perder o sono, sei que isso não lhe aconteceu, mas lhe confesso que sou muito pretencioso e acredito que possa acontecer!

Edu

Cathy abre um pouco os lábios, no fundo ela não acreditava que aquele bilhete pudesse ter sido mandado por Eduardo, não pelo fato do poema não combinar com a postura dele, mas por  se tratar de Eduardo Montreal, que além de ter a fama de "impossível", ela com ele não havia trocado mais do que "bom dias"...

Verônica chega.

-Catharina, Catharina!!!

-Oi Verônica! Tanta correria para me dar bom dia é?

-Ah Cathy... Ia me esquecendo... Bom dia! Mas sei que para o seu dia ser muito bom,  depende do conteúdo desse envelope em sua mão, então rápido, diga logo o que está escrito!

-Não tem nada mais do que o vazio de um papel em branco!

-Não brinca amiga! Fala logo estou me mordendo de curiosidade!

-Bem, se quer saber mesmo, aqui no bilhete diz: "eu sou o Edu!"

-Ah meu Deus! -Verônica diz levando a mão aos lábios.

-Cathy me passa logo esse bilhete!

-Calma Verônica! Aqui diz Cathy, não tem o seu nome aqui!

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