Encontro

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21 de Novembro

Querido Will,

Era bem tarde quando meus olhos foram de encontro a luz do sol, para ser mais precisa 14h:33 min, nem eu sei como eu havia conseguido dormir tanto assim, levantei e tratei de olhar o quão inchada estava minha cara, o espelho afirmava com clareza os danos do choro de ontem, tomei um banho demorado e desci para tentar encarar o que eu chamava de vida, encontrei com sua mãe na minha cozinha tomando chá, no deck estava Jane brincando de bonecas. Eu não era à mesma com a minha irmã, ela era tão indefesa e uma hora ela teria de sofrer por causa do coração, bem eu não queria que isso acontecesse comigo eu e olha só, aconteceu!
Mesmo que em vão perguntei a sua mãe sobre você, ela me disse apenas que estava bem, mas a onde estaria você agora? Você ainda fazia parte do meu dia e quanto mais u tentava esquecer - lhe, mas ainda o mundo fazia questão de mostrar que eu preciso dos seus Abraços e suas palavras para todas as horas, porém eu tinha que seguir os seus passos, mesmo ué isso consistisse em seguir em frente. Esperei tia Marie sair para avisar mamãe que hoje eu iria sair, quase um mês depois eu estava saindo de casa, para um local que não era o colégio ou o clube de natação. Ela estava bem mais empolgada que eu, sendo que não era um encontro era apenas uma conversa estava no néon ter "colegas".
Deixei mamãe e o seu empolgamento no andar de baixo e me encaminhei para o banheiro, tentei relaxar o máximo que pude debaixo do chuveiro, mas quase não adiantou de nada. Apostei em um jeans básico e uma camiseta florida de alças e para quebrar um pouco o gelo pus uma bolsa de lado - meu espírito vaidosa ainda não havia morrido -, então me perguntei:
- " por que diabos eu estaria me arrumando para poder sair com meu professor de literatura? "
Não queria nem imaginar a resposta, mas você me conhece bem e sabia que haviam esperanças de que fosse uma noite legal, mas nem entanto.

     Estava terminando de me arrumar quando mamãe subiu para me avisar que havia alguém esperando por mim, surpreendentemente ela não me questionou sobre quem seria o dono daqueles lindos olhos azuis que combinavam harmonicamente com sua calça branca e uma blusa alaranjada,  foi essa a visão que me foi concedida no sábado a noite, e ainda mais seu cheiro me era único,  uma mistura de gengibre e amoras em um só corpo. Eu adoro adoro moras e falando nisso lembro-me do dia em que fomos a um bar qualquer e você me desafiou a ir cantar no karaoke,  mas é claro que eu não iria facilmente assim, precisou que você me jogasse um copo de suco de amora na cara fazendo me ficar irritada e no fim você conseguiu o que queria, bem você sempre consegue. Afastei sua lembrança e cumprimentei Benjamin:
- "Oi..."
- "Olá, saiba que você está com uma cara ótima"
-" É fiz um esforço já que você insistiu tanto para isso."
-"Tudo bem, vamos!"

    Apenas o acompanhei, ele abriu a porta do carro para mim, pôs uma música que me era bem familiar, claro como eu poderia esquecer,  fomos ao show do Magic! e "rude" estava em seu auge. Novamente meus pensamentos voltaram-se para você -"droga", mas logo ele quebrou o gelo e estes se afastaram.
- "Como você está?"
-"Acho que um poço melhor e você?". Eu não sabia o motivo elo qual estava sendo sincera com uma estranho, apenas o fiz.
-" Vou bem e gostaria que como minha aluna preferida você se esforçasse para com hoje". Bem, nem eu sabia que ele tinha uma aluna preferida, e muito menos que está seria eu, me parece ts o incoerente visto que mal sabemos os nomes um do outro.
-"Oi, mas para onde vamos?"
Estávamos no Golden Gate, havia algumas pessoas observando a ponte que fazia parte daquilo tudo, o esperei me dizer algo, mas apenas seguimos para um banco afastado das pessoas que se encontravam ali. Ele simplesmente adivinhou que eu amava aquele lugar e o silêncio já era tanto que agora eu me incomodava... engatei palavras prendendo a sua atenção.
"Meu melhor amigo foi embora porque eu nunca percebi que ele gostava de mim, e desde deste dia eu durmo mal, éramos completos, me acostumei a tê-lo comigo desde os nossos 10 anos e é ele sabia exatamente como eu era, em tudo e a todo momento. Quando eu soube porque ele havia ido embora me culpei por dias, a única coisa que eu conseguir era chorar lamentando sua falta e sempre que eu abria os olhos algo que o lembrava me prendia a atenção, não procurei esconder o quanto mal eu estava, isso só seria um trabalho a mais para mim." Ele forá a primeira pessoa de fora com quem eu tinha me permitido falar de você,  relembrar como te perdi era como tocar em uma ferida que ainda estava cicatrizando, pelo menos eu pensava que estava.

Beijos de TakôOnde histórias criam vida. Descubra agora