4

59 8 0
                                    

_ Eu preciso pensar._ Foi a única frase que Ana conseguiu pronunciar antes de sair correndo velozmente da mansão.

Andou sem rumo por um tempo tentando absolver tudo que vinha recebendo. Já era noite quando decidiu entrar em um bar de uma esquina movimentada. Não tinha costume de beber, mas hoje seria diferente. Precisava esquecer um pouco das provas, dos trabalhos e do cientista maluco que aparecera na sua vida.

Sentou em uma mesa vazia no canto, de lá se podia ver todo o estabelecimento. Bebeu uma, duas, três...

_ Oi, tudo bem?_ falou um homem que Ana desconhecia.

_ Tudo_ respondeu.

Ele era alto e forte. Seus cabelos castanhos tom de mel eram da mesma cor de seus olhos. Bonito, concluiu Ana.

_ Posso me sentar aqui? As mesas estão todas cheias._ pediu.

_ Claro.

_ Ah! Eu me chamo Mário. E você é?

_ Analice, mas pode me chamar de Ana._ cumprimentou.

_ Então Ana posso lhe pagar uma bebida por ser generosa e dividir a mesa comigo?

_ Não, obrigada. Eu já estou no meu limite.

_ Imagina, a noite está só começando. E pela sua cara acho que vai precisar.

Será que está tão na cara que estou confusa? Pensou a menina.

_ Como concluiu isso?_ perguntou.

_ Simples! Uma mulher bonita como você sozinha de canto. Fica na cara que não está nos seus melhores dias. Acertei?

_ Em partes, sim.

_ Bom, que tal eu salvar a sua noite? Com uma dança talvez?_ ofereceu Mário.

_ Não, não sei dançar e além do mais já estou de saída.

_ Não_ Mário faz biquinho_ você parece tão legal, achei que ficaria mais um pouco. Mas se é assim, deixe pelo menos te acompanhar até lá fora?

_ Tudo bem.

A noite estava bastante fria. Pequenos grupos de pessoas se encontravam aqui e ali nas calçadas.

_ Bem, é hora de dar tchau_ diz Mário sorrindo._ foi bom conversar com você.

_ Foi. Boa noite_ diz Ana.

Ela ia virando as costas para o rapaz quando foi impedida com seu braço sendo puxado.

_ Espera_ falou Mário_ faltou eu fazer isso.

Ele a agarra pela cintura fazendo com que ela se aproxime. A menina tenta se soltar, mas é inevitável, ele era bastante forte.

Seu hálito de cigarro e tequila faz Ana se arrepiar de repugnância.

_ Mário, por favor._ pede a menina.

Ela sente seus lábios encontrarem os dele e seu nojo só cresce. Até que escuta uma voz familiar gritar:

_ Solta ela!

Mário vira irritado com quem quer que tenha o interrompido.

_ E quem é você para me dá ordens?!

_ O namorado dela._ fala o menino agora mais visível.

Era Isaac.

_ Você deve ser um namorado muito babaca por deixa-la sozinha._ retruca Mário.

Isaac se enche de raiva e dá um soco na cara dele. Mário cambaleia para trás perdendo um pouco o equilíbrio. Seu nariz sangrava e escorria pelo seu rosto.

Nesse momento Ana se sente fraca e distante. Era um devaneio chegando. Estava no que parecia ser um deserto. Em todos os lados que olhava só se via areia, mais nada nem ninguém. O que restava era esperar que aquilo passasse. Tinha a impressão que alguém a chama, mas não podia ser. Naquele momento Ana decidiu que iria aceitar a ajuda de Morfeu. Não custava nada tentar.

De volta, estava deita na calçada do bar no colo de alguém que dava leves tapinhas no seu rosto. Ana reconheceu Isaac.

_ Acordou! Ainda bem, já ia ligar para emergência. Como está se sentindo? Consegue levantar?

_ Sim, só estou um pouco tonta_ respondeu.

Sua cabeça doía como se uma manada de búfalos tivesse passado encima dela. Levantou ainda cambaleante.

_ Acho melhor eu ir.

_ Não, eu estou de carro posso lhe deixar em casa._ sugeriu Isaac.

_ No meu atual estado é melhor eu aceitar.

Já na camionete do amigo, Ana agradece internamente por ter tido a sorte de seu amigo está por perto. Passaram o caminho em silencio. Ana adorava o fato de Isaac não ser do tipo que faz muitas perguntas. Logo estava em casa.

_ Boa noite e obrigada por tudo_ agradece Ana.

_ Não fiz nada...

_ Pode parar com falsa modéstia. Obrigada por me defender daquele tarado, por ter fingindo ser meu namorado, ter dado um soco nele, me ajudado quando desmaiei e por ter me dado carona. Para mim isso é muita coisa.

Ele ri.

_ É verdade, tem muito a me agradecer. Mas está na hora de você descansar. Não se esqueça de me dar noticias.

_ Tudo bem. Tchau!

Ana entra em casa escutando o som do motor do carro do amigo se distanciar cada vez mais. Ele tinha razão, era melhor descansar. Amanhã seria um longo dia.


**************************************************************************************************

Olá, gente! Deixem nos comentários o que acharam, suas opiniões, sugestões, etc. E se tiver gostado deixe seu voto. Valeu! =D


Lugar NenhumOnde histórias criam vida. Descubra agora