O Que Eu Fiz Quando Você Se Foi 10

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Catharina, chegou em casa e deitou-se no sofá, queria chorar, sentiu-se sufocada, não sabia o que fazer. Então o seu celular recebe uma mensagem.

Ela havia apagado Eduardo dos contatos, mas ainda reconhecia daquele número.


"Catha, não queria que as coisas tivessem terminado assim, para falar a verdade,  eu havia planejado um outro fim para nós dois. Eu gosto de você, mas não dá forma como pensou, e sim como uma amiga que prezo muito. Você é especial, e não quero que fique magoada comigo, peço desculpas, te quero muito bem! Edu"

Depois que Catharina leu a mensagem, a realidade bateu de frente com ela, não havia escapatória, Eduardo Montreal, era um canalha!

Talvez tenha enganado outras, talvez esteja se vingando das mulheres, ou apenas se divertindo um pouco, o certo é que Catharina tomou uma decisão: Nunca mais se permitiria ferir, não seria a mulher que Eduardo deixou para trás, e sim a mulher que ele perdeu!

Não queria que ele olhasse para trás e agradecesse a Deus por não ter dado créditos a ela, queria que ele se arrependesse, e a única forma de fazer isso, era se tornando uma mulher melhor.

Não ficaria com todos que aparecesse em seu caminho, nem com o melhor amigo dele, pois isso feriria o seu corpo, não o dele. Cathy, daria a volta por cima pelo melhor caminho possível.

 Foi então que ela se levantou do sofá e decidiu recomeçar tudo mais uma vez, recomeçar significaria apagar completamente ele da sua mente, era difícil, mas não  tanto como ela pensava, já que nunca se apaixonou por esse Eduardo, apaixonou-se por um outro Eduardo, um que não existia.

 A dor que sentia aos poucos tornou-se fininha, menos dolorida, aproveitou para escrever uma crônica para sua coluna "Sala de estar" no site em que era colunista, assim que volta-se de férias a publicaria.

 Criou uma personagem, uma moça um pouco mais novinha, menos experiente que ela, que mesclasse ingenuidade, sagacidade e um pouquinho de humor. Resolveu romancear, mas no fundo  a personagem que criara, era a menina de 16 anos que insistia  vez ou outra emergir de dentro dela. Então, ela começou a escrever:

DOR DE AMOR...

A noite demorou a passar...
Nem sei quantas vezes despertei e quantas horas depois voltei a dormir.
O certo, é que acordei em um determinado momento e olhei as horas... Eram 4:00 ,  lembro-me bem.
Sentia algo estranho dentro de mim, eu havia dormido com aquilo, mas agora estava mais forte, mais raivosa...
Uma terrível dor no coração.
Eu não sabia que ela existia... Todas as vezes que eu li nas poesias, nos livros e essas coisas de mais confiança, ou ouvia as pessoas dizerem sobre, pensava ser uma metáfora.
Que "dor no coração" não era algo físico, que doía a alma, mas não o coração propriamente dito.
Aquela "coisa" me doía, o físico, o espírito e a alma!
Eu pensei em chorar, mas assim quebraria a promessa que havia feito a mim mesma de não chorar por ninguém.
Me contive, embora uma lágrima rebelde tenha escorrido pelo meu rosto pálido.
A noite parecia eterna, e acreditem, depois de sentir longas horas de "dor no coração", eu olhei no relógio e eram 4:05, sim, haviam passado apenas cinco minutos.
Levantei-me, fui b
eber um pouco de água gelada.
Para ver se passava eu tentava dormir, e queria que meu sono curasse minha dor, como o tempo cura a dos outros...
Eu pensava, e quando lembrava eu queria chorar... Mas fui forte!
Bom, eu consigo dormir não sei que horas, mas as 6:00 acordo novamente.
Espero um longo período para chegar as 7:00, para em fim o dia começar, não que isso fosse trazer-me felicidade (eu estava longe de dizer "Que belo dia!").
  Porém eu me levantaria, e faria qualquer coisa para curar aquela dor de amor.
Anos depois o tempo passa, e as 6:48 apressadamente me levanto...
Chego na cozinha e penso "Esqueci que não tomo café da manhã!!!"...
Além do mais, eu ainda não calculei o tempo em que voltarei a colocar qualquer alimento na boca, talvez isso levasse anos ou até mesmo décadas...

Desesperada procuro algo para fazer...
Eu nunca havia sentido aquela dor, aquela coisa estranha que dolorosamente apertava e mastigava o meu frágil coração de carne!
Eu queria apenas que aquela dor saísse, e até pensei, como realmente fiz pedir a um pastor ajuda, para ele "dar um jeito" de tirar aquela dor de mim.
Minha adolescência inteira, eu passei ilesa de dor de amor, apaixonei-me, mas nunca havia sentido dor tormentosa como aquela!
Ligar para minha mãe!
Mamãe de certo sabia uma coisa que tirasse dor no coração...

Sei lá um exercício, uma oração...

Qualquer coisa que me livra-se daquilo!
Minha mãe, chocada, não acredita no ocorrido, e depois de um longo tempo, eu como, uma criança boba, pergunto: "Mãe como se faz para tirar a dor do coração?"...

Minha mãe, sorriu e  disse-me : "Ah filha... Demora, isso demora a passar!"...
Então eu não suportei mais e comecei a chorar, e não chorava mais de paixão, eu chorava de dor no coração!
A minha irmã, que ouviu minha conversa, e sorriu... Veio ao meu encontro me abraçou e me deu uma resposta mais animadora: Pelo tempo, "pelas coisas da vida", aquela dor no coração passaria em uma semana!
Mas se uma noite durou décadas, uma semana duraria séculos – pensei.
Ela, que havia sofrido dessa síndrome a pouco tempo, me informou que o caso dela era bem mais critico que o meu, e que ela havia emagrecido de tanto chorar!
Bom, nada animador saber que eu poderia chorar tanto, que findaria as lágrimas e começaria a lagrimejar as gorduras corporais, que por sinal não tenho muita, e poderia então chorar outras coisas mais, como o meu próprio sangue...
Meu avô ensinou aos filhos que dor de amor sempre se cura em 15 dias para os casos simples e 30 dias para os mais complicados, como a dos casados.
O certo, é que aquela coisa sairia de mim em uma semana, sendo assim na próxima sexta já estaria curada e poderia ser eu novamente!
Depois eu me deitei novamente, e por um instante ri de mim mesma, sobre como eu havia sido idiota, como eu naquele momento estava agindo de forma infantil e idiota!
Depois de ri do "Mãe, como se cura dor no coração?", a dor de amor pareceu está mais calminha, mais fininha, mais ainda doía uma dor aguda como se costurassem o meu coração.
Por isso percebi que o coração não quebra, ele rasga, e algo dentro da gente fica costurando nos fazendo senti uma dor não muito forte, pois está nos ajudando, mas como lá dentro não tem anestesia a gente sente os supostos "cirurgiões" nos "arrumando".
Agora eu sei, que de todas as dores que tem no mundo, a dor mais chata e mais doída é aquela dor, a dor de amor...

Embora fosse um texto ingênuo e até mesmo patético, Cathy sentiu que alguém poderia gostar daquilo, afinal, o nome da sua coluna era "Sala de estar", todos e principalmente ela, deveriam, naquele espaço, sentir-se em uma sala, a vontade, conversando e trocando experiências como velhos amigos.




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⏰ Última atualização: Jul 03, 2016 ⏰

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