11-Tudo de novo, mas dessa vez pior, parte 2

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Acordei em um quarto totalmente escuro. Me levantei daquela cama fria e empoeirada e fui tentar achar uma saída.
Senti algo gelado e metálico, só podia ser a porta.

-Alguém? - Grito
-Quem está aí? Eu quero dormir - alguém diz, me assustando.
-Me chamo Taylor e você? - digo procurando mais alguém naquele lugar
-Luccas, aonde você está? Posso ir até você?
-Sim - então o guiei até a mim e ouço passos se aproximando. Até senti alguém do meu lado.
-Aonde estamos?
-Não sei
Sinto o Luccas suspirar.
-Escutou? - diz ele
-O que?
Ele me puxa me afastando da porta.

Alguém abre a mesma. Não vi muita claridade.

-Vamos. - diz um homem
Eu e o Luccas o acompanhamos até uma espécie de refeitório não muito bem organizado

-Sente-se - ordena o homem.

Eu me sentei ao lado de uma mulher e o Luccas se sentou ao meu lado.

-Olá - digo  a mulher. Ela me olha com uma tristeza e diz:
-Você é tão jovem e bonita para estar em sanatório.

O que? Sanatório?

-Por que está aqui? - ela diz
-Escuto vozes...
-Você também? - diz o Luccas me interrompendo
-Sim...
-Então em breve vocês sairão daqui. - ela diz. - agora é hora do café da manhã.

Olhei em volta e via algumas pessoas assustadas, uma com camisa de força.

Como eu vim parar aqui? Meu Deus.

-Coma! - diz uma mulher jogando um prato na minha frente. Era uma espécie de mingau. - e coma tudo.

-É isso ou nada - digo baixinho e começo a comer aquilo.

Após comer aquilo, eu saio da mesa e digo ao Luccas que vou conhecer aquele lugar.

Começo a caminhar, tudo era sem vida. O jardim era sem flores, continha apenas três árvores grandes. Subo até uma altura boa para tentar ver a rua.

Se eu quisesse fugir eu fugiria "sem problema " algum.

-Ei menina, desça daí - escuto alguém gritar. Era o Luccas

Eu desço da árvore e digo:

-O que foi?
-Aqui não é exatamente um sanatório
-Não?
-Não.
-Já sei... É um hospício?
-Não
-Manicômio?
-Não.
-Escuta, quer fugir?
-Sim
-Sabe essa árvore?-digo apontando para mesma - se você subir até o topo, dá para pular para fora

Luccas começa a rir e começa a andar até a árvore.

-Até que daria, mas lá fora tem um sensor, de se caso algum louco fugir, esse sensor apita e os "caras" vão atrás de nós.
-Como sabe?
-Já tentei fugir - ele tira sua blusa, e em seu corpo havia algumas cicatrizes - é isso o que eles fazem se você tentar fugir.
-Você não me parece insano
-Taylor, acha que todo mundo aqui é louco? Não! Não sei se você acredita mas muitos aqui estão por laço de satanás. Manja?
-Manjo. Nós somos vítimas desse laço?
-Talvez. Minha mãe era crente, ela mesmo disse que eu estava "possuído" e me jogou aqui.
-Eu sinto muito.
-Vão para seus quartos - diz uma mulher.
Então nós começamos a segui-lá até nosso quarto.

-Quando é o nosso banho? - pergunto
-Você quer tomar banho?
-Responda não - Luccas cochicha para que só eu possa ouvir.
-Não! Apenas perguntei - digo
-Ótimo.

Paramos em um corredor com várias portas. Quase todas as portas eram brancas apenas três eram pretas escrito "Anjo" não entendi muito o por quê daquela palavra.

-Esse é o de vocês - diz a mulher - entrem.
Luccas abriu a porta. Ele fez um sinal para que eu entrasse primeiro, ele segura a minha mão e me puxa para dentro daquele quarto "gótico".

Naquele quarto havia duas camas, um guarda roupa, um bebedouro e dois criado mudo.

Me deito em minha cama, sabia que ela era " minha " por meu nome estar lá.

-O que significa anjo? - digo olhando para o teto
-Não acho que essa é uma boa hora para você saber o que significa
-Por que tive que dizer não?
-Também não é uma boa hora para saber

Suspiro e olho para o Luccas que estava sentando no chão.

-Olhe para o seu pulso - diz ele
Faço o que ele pediu e a minha veia estava azul quase preto.
-O que é isso?
-Uma substância química.
-Quando isso foi injetado em mim?
-Entanto dormia naquele laboratório escuro, provavelmente.
-Laboratório?
-Já disse o bastante
-Não disse. O que é esse lugar Luccas?
-Fábrica de demônios?
-O que? Para de brincadeira.
-Certo! Quando for a nossa vez você verá.
-Nossa vez de que?
Ele não me respondeu, apenas tirou a camisa e deitou em sua cama.

[...]

-Taylor, venha comigo
-Para onde?
-Você tem visita

Caminho até o jardim, e lá estava Robert com uma expressão séria.
Caminho até, paro em sua frente o encarando e ele me beija. Aquele beijo era como se fosse o último de nossas vidas.

Ele para de me beijar e me abraça.

-Como você pode estar aqui? Você não é louca, Taylor... Não é - ele diz ainda me abraçando
-Como tem tenta certeza disso?
-Dá para perceber. Eu lhe trago boas notícias em nome de seu pai.
-O que?
-Nós vamos para fora do país para você se tratar
-Quando?
-Daqui dois meses.
-Você também vai?
-Sim, não posso te deixar sozinha.
Aquela notícia me fez sorrir.
-Hora da visita acabou - diz a mulher. Robert me dá um último beijo e um último abraço e vai embora.

Volto para quarto junto com a mulher e ela diz:
-Aquele é seu namorado ?
-Sim
-Hum...
-Qual é o seu nome?
-Júlia
-Por que na porta do meu quarto está escrito anjo?
-Logo você saberá.

Ela entra comigo no quarto e abre o armário pegando um frasco de remédio mandando eu beber.

-Não vou tomar isso não. - digo
-Ou comprimido ou injeção
Então engoli aqueles remédios.
Ela sai do quarto me deixando só com o Luccas.

-Quem era? - ele me pergunta.
-Meu namorado.
-Eu também tenho uma.
-Como ela se chama?
-Cristina

Senti uma tontura, só não cai porque o Luccas me segurou.

-Deite, é o efeito do remédio.

Faço o que ele pediu e apago

 Segredo MortalOnde histórias criam vida. Descubra agora