O que eu fiz quando você se foi...

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Catharina chega para o trabalho, ela quer logo ver a sua mesa e quando lê o bilhete de Edu algo bem profundo acontece dentro dela.

Havia encontrado um príncipe de palavras perfeitas, aquele cara certamente poderia ser apelidado de "Marido da Branca de Neve" pois ele agia como tal.

Contudo, Cathy sabia bem o risco que corria, afinal, não seria a primeira vez que se tornaria personagem de seus próprios sonhos, que os sonhos e a ilusão a dominariam e tomariam conta do seu coração, a levando para esquerda ou para a direita, mantendo-a feliz ou triste, e como uma personagem dos próprios sonhos se tornaria dependente deles para dormir a noite, porque eles a comandariam e fariam com que ela fosse deles, e não seria Cathy a dona do seus sonhos, mas os seus sonhos seu dono e mentor.

Cathy ,não era uma personagem, era uma mulher que escrevia personagens naquele jornal, era uma cronista, uma poetisa...

Ela desenhava vidas que se tornavam reais a medida que as pessoas liam e acreditavam naquilo, ela era boa nisso.

Catharina respondeu o bilhete de Edu, e assim se passou o tempo, e como nos tempos antigos Cathy recebia todos os dias um bilhete.

Era como se ela esperasse que a sua hora de descanso passasse mais rápido para poder chegar na sua mesa de trabalho e ler um bilhete, que a cada dia mais se enchiam de amor, e agora também vinham acompanhados de chocolates, rosas ou de lembrancinhas cheias de paixão.

Então Cathy um dia chegou em sua mesa, mas não havia nenhum bilhete.

Para ela, foi como se não houvesse mais água no mundo inteiro, porque como um vício aquilo a consumia e uma paixão aparentemente inofensiva havia brotado em seu coração.

Várias coisas veem sua mente, muitas delas sem a mínima lógica, pois esse era um dos seus defeitos: Se preocupar de mais, preencher o espaço vazio com coisas inventadas mesmo que não tenham sentido.

Ela só não pensou que Eduardo havia morrido, porque de alguma forma a direção avisaria e chamaria para o velório, visto que isso não aconteceu, ela descartou essa possibilidade.

Depois de passar um turbilhão de ideias em sua mente, Cathy finalmente decidiu que iria perguntar Nina (a recepcionista), se ele havia ido para o trabalho, visto que naquele dia Edu teria que trabalhar no período da manhã.

- Oi Nina, tudo bem? -Cathy diz disfarçando o anormal nervosismo.

- Sim Cathy, e você como está?

- Estou bem... É... Você sabe se o Eduardo do setor administrativo veio hoje?

- Eduardo Montreal?

- Sim...

- Ah... Ele veio sim!

- Obrigada Nina.

Cathy percebeu que Nina estranhou sua pergunta, afinal, se fosse algo relacionado ao trabalho, ela teria perguntado alguém do setor administrativo, não descer o elevador ir perguntar a recepcionista.

Durante todo expediente, a única coisa em que Catharina pensava, era se ela deixava um bilhete para Eduardo ou não: "E se eu deixar o bilhete e ele pensar que eu estou "correndo atrás" dele?", "Se eu não deixar e ele ficar triste?" essas e outras outras ideias desnecessárias.

Finalmente cathy resolveu que quebraria o orgulho e deixaria um bilhete para Edu:

Querido Eduardo,

Eu guardo de você a melhor parte, e essa parte cobrirá todas as suas falhas!

Com carinho ,

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