O Que Eu Fiz Quando Você Se Foi...

Na mesa de Cathy havia um vazio, o vazio dos bilhetes ausentes, o vazio de uma desculpa ou ao menos uma justificativa. Não havia ali nada de Eduardo, não havia em Cathy esperança também.

Era evidente que ela havia se enganado, Eduardo não era o homem por qual Cathy se apaixonou,  o que ela amava certamente tentaria mais uma vez, e aquele Eduardo não tentou.

Cathy, aproveitou um tempo em meio ao trabalho para poder saber mais sobre ele. "Eduardo Montreal" Ela digitou na caixa de busca, algumas coisas apareceram, entre elas um perfil no Linkedin, uma conta no Facebook e...

 Um Blog chamado "Para sempre vai ser ela". Cathy clicou naquele resultado da busca e foi redirecionada para um blog cheio de poesias estilo o primeiro bilhete medíocre que Cathy recebeu, algo quase infantil divido em estrofes de 5 linhas, pareciam pensamentos com a estética visual de um poema, entre elas havia uma, que fez com que Cathy sentisse um misto de raiva e arrependimento dentro de si. Raiva e arrependimento por ter acreditado naquelas palavras "marrentas" de Edu. A "poesia" (se é que é assim que se pode chamar) levava o mesmo nome do blog:

Para sempre vai ser ela

A noite está escura

Mas de qualquer forma seria impossível ver a luz

Sem você sinto-me em um constante estado de solidão

Seu perfume amadeirado

Seu cheiro natural de manhã

Para sempre vai ser ela

Para sempre a amarei

Ainda que eu encontre outra que me ame

Sempre dela eu serei

E só nela pensarei

Seu sorriso é o mais lindo

Seu cabelo o mais esvoaçante

Seus olhos os mais alegres

Sempre vai ser ela

Para sempre vai ser Bianca!

Sentiu algo em seu peito, em cinco minutos ela se fez e desfez. Foi enganada! Bianca era a dona daqueles malditos bilhetes que agora já não valiam de nada, sentia vontade de chegar em casa para poder queima-los, de alguma forma eliminar Eduardo de vez da sua vida, e bem no fundo sentiu submergir em meio a dor, uma vergonha dentro dentro de si. Como olharia para Verônica e contaria o papel de estúpida que fez? E para sua família, como desmancharia aquele homem perfeito que ela havia falado?

Algum tempo depois Catharina estava em casa rasgando, amassando, e por fim queimando os bilhetes juntamente com um amontoado de envelopes de papel camurça vermelha.

Um pouco mais tarde, e ela está apagando mensagens e um número de seus contatos.

Estava feito, Eduardo Montreal foi rasgado, queimado e consequentemente apagado da vida de Cathy.

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  Era Junho, mês em que Catharina tiraria férias, sentiu que essas férias eram enviadas por Deus, ela viajaria para o campo onde a sua família morava, o contato com a natureza sempre foi um remédio para sua alma.