Capítulo 16

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Meu quarto estava uma bagunça. Havia chegado do serviço fazia alguns minutos e me deparei com uma cama repleta de roupas a serem dobradas e guardadas. Estava prestes a desmaiar depois que consegui arrumar minhas roupas do trabalho. Comecei a organizar minha gaveta de meias quando ouvi um ruído estranho.

Vrrr. Vrrr.

Tateei meus bolsos à procura do meu celular, ao pegá-lo vi que a tela piscava. Uma nova mensagem de River.

"Oi amor. Eu queria saber se você gostaria de sair comigo hoje. Pode ser?"

Olhei no canto da tela do celular. Faltava pouco para as sete e meia da noite. O que me dava menos de uma hora para me arrumar. E a julgar pelo cheiro de comida que vinha da cozinha e chegava até meu quarto, minha mãe iria me chamar para o jantar logo.

— Será que mamãe vai ficar brava? — falei para a tela do celular.

Digitei confirmando. Ele me respondeu sorrindo e que estaria em frente de casa às oito e vinte. Agora eu precisava terminar logo a gaveta com as meias e ir jantar. E claro, conversar com minha mãe.

~~~*~~~

20h19min

River não havia chegado ainda. Esfreguei uma mão na outra. A noite estava fria. Um barulho não muito longe dali fez meu coração disparar instantaneamente. Dois faróis azuis brilhantes fizeram a curva da esquina. O carro parou bem na minha frente.

20h20min

Ele saiu do carro muito feliz. E muito lindo também. Vestia uma blusa preta de zíper, que estava aberta até perto do pescoço. Não consegui identificar a cor da camiseta somente com a luz alaranjada do poste. Ela poderia ser preta ou azul-marinho. A calça jeans era preta e com vincos brancos na coxa. Seus cabelos estavam bem penteados, mas o que me deixou apreensivo foi a barba rala em seu rosto. Ele ficou com um ar debochado. O que combinava com ele, só que o deixou ainda mais lindo.

— Oi.

— Oi — respondi. Confesso que fiquei esperando-o me chamar de amor. Ah, qual é? Meu coração está todo meloso aqui.

Ele me deu um selinho e pediu que eu o esperasse ali.

— Onde você vai? — Eu o vi cruzando o portão de casa.

— Dizer algo para sua mãe, não quero que ela fique preocupada — e entrou.

Bati os pés no chão por cinco minutos. Cinco. O que tanto será que eles conversaram? Interrompi o batuque ao ver River e minha mãe saindo da porta rindo e comemorando.

— ... não esqueça do pescoço — minha mãe disse em meio aos risos.

— Deixa comigo, Senhora Sutil, não vou esquecer. — Ele bateu continência a ela.

— Senhora! — mamãe exclamou, revirando os olhos e cruzou os braços.

River sorriu desajeitado e encolheu os ombros. Levantou os braços em rendição.

— Certo, certo. Agora já sei seu nome.

— Acho bom. Agora vá e divirta-se. Se cuida filho! — Ela enfim me viu ali na penumbra. Eu acenei, desconfortável.

River fechou o portãozinho branco de ferro e saiu batendo os pés. Por que aquilo? Veio todo alegrinho para o meu lado. Me desviei do beijinho que ia me dar. Ele estranhou.

— Que história é essa de pescoço? — Estreitei os olhos e apertei os lábios com firmeza.

— Não é nada em especial — Ele brandiu a mão de leve. Correu para a porta e entrou. O vidro da porta do passageiro desceu. Ele se inclinou e me encarou com uma sobrancelha erguida. — Você vem, não é?

A Estrela Dedicada a VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora