12-Anjo, parte 1

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Acordo com frio, até percebo que eu estava nua.

-Você não queria um banho? - diz uma voz feminina - ligue a mangueira - ordena ela.

De repente um jato fortíssimo de água se choca com o meu corpo me jogando contra a parede do outro lado daquela sala.
A água era fria, e eu sentia congelar meu sangue.

-Desliguem a água. - volta dizer a mulher.

Contínuo sentanda no chão tremendo de frio.
Até alguém me enrolar em uma toalha.

-Eu não queria que isso estivesse acontecendo com você. - era a voz do Luccas. - Você está tremendo. - ele me abraça, seu corpo era quente, então meu corpo sofreu um pequeno choque térmico. Senti meu sangue congelado descongelar. - Eu sinto que eu tenho que te proteger...

-Vista isso - a mulher joga um sutiã, calcinha e um macacão roxo.
Visto minha nova roupa e fico em pé ao lado de Luccas.

Um dos homens que estava naquela sala ordenou para que nós o siga

Paramos em uma porta escrito "Elementos da transformação". Entramos naquela sala branca e arejada.

-Seja bem vinda a fábrica de demônios, minha querida Taylor. - diz a mulher. - eu me chamou Dulce, a dona desse lugar.
-Eu disse - disse o Luccas baixo.
-Vamos, diga uma cor - diz Dulce sorrindo
-Não.
-Não temos essa cor em nossa palheta
-Amarelo
-Oba! Esperei que você dissesse essa cor. Deite-se nesta cama de bruços
Faço o que ela pediu.
Um homem abre o zíper do macacão e abre meu sutiã deixando minhas costas amostra.

-Que lindas costas você tem. - diz Duce injetando o líquido amarelo em minha veia - Vamos, me traga a lâmina para esculpir

Senti uma dor fina da lâmina de Dulce desenhar algo em minhas costas. Vi meu sangue da cor preta manchar o chão branco.

-Quer asas grandes ou pequenas

Asas?

-Fala logo menina
-Médias
-Ótimo! Fiz do tamanho exato. Agora só é esperar elas saírem.

Senti meu corpo em mutação, ele pulsava muito rápido, era como se algo fosse sair de minhas costas, e iria sair mesmo.

Olho para Luccas que me olhava com lamento. Só em seu olhar dava para perceber que ele se sentia um inútil.
Por que estava lá? Por que não saiu dali? Ficar lá sem poder fazer nada se sentido um inútil pra que? Qual é o propósito de tudo isso? Por que logo eu? Eu mereço realmente tudo isso? Talvez mereça.

Não aguentava tanta força tentando sair de mim. Até que tudo saiu. Saiu em forma de asas. Um par de asas lindas. Se fosse para mim viver pelo resto da minha vida com asas pelo menos tinham que ser lindas.

Suspiro.

Dulce me ajuda a levantar e diz:

-Elas são lindas não são, anjo?
-Pelo menos isso.
-Quando você quiser ocutá-las é só imaginar que elas sumiram, e para querê-las de volta é só imaginar o contrário. Você só precisa se concentrar.

Aquilo era meio idiota, mas tudo bem. Só preciso ter concentração para "domá-las"

Vejo Dulce tirar fotos das minhas asas, após isso ela pede para mim  ocultar minhas asas e voltar para o quarto.
Demorei muito para me concentrar já que eu sempre estava no mundo da lua.
Depois de um bom tempo eu consegui esconder aquilo.
Não sei como vou viver com isso, qualquer coisa ela pede surgir.

O caminho até o quarto foi longo e silencioso.
-Por que estava lá? - Pergunto ao Luccas que parecia incomodado com algo.
-Não podia sair. Aquilo era uma tortura visual para mim. Ficar lá sem poder fazer nada.
-Sei. Pelo menos elas são bonitas - digo me referindo as minhas asas - sempre quis ser uma fada
Ele começa a rir dando uma tapa leve em minhas costas. Solto um leve gemido, aquilo doeu, deve ser por causa das asas.
-Foi tão forte assim?
-Acho que não está cicatrizado.
-Você acredita que vai sair daqui?
-Daqui dois meses eu vou sair daqui. Bom... Diz meu pai
-Espero que consiga.
-E você?
-Não.

Chegamos ao quarto, vou direto ao bebedouro beber um pouco de água.

-Pessimista - digo.
-Não é pessimismo é realidade.
-O que ela já fez com você?
Luccas suspira e diz:
-Aqui nós temos um lobo, um vampiro, um demônio, um meio anjo meio demônio, um anjo e um outro ser indefinido. Não sei quem é quem.
-Eu sou um meio anjo e meio demônio?
-Sim, e eu sou o lobo.
Não digo mais nada, só deito de bruços naquela cama gelada.
Tentei pensar em nada, mas pra mim tudo aquilo é diferente. Parece que estou presa em livro de fantasia gótico, ou estou sonhando.

-Taylor, suas asas. - Luccas diz.
Não senti elas saindo de mim, mas não me importei, deixei-as

Aquela noite estava realmente fria. Ouvi o vento soprar as folhas da árvore lá fora. Era outono. Eu amo essa estação.
Seu clima é como minha vida: imprevisível.
Usei minhas asas em meu corpo como escudo contra o frio e acabei adormecendo.

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