Capítulo Cinco

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Olá queridos. Depois de uma super Bienal, voltamos a realidade. Mais um capítulo do nosso forasteiro. Ainda essa semana posto outro capítulo. Abraços JFB Bauer


Capítulo Cinco

Sua cabeça doía. Doía pra caralho. Sentia um líquido viscoso escorrendo por sua testa. Seria sangue? Tinha cheiro de sangue. Não conseguia abrir os olhos e ver o que estava acontecendo.

— Oliver? Por favor, Oliver, diga algo.

Ryan? Sim, era ele. Mas por que não conseguia responder ao irmão?

— Merda! Merda!

A voz do irmão parecia desesperada.

— Pai? Aconteceu um acidente... um atropelamento e depois capotamos.

Escutou e tentou recordar sobre o que Ryan falava. Não se recordava.

— Eu não! Estou bem, mas Oliver se machucou. Por favor, chame uma ambulância. Acho... acho que matamos um homem...

O forasteiro pulou da cama, mais uma vez perseguido pelos pesadelos. Mais uma vez sua mente não o deixava esquecer-se do que ocorrera anos atrás.

Tinha havido alguns dias de trégua depois que começara a trabalhar, mas então novamente a culpa com a qual teria que conviver pelo resto da vida voltava para assombrá-lo em forma de sonhos.

A parede do quarto foi seu alvo desta vez. Ódio por si mesmo, o fez dar o primeiro golpe contra a sólida parede. Punia-se por ter deixado as coisas seguirem aquele caminho. Por ter sido tão egoísta. Por prejudicar pessoas inocentes. Depois de socar repetidas vezes e sentir dor e ver o sangue, ele parou.

A mão ficou bastante machucada e ele acabou enfaixado com um pano limpo.

Observou o sol nascendo e resolveu correr pela praia como de costume. Desde que começara a trabalhar e dormir mais tarde não conseguira levantar cedo para fazer seu exercício.

Correu como sempre. Concentrado e tentando limpar a mente. Logo avistava o píer. Chegando mais perto viu o homem com a cadeira de rodas que conhecera há alguns dias. Notou também seu fiel ajudante Fabrício e uma loira... uma loira que ele conhecia muito bem por que ela estava constante em seus pensamentos.

Caminhou devagar até eles.

— Bom dia — disse ao chegar.

Os olhos de Amanda vieram para os dele e dessa vez não viu no olhar dela a ironia, ou irritação que costumava ver. Dessa vez ela parecia feliz em vê-lo.

— Bom dia, forasteiro. Madrugou? — ela perguntou.

— Assim como você — respondeu.

— Bom dia, Alex — Joel o cumprimentou o fazendo tirar seus olhos da linda garota.

— Você o conhece, pai? — Amanda parecia surpresa.

Ele mesmo ficou, já que não sabia que o homem era o pai dela.

— Nós conhecemos há alguns dias, querida, quando Alex veio aqui namorar os barcos.

O forasteiro riu.

— Ah legal — ela disse.

— Bom, garotos, eu tenho que ir.

— Se cuida papai — Amanda se inclinou para abraçar Joel.

— Eu sempre faço, filha.

O barco de Joel partiu enquanto ele e Amanda ficaram olhando a embarcação avançando em direção a alto-mar.

O Primeiro ForasteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora