Capítulo 7

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E agora?

Aceitei o convite. Foi na emoção do momento. Alguma coisa me impeliu a responder afirmativamente. Mas agora que eu desliguei o telefone, fiquei com um pouco de medo. Era um medo estranho. De querer e não querer. Ter curiosidade em saber, mas não querer saber de fato.

Meu celular vibrou dois minutos depois que ele desligou. Uma mensagem chegou, junto com ela veio a foto dele. A tela piscava. Eu ainda estava receoso em abrir a mensagem. Respirei fundo e deslizei o dedo sobre a mensagem.

"Oi! Sou eu.

Não sei se vai estar livre amanhã, eu espero que sim :), mas se estiver, me encontra no Parque às 19:30. Vou te levar para um lugar bem legal. Abraços."

Eu não sabia se respondia ou se ficava quieto.

Respondi. Afinal, meus dedos não iriam cair se eu fizesse isso — pelo menos eu esperava que não.

"Te espero lá!"

Minha cabeça girou. Me senti tonto e caí na cama, deitado e ainda com os olhos fixos na mensagem que ele me mandou. "Vou te levar...", eu quase podia ouvir sua voz dizendo essas palavras. Isso me fez sorrir. Sorrir de um jeito que jamais achei que fosse capaz. Meus batimentos cardíacos acelerados além do normal. Meu peito subia e descia com a respiração descompassada.

É, não restava dúvidas. Eu estava mesmo apaixonado por River!

~~~*~~~

— Não acredito! — Lia berrou com a notícia.

Eu não consegui tapar minhas orelhas a tempo. Seu grito estridente causou um zumbido maldito que ficou ali, alojado nos cantos internos do meu ouvido.

— Não digo mais nada se fizer isso de novo.

Resmunguei e olhei feio para ela.

— Amor, você sabe que apagar o sol com um assopro é tão fácil quanto me fazer deixar de ser histérica. — Ela riu. E riu com a certeza de que falava algo verídico.

— É, pode ser — disse.

— Mas então você vai mesmo? — Me vi sendo encarado com seu olhar ardiloso e maléfico.

Eu já tinha dito que sim. Não poderia voltar atrás. As boas maneiras, que minha mãe me ensinara, não me permitia mentir. Somente se um caso verdadeiramente inesperado acontecesse entre agora e o último minuto antes do encontro.

— Acabei de dizer que sim.

Ela se abanou.

— Minha nossa. Você vai sair com um gato daqueles. Ai que tudo!

Revirei os olhos e ri.

— Claro que é romântico e tudo mais, mas é tão injusto. Ele é tão lindo, tão gostoso, tão tudo! — Ela começou a choramingar. — É muito desperdício de tanta carne.

— Ai meu Deus! Por que você não vai no meu lugar então?

Os olhos dela se iluminaram.

— Eu posso mesmo?

— Não!

Comecei a gargalhar. Ela riu também. Levei um soco no braço.

— Ai! — reclamei.

— Isso vai servir de lição para você. — Ela zombou.

Olhei no relógio. Sete horas. Faltava meia hora para eu ir ao parque. Lia seguiu meu olhar e perguntou:

— Você já vai?

— Sim, quer me acompanhar até lá?

Fez que sim com a cabeça. Saímos da lanchonete em que estávamos. Paguei o suco dela, por ter me quebrado o galho dois dias atrás. Agora voltamos a ficar quites. Pelo menos até ela me conceder um favor de propósito, só para depois eu ficar devendo outro. Lia não era nenhuma boba.

A Estrela Dedicada a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora